Como ficará o mercado amazônico pós-vacina contra o Covid

Nesse artigo, vamos falar sobre o raio-x desse momento, com todos os detalhes de possibilidades de crescimento e tendências de mercado

A vacina contra o Covid nos trouxe a esperança de dias melhores nesse momento tão caótico que passamos, de saúde e empregos. A insegurança que esse vírus causou no mercado foi devastadora. Muitos negócios quebraram e muitas demissões ocorreram. Com essa incerteza, muitas empresas pararam suas operações, umas por não poderem funcionar devido a quarentena ou decretos, outras por saberem que o nível de vendas iria diminuir, que foi o que aconteceu e tem acontecido.

O grande Q dessa questão é que muitos empreendimentos estão ainda esperando para ver o que vai acontecer para conter a disseminação do vírus. Aumento de casos = pessoas em casa = baixa em vendas. Se o comércio tem baixa de vendas, a indústria não tem demanda para produzir e o serviço não tem para quem trabalhar.

Com o anúncio da primeira dose da vacina, o mercado começou a se animar. Quem conseguiu sobreviver ao caos, está começando a planejar a volta das operações. Entretanto, nem todos os segmentos vão ter aquecimento na geração de novas vagas. Pelo menos nesse reinício, o crescimento será gradual.

Nesse artigo, vamos falar sobre o raio-x desse momento, com todos os detalhes de possibilidades de crescimento e tendências de mercado. 

Foto: Thomaz Silva/Agência Brasil

 QUEM MAIS VAI CRESCER NOS DOIS PRIMEIROS MESES

O primeiro segmento a crescer em geração de vagas será o comércio. Com muitos produtos parados em estoque, a necessidade de vendê-los será o principal projeto da área no próximo semestre. Com isso, vagas como vendedores/as, assistentes administrativos/as, estoquistas e gerentes de lojas vão despontar nas contratações. Fora isso, também haverá a tendência de recontratações de profissionais que foram dispensados no pico da pandemia.

Unido a esse fator, também há um item novo: o tecnológico. Muitos desses negócios não tinham operações de e-commerce, o que é barato se falarmos sobre custos e que tem um algo nível de rapidez operacional. Pedido feito, pedido encaminhado. Não há custos com aluguel de estrutura para salão de vendas e com todas as demandas que o comércio convencional possui.

Dessa forma, também haverá uma alta demanda de profissionais que criem sites, artes, imagens, vídeos, gestores de mídias sociais, desenvolvedores e programadores, principalmente. No comércio, mais do que em qualquer outro segmento empresarial, além das contratações convencionais, também teremos vias alternativas para vendas, que normalmente vai envolver tecnologia. 

Foto: Agência Brasil

MAS E A INDÚSTRIA?

Num primeiro momento da recuperação dos negócios e geração de empregos, a indústria tende a ter um ritmo um pouco menor do que o comércio pelo fato do nível de produção industrial ter crescido muito nos últimos meses. Com o aumento de produção, os estoques das empresas ficam cheios para que os produtos sejam vendidos. Entretanto, com a baixa de consumo devido a quarentena, os estoques ainda estão cheios. Simplificando de forma prática: o comércio primeiro vai vender tudo que tem de abarrotado e depois fazer novos pedidos para as indústrias.

Depois que o comércio voltar a ter consumo, estima-se que após 30 ou 60 dias a indústria volte a produzir para que a engrenagem comercial se mantenha segura. Com esse aquecimento industrial, haverá demandas de auxiliar e operadores de produção, profissionais de logísticas em todos os níveis, até mesmo gerencial, compras e operações administrativas e burocráticas.

Dentro desse universo industrial, teremos uma grande demanda de profissionais com capacidade técnica de projetos, novos projetos e estudos de viabilidade econômica de novos investimentos. Isso ocorrerá porque a maioria dos negócios tentará criar produtos novos como alternativas de faturamento, sem que fiquem dependentes de algumas categorias de produtos. Essa cadeia alimenta oportunidades para Engenheiros/as Mecânicos, Elétricos, Eletroeletrônicos, Pesquisadores, Cientistas, Engenheiro de Materiais e similares. 

Foto: Diego Vara/Agência Brasil

COMO DEVE SER A RECUPERAÇÃO DO SETOR DE SERVIÇOS

As operações de prestadores de serviços dependem diretamente do comércio e indústria como principais vias de negócios. Há também a demanda de órgãos governamentais e de Terceiro Setor, porém, numa proporção muito menor. Se esses quatro segmentos não estiverem bem, o serviço também não ficará.

Diante disso, a tendência é que muitos serviços sejam terceirizados ou feitos através de prestações de serviços, fora do formato convencional CLT, o que tende a aumentar a quantidade de MEIs e profissionais independentes, sejam autônomos ou liberais, nos mais diversos segmentos. Entretanto, nesse período específico que estamos vivendo há uma demanda diferente no formato de negócios que o mercado vai procurar. O maior acerto é traçar uma estratégia para atender muitos clientes, com preços baixos e qualidade elevada. O cliente que antigamente fazia um contrato longo e com um valor bom, agora vai fazer contratações pontuais de prestadores de serviços. Isso significa que não poderemos mais contar com um cliente ou dois clientes que podem sanar toda a necessidade monetária que temos.

E O TERCEIRO SETOR?

O segmento de ONGs, institutos e outras instituições parecidas são as últimas que tendem a crescer. Isso ocorre porque normalmente elas são mantidas por órgãos governamentais, que agora estão gastando muitos recursos financeiros para o combate ao vírus. Dentro dessa realidade, precisarão de um tempo para recuperar caixa público e somente depois disso voltar a contratar.

Muitas instituições desse setor também captam recursos com empresas privadas, que terão a mesma característica que os órgãos governamentais, principalmente tendo operações reduzidas com a baixa de consumo devido a quarentena.

É claro que tudo que falamos é uma projeção. Não significa necessariamente que vão acontecer à risca. Pelo desenho mercadológico, essas são as tendências e precisamos estar preparados/as para elas.

Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Articulista de Carreira, Emprego e Oportunidade dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazônia, Portal Amazônia e Consultor em Avaliação/Reelaboração Curricular. 

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