Começa a expedição em busca de macaco desaparecido para a ciência há 80 anos

Uma iniciativa internacional que reúne pesquisadores de vários países tenta localizar o Pithecia vanzolinii, uma espécie rara de macaco-voador que não é vista oficialmente há mais de 80 anos. A expedição em busca do animal partiu nesta terça-feira (7), e vai percorrer trechos de rios e florestas na Amazônia Brasileira. O deslocamento da expedição pode ser acompanhado pela internet. 

Pesquisadores percorrerão trechos de rios e florestas na Amazônia brasileira. Deslocamento da expedição pode ser acompanhado pela internet. Foto: Divulgação/Instituto Mamirauá

“Estamos prontos para iniciar a nossa aventura!”, conta com entusiasmo a pesquisadora do Instituto Mamirauá, Lisley Lemos. Nesse momento, ela e uma equipe internacional de cientistas estão em um pequeno e superequipado barco a motor em direção ao Rio Eiru, na Amazônia Brasileira. A aventura que Lisley se refere é uma expedição pelas matas e águas da região em busca de Pithecia vanzolinii.

A última e única vez que pesquisadores encontraram o primata foi em 1930, em um registro dos irmãos e naturalistas Alfonso e Ramón Olalla, no rio Eiru, estado do Amazonas. Esse será o ponto de partida da nova expedição, com o nome “Houseboat Amazon”, realizada pelo Global Conservation Institute e pelo Instituto Mamirauá, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.

“A região não é muito populosa, mas as pessoas caçam muito lá, especialmente macacos”, informa Lisley. “É um mosaico bem interessante: seringueiros, rurais e urbanos e povos indígenas. São desafios para a conservação”.

Durante as próximas três semanas, o barco/estação científica irá percorrer 400 km do Rio Eiru para conduzir as pesquisas. Trata-se da primeira fase da expedição. O Rio Gregório, no Amazonas, é o destino seguinte. Todo o trajeto pode ser acompanhado via GPS pelo site do projeto.

A expedição Houseboat Amazon tem parceria com o Conservation Leadership Programme, com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), com o Museu Emílio Goeldi, com a Universidade Federal de Brasília (UnB) e a Universidade de Salford, na Inglaterra. O apoio é do Exército Brasileiro, Spot Brasil e da Secretaria do Meio Ambiente do Acre.

Parauacu – é outro nome comum dado a macacos do gênero Pithecia, a que pertence o Pithecia vanzolinii. Acari, macaco-cabeludo, além de macaco-voador, são outros títulos dados a esse primata de porte médio, conhecido pela sua agilidade e pela longa cauda, que é maior do que o corpo.

Os parauacus são encontrados em várias partes da Amazônia, incluindo o Peru e a Bolívia. Recentemente, a primatóloga (especialista em primatas) estadunidense Laura K. Marsh descobriu cinco novas espécies de Pithecia, três delas exclusivas do Brasil.

Pesquisadora da Global Conservation Institute, Laura é uma das organizadoras da expedição Houseboat Amazon, que agora se empenha em buscar informações sobre a ocorrência e existência do membro mais misterioso dos parauacus, o Pithecia vanzolinii.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Projeto de cosméticos sustentáveis assegura renda de comunidades na Amazônia

O Projeto Cosméticos Sustentáveis da Amazônia é uma parceria público-privada que congrega 19 associações de produtores focadas na extração da biodiversidade amazônica.

Leia também

Publicidade