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Sexta, 19 Abril 2024

Pequenos negócios que dão certo na Amazônia

A região amazônica é muito rica, não só por seus recursos naturais, mas também pelas oportunidades de negócios que pode promover, seja com produtos ou serviços com apelos mundiais. Já percebeu que todos os países estrangeiros compram o que tem como bandeira a nossa região? Um artesanato, um produto natural, até mesmo um shampoo ou sabonete de alguma fruta regional. Mas como ganhar dinheiro com isso sendo um profissional independente?

Nesse artigo, vamos falar sobre as oportunidades de negócios que podem surgir em uma ideia simples, desde que seja com um aparato interessante de novidades e inovações. Mesmo que tenha com fatores popularmente "batidos", sempre tem algo que podemos criar, refazer e capitalizar com isso.

Nesse momento de crise, essa pode ser a alternativa para muitos profissionais autônomos ou liberais que estão com dificuldade de recolocação no sistema tradicional de trabalho, o CLT. Aparentemente podemos pensar que o que vou falar é algo grandioso, mas não. Nós podemos começar bem pequenos e, com o tempo, irmos aumentando a nossa possibilidade de trabalho, emprego e renda. 

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Artesanato pode gerar negócios?

Ele é e sempre terá um grande apelo mundial. Quem não quer comprar um colar feito de caroço de tucumã? Ou uma pulseira feita com açaí? São tantas as alternativas, que podemos escolher o tipo de atuação que vamos ter quando decidirmos atuar como profissionais independentes. Entretanto, para isso acontecer e funcionar, devemos sair da curva do artesanato comum, que muitos já fazem.

Para termos uma noção prática do que é isso, vamos trazer um exemplo antigo, porém, demonstrativo para entendermos a realidade do contexto. Quem lembra da moda das pochetes, que o mundo inteiro usava e que depois de um tempo declinou e passou a não ser mais usada? Imagina se nós, na época, tivéssemos criado uma pochete com as fibras da árvore do tucumã? Uau.... qual estrangeiro não iria comprar? Até mesmo os brasileiros, não é verdade?

Se trouxermos esse exemplo para o período atual, podemos analisar tudo que está ao nosso redor. Por exemplo: o norte-americano adora bonés. Já pensou se nós desenvolvêssemos um boné feito com a casca da fruta-pão ou com os restos de peixes que tratamos e depois jogamos no lixo? É claro que haveria a necessidade de fibralizar o tecido, para que assim ficasse firme a ponto de não se desfazer com o uso. Já imaginou uma ideia dessa no exterior?

Quando falamos sobre algo assim, a primeira ideia que temos é.... "Ah, mas eu precisaria ser um/a engenheiro/a para poder colocar isso para frente", não é verdade? Mas não.... qualquer profissional pode desenvolver uma ideia nesse formato, do menos até o mais escolarizado. É claro que será necessário ter parceiros que conheçam de tecnologias, trâmites para exportações e assim por diante, da mesma forma como é em qualquer negócio, que nunca se faz sozinho/a. 

Foto: Divulgação/Agência Brasil

Alimentação orgânica

Com os tempos de Covid e todo o caos generalizado que se instalou no mundo, o apelo por saúde preventiva e alimentação orgânica é e será uma realidade. Num contexto que ingerimos muitos alimentos transgênicos e com alterações de estruturas naturais, a alimentação orgânica entra para diferenciar esse processo de consumo das famílias de uma forma geral. Temos ideia de quantas frutas a nossa região proporciona para nós, considerando que em muitos lugares do mundo as pessoas nunca viram sequer um pé delas? É aí que entramos e devemos potencializar essa possibilidade de negócio através de novas descobertas, ciência e execução de projetos.

Para desenvolvermos uma ideia como essa, o primeiro passo é conhecermos todos os trâmites sanitários e regulatórios da área. O setor de alimentação tem intensa fiscalização e isso requer que tudo esteja dentro da regularidade. Não somente por isso, mas também por estarmos tratando de qualidade de vida de pessoas. E quem pode fazer? Todos nós, sem haver sequer a necessidade de uma formação técnica ou específica sobre o assunto. Se conhecermos todos os trâmites regulatórios, conseguiremos saber como e quando esses projetos podem funcionar, colocaremos a ideia para frente com mais facilidade. 

Foto: Divulgação/Agência Brasil

Pequenos serviços

A região amazônica ainda é muito carente de profissionais que atuem com projetos de pequeno porte. Por exemplo: dificilmente você encontra alguém que queira fazer pequenos reparos em residência, prédios e condomínios. Quem pensa nesse tipo de serviço quer algo grande, contratos com milhares de reais e que possam manter o negócio com um ou dois clientes. Por fora, os clientes menores ficam sem serem atendidos. É aí que entramos. Ao invés de termos um ou dois clientes que nos pagarão muito, podemos ter 10, cada um pagando um pouco, que vai se somar a um valor interessante no final de tudo.

Para escolher o tipo de serviço que podemos atuar, temos que listar todas as habilidades que nossas profissões nos dão. Se sou um eletricista, posso fazer pequenos reparos. Se sou professor de português, posso auxiliar pessoas a fazerem trabalhos ou apresentações de acordo com todas as normas regulares. Se sou alguém da área de estética, posso fazer atendimentos em domicílios. Se sou profissional da Saúde, posso fazer atendimentos particulares, e assim por diante.

Você, que está lendo agora esse artigo, conhece alguém do seu bairro que faça pequenas construções? Sempre lembramos de um os dois, não é verdade? Em outros casos, não lembramos de ninguém. Se lembramos de um ou dois, podemos chamar essas pessoas e elas estarem ocupadas com outros serviços. Já pensou se houvesse um gama de escolhas para fazermos daquele profissional que trabalhava em uma construtora, foi demitido e agora está trabalhando de forma independente? Ou daquele técnico eletricista que atuava em uma indústria, foi demitido e agora está prestando serviços domiciliares? Ou daquele/a cabelereiro/a que atuava em um grande salão de beleza, foi demitido/a e agora pode nos atender em casa? Todas essas oportunidades entram como possibilidades reais de renda.

Dentro de nossa área, a que atuamos no momento, o que podemos criar como serviço de pequeno porte para servir pessoas solteiras e famílias? 


Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Articulista de Carreira, Emprego e Oportunidade dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazônia, Portal Amazônia e Consultor em Avaliação/Reelaboração Curricular.

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