Pesquisa mostra potencial biotecnológico da folha de pau-de-balsa como substituto do mercúrio na mineração

O estudo aponta a eficácia no extrato aquoso das folhas de pau-de-balsa

Folha de pau-de-balsa como substituto do mercúrio na mineração. Foto: Arquivo pessoal da pesquisadora Marta Regina Silva Pereira

Mostrar o potencial biotecnológico da folha da árvore de pau-de-balsa (Ochroma pyramidale) como substituto do mercúrio na mineração de ouro é objetivo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), desenvolvido por pesquisadores da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

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O estudo aponta a eficácia do extrato aquoso das folhas de Ochroma pyramidale, conhecida popularmente como pau-de-balsa, com eficiência em torno de 80% no processo de separação de ouro de outros minerais em concentrados de sedimentos, tornando-o eficiente para substituir o uso de mercúrio na mineração artesanal e de pequena escala.

A pesquisa demostrou que o uso do extrato é eficiente, simples, mais barato e ecologicamente correto do que os métodos tradicionais. Além disso, o manejo do extrato vegetal em substituição do mercúrio pode contribuir significativamente para a saúde e segurança das comunidades envolvidas na atividade, além de proteger o meio ambiente da contaminação química causada pelo mercúrio. O projeto foi desenvolvido em colaboração com a UEA, com a Universidade Federal de Rondônia (UFRO), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Instituto Militar de Engenharia.

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Foto: Arquivo pessoal da pesquisadora MartFolha de pau-de-balsa como substituto do mercúrio na mineração. Foto: Arquivo pessoal da pesquisadora Marta Regina Silva Pereira

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Reflorestamento

O estudo buscou ainda promover reflorestamento e práticas agroecológicas para recuperar áreas degradadas e fortalecer a soberania alimentar das comunidades ribeirinhas do município de Manicoré (distante a 332 km de Manaus). No decorrer da pesquisa foram realizadas ações de educação ambiental e assessoria técnica para 490 famílias das associações agroextrativistas na região do Médio Madeira.  Ao todo, o projeto implantou 14 viveiros florestais, contribuindo para o reflorestamento e a recuperação de áreas degradadas.

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Apoio

Para a coordenadora do projeto, o apoio da Fapeam foi fundamental por incentivar a colaboração científica e crucial para explorar o potencial biotecnológico da espécie.

“Sem o apoio da Fapeam, o alcance social e ambiental da pesquisa seria bem mais limitado. O financiamento permitiu que o projeto impactasse diretamente 490 famílias, com a criação de viveiros comunitários e a conscientização sobre práticas sustentáveis. Com o fomento da Fundação tivemos a integração entre diversas instituições de ensino e pesquisa unindo conhecimento técnico e científico em prol do sucesso do projeto”, explicou Marta Regina .

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Pap-Intec/Mineração

O Pap-Intec/Mineração Sustentável teve como objetivo fomentar projetos de ciência, tecnologia e/ou inovação que apontassem soluções para a redução dos impactos ambientais decorrentes do extrativismo mineral e oferecessem alternativas viáveis em substituição ao uso do mercúrio na cadeia de extração do ouro.

Além disso, o programa visou a programação  de atividades voltadas à temática educação ambiental e inclusão social, para dar continuidade aos processos de formação e capacitação científica e tecnológica, com ênfase na população ligada direta ou indiretamente à cadeia de produção mineral.

A iniciativa é uma parceria entre a Fapeam e a Fundação Rondônia de Amparo ao Desenvolvimento das Ações Científicas, Tecnológicas e à Pesquisa do Estado de Rondônia (Fapero), e buscou estimular a pesquisa colaborativa entre pesquisadores doutores do Amazonas e de Rondônia

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A pesquisa

A pesquisa será realizada no âmbito do Programa de Apoio à Pesquisa de Inovação Tecnológica – Redes de Pesquisa em Mineração Sustentável (PAP-INTEC/Mineração), edital nº 002/2022, coordenada pela Doutora em Botânica e professora da UEA, Marta Regina Silva Pereira, intitulado de ‘Potencial biotecnológico de ochroma pyramidale (cav. Ex lam.) Urb. (malvaceae)’,

*Com informações da FAPEAM

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