Neste artigo vou falar sobre as principais afirmações que geram desclassificações já no ato da conversa.
A entrevista de emprego ainda é um mistério para muitos profissionais. O que dizer, o que afirmar, o que responder e como se portar são enredos de uma dúvida que permanece há muito tempo na mente de concorrentes a vagas de emprego. A questão é que tudo isso pode ser mais simples do que imaginamos.
Boa parte dos(as) profissionais desclassificados(as) em entrevistas são por afirmações que nunca deveriam ser ditas. Quase sempre, a pessoa em questão não faz ideia de que aquilo é negativo e, por isso, fala até mesmo com boas intenções. Em muitos dos casos, há perguntas-pegadinhas justamente para tentar colher informações sobre até que ponto há o interesse real na vaga, empresa e desejar de seguir carreira.
Neste artigo vou falar sobre as principais afirmações que geram desclassificações já no ato da conversa. Vamos lá?
Vamos ver no que dá
Normalmente essa resposta é dada quando o(a) entrevistador(a) pergunta se a pessoa consegue fazer atividades propostas, ou se está preparado(a) para tal, ou se realmente quer a vaga. Quem responde isso pode até imaginar que é uma afirmação que gera positivismo, entretanto, a impressão e interpretação que se cria é que a pessoa está jogada à sorte, no “vamos ver se dá certo”. Essa insegurança de afirmação gera desconforto em quem ouve e criar dúvidas sobre a real capacidade ou vontade da pessoa em ocupar o cargo.
Uma afirmação como essa pode ser mudada para outras como “Mas é claro que estou preparado(a). Quando começo?”, ou “Consigo, sem dúvida. O que não conseguir, eu aprendo e faço”, ou algo similar. Sobre afirmações diante das perguntas mencionadas acima, precisamos promover o sentimento de segurança, que deixe a pessoa a vontade para saber que não teremos dificuldade prática nem emocional.
Estou estudando para concurso
Estudar para passar em um concurso é fantástico. Tem pessoas que se dedicam exclusivamente para isso. Outras mantém seus trabalhos tradicionais enquanto estudam. Em processos seletivos, a afirmação que o objetivo principal é ser uma pessoa concursada não é vista com bons olhos pela maioria de entrevistadores(as) e gestores(as) de setores. Por um motivo simples: a primeira interpretação que se cria com isso é que a pessoa não estará ali para construir uma carreira, mas sim por um tempo. Essa ideia de estadia temporária gera desconforto em quem vai decidir a contratação. Sendo assim, a tendência é que haja desclassificação.
Um dos principais aspectos que um(a) entrevistador(a) ou gestor(a) de setor busca em alguém é ver que a pessoa vai realmente atuar, se dedicar, resolver problemas e criar projetos que sejam inovadores para o setor que estiver. Tudo que seja fora disso, dificilmente terá aprovação.
Preciso ter um salário
A necessidade de ter um salário é real, afinal temos boletos a pagar todos os finais de meses. Entretanto, esse fator jamais deve ser usado como argumento em uma entrevista. Por mais que seja uma situação óbvia, algumas interpretações equivocadas podem ser feitas e isso pode gerar a desclassificação no processo seletivo.
A principal interpretação que pode se gerar é que a pessoa não tem ambição de crescimento e que trabalha apenas por um salário. Por mais que seja estranho saber isso, é a realidade em muitos processos seletivos. Sabendo disso, precisamos agir de forma que não deixemos espaço para esse tipo de pensamento.
A mensagem que precisamos emitir é que buscando a oportunidade por querermos fazer parte dela, construindo laços, lastro e resolvendo problemas. A demonstração de interesse real pela função é um fator que encanta qualquer contratante.
Eu tenho uma renda alternativa
Quando o(a) profissional afirma que tem outra renda como alternativa de sustento também pode ser visto como algo negativo. Não que isso em si seja algo ruim, entretanto, quem estiver entrevistando pode pensar que, na primeira oportunidade, a pessoa vai deixar a empresa, o que pode nem ser verdade. Além disso, pode haver a interpretação de que se a renda alternativa aumentar, em termos financeiros, será questão de tempo que a pessoa saia para se dedicar exclusivamente para aquilo. Sendo assim, sob esse contexto de insegurança, a desclassificação pode certa.
Por mais que façamos atividades para o complemento de renda, essa não é uma informação que possui contribuição técnica para um processo seletivo. Logo, não precisa ser citada.
E então? Vamos para a prática?
Sobre o autor
Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas,Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Comentarista de Carreira, Emprego eOportunidade dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazônia, PortalAmazônia e Consultor em Avaliação/Reelaboração Curricular.
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