A Ayahuasca, também conhecida como chá do Daime, é uma bebida produzida por populações tradicionais do Sul da Amazônia Legal e Internacional. Suas propriedades são estudadas desde que ganhou popularidade por ser usada em cerimônias do Santo Daime. A última novidade sobre ela revela o potencial para tratamento de depressão.
A pesquisa, realizada pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em parceria com o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR), mostrou um aumento no número de células progenitoras humanas a partir do uso de harmina, uma substância altamente concentrada encontrada da Ayahuasca.
A descoberta é extremamente importante, porque os remédios clássicos para o tratamento da depressão agem da mesma maneira que a substância. Eles revertem os sintomas estimulando a proliferação de células progenitoras no sistema neural. Este tipo de célula tem o poder de se transformar em outros tipos de células, mas diferente das células-tronco, as progenitoras geralmente são produzidas com um tipo alvo específico.
Outra pesquisa publicada anteriormente na Revista Brasileira de Psiquiatria, já levantava a hipótese de que a bebida seria eficiente na redução de quadros de depressão. O resultado foi obtido com a participação de voluntários que relataram, após 24 horas da ingestão do chá, sentirem a diminuição dos sintomas da depressão. Em média 62% dos voluntários apresentaram alguma melhora num curto período de tempo.
Segundo a pesquisa da UFRJ, o efeito estaria relacionado à harmina, uma espécie de antidepressivo natural, presente em grandes quantidades na Ayahuasca.
Legalidade
Em 2004, o Conselho Nacional Antidrogas no Brasil retirou a Ayahuasca da lista de drogas alucinógenas, permitindo o uso do chá em rituais religiosos. Alguns países, entretanto, ainda mantêm a proibição devido a presença de dimetiltriptamina, um composto proibido em países, como na Rússia e nos Estados Unidos.