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Quinta, 02 Mai 2024

Profissionais em falta para o terceiro setor

Mesmo em tempos de crise, ainda temos setores organizacionais que possuem vagas em aberto, entretanto, não conseguem fazer a efetivação de contratações pela falta de profissionais com conhecimentos específicos. O Terceiro Setor, por exemplo, é um deles.

O reaquecimento desse setor vem sendo destaque após o novo Governo Federal anunciar a reabertura do país para instituições internacionais ligadas, principalmente, à bandeira do meio ambiente. Com isso, muitas organizações voltaram ao Brasil, promovendo e movimentando toda a cadeia de geração de empregos, oportunidades diretas e indiretas.

O Terceiro Setor é espaço organizacional que engloba institutos, associações, fundações, ONGs e similares, sejam nacionais ou internacionais.

Nesse artigo, vou falar as principais áreas que mais tem demandado profissionais, mas que enfrentam a falta dos mesmos. Em muitos casos, as vagas são canceladas por não terem sido preenchidas.

Profissionais de saúde em viagem no Amazonas. Foto: Lucas Silva/Secom AM

Especialista em projetos e captação de recursos 

 Esse profissional é escasso não só em nossa região, mas em todo o país. A mistura de captação de recursos com a elaboração técnica de projetos é um perfil que gera um grande desafio para recrutadores(as) acharem candidatos(as).

Essa é uma demanda crescente no momento, considerando captações de recursos públicos e privados. Nos públicos, há a necessidade de conhecimentos em trâmites junto a instituições internacionais, ministérios, secretarias estaduais e municipais. Nos privados, sobre como chegar em empresas que financiam atividades do Terceiro Setor, desde que hajam bons projetos que mostrem os resultados que podem ser gerados.

Para essa área não há necessariamente uma necessidade de formação específica, porém, o conhecimento em projetos é um requisito mandatório. Além disso, ter habilidade em leituras de editais e confecção de propostas comerciais também são itens cruciais.

Se o(a) profissional tiver um segundo idioma fluente, pode fazer captações em outros países, que possuem muitos recursos para fins sociais, ambientais e de negócios empresariais.

Profissionais de saúde com disponibilidade para viagens ou mudanças

Essa é mais uma área difícil de preencher vagas, considerando especificamente as demandas de cidades de interior. Há muitos profissionais da área da Saúde que estão disponíveis no mercado, entretanto, poucos estão dispostos para a mudança para cidades menores de interior. Em muitos dos casos, os mesmos profissionais alegam que são cidades que normalmente não possuem condições mínimas de materiais, recursos e tecnologias para que haja a segurança da atuação como profissional. Dessa forma, optam por continuar em cidades maiores.

A rejeição a cidades menores acaba deixando um grande vácuo de vagas, que normalmente tem sido preenchido por estrangeiros(as) que conseguiram suas validações de cursos, cursados normalmente na Bolívia, Venezuela e Cuba.

Alguns profissionais de Saúde em cidades menores podem ganhar até R$ 32 mil, dependendo da carga horária e dias. 

Advogados especialistas em direito administrativo 

A área jurídica também tem um grande destaque nesse período, seja por contratações diretas via CLT ou através de prestações de serviços. A área de Direito Administrativo é a principal área demandada, pois trata sobre licitações, trâmites burocráticos e administrativos de contratos. Além disso, esse profissional também participa de negociações, análises de riscos e controle de contratos/projetos.

Para essa área é necessário ter a OAB ativa, pois esse profissional vai assinar papéis, laudos e atuar em outros dispositivos como impugnações de concorrentes e recursos. Além disso, será o(a) representante legal da instituição.

Por ser um perfil difícil de achar para contratações diretas, normalmente as instituições recorrem a empresas prestadoras de serviços da região sul e sudeste. 

Gestores(as) de projetos públicos 

Muitas instituições do Terceiro Setor vincular suas atuações a contratos e projetos públicos. Com isso, abre-se muitas demandas de gestores(as) que possam tocar esses projetos. Porém, atuar nessa é um caminho um pouco mais complexo do que projetos privados. Para entendermos a diferença entre os privados e públicos, podemos destacar: 

Projetos públicos:

- se cronogramas não forem cumpridos à risca, a instituição poderá sofrer sanções e responder criminalmente.
- possui leis que regulam todo e qualquer tipo de contrato.

Projetos privados:

- se cronogramas não forem cumpridos à risca, não há risco de sanções criminais, a não ser que haja improbidades.
- a sanção existente é a perda de contrato ou algo similar.

Por essa complexidade de riscos de sanções criminais, a gestão de projetos públicos é uma área que requer muitos conhecimentos específicos em leis, trâmites documentais e burocráticos.

Sobre o autor 

Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Comentarista de Carreira, Emprego e Oportunidade dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazônia, Portal Amazônia e Consultor em Avaliação/Reelaboração Curricular.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista 

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