Campus Party Rondônia reúne mais de 40 mil pessoas em Porto Velho

Chegou ao fim a maratona de IoT, Blockchain, cultura maker, educação e empreendedorismo, que juntou mais de 40 mil pessoas na Open Campus e 3,9 mil campuseiros em quatro dias no SESI, em Porto Velho. A Campus Party Rondônia atingiu o dobro de presença de público em relação à expectativa inicial da organização, superando inclusive o de edições como Singapura e Itália. Várias caravanas do interior e de outros Estados da região, como Amazonas e Acre, marcaram presença.

Durante o evento, os participantes tiveram a oportunidade de mostrar seus projetos, ter contato com investidores, fazer muito networking e participar de palestras com referências como Sharron McPherson, diretora fundadora do consórcio Women in Infrastructure Development & Energy (WINDE), o maior grupo de mulheres em investimentos em infraestrutura da África; o engenheiro da NASA Gabe Gabrielle; o pesquisador e designer 3D brasileiro, Cícero Moraes; o especialista em games, Gordox; e Marcos Palhares, um brasileiro com vaga reservada para uma viagem suborbital.

Foram ao todo 174 palestras, 22 workshops em mais de 250 horas de conteúdo, com uma arena funcionando 24 horas por dia e uma internet de 20 GBps por segundo à disposição dos campuseiros. Para relaxarem e se refrescarem, os campuseiros puderam contar pela primeira vez na história do evento no Brasil com uma piscina atlética à disposição.

“Quero agradecer a todos os rondonianos e rondonienses por terem abraçado a Campus Party. Foi uma edição marcante, com muito calor humano e a apresentação de projetos incríveis dos empreendedores que trouxeram seus negócios para o espaço Startup&Makers, dos estudantes que participaram do programa Campus Future, de quem esteve espalhado pelas bancadas instaladas na arena, dos jovens que marcaram presença na oficina de robótica e dos participantes dos hackathons voltados para áreas estratégicas como educação, segurança e justiça. Definitivamente, Porto Velho se tornou a capital digital da Amazônia”, afirma Tonico Novaes, diretor-geral da Campus Party Brasil.

Foto: Jonatas Boni / Rede Amazônica 

Legados

Mais uma vez a Campus cumpriu seu papel, deixando uma série de legados para a sociedade, mas principalmente aos jovens de Rondônia.

“Essa é a nossa principal missão por onde passamos com a Campus Party. No caso de Rondônia, destaco três importantes legados: a criação do primeiro Centro de Reciclagem de Computadores e lixo eletrônico (CRC) do Estado, que será importantíssimo para o descarte correto desse tipo de produto para que não traga impactos negativos ao meio ambiente; a criação de dez laboratórios do programa Include, iniciativa de inclusão digital do Instituto Campus Party em conjunto com as instituições privadas, tanto na capital Porto Velho como por cidades do interior de Rondônia; bem como a elaboração de um manifesto gerado no 1º Fórum Internacional da Amazônia Sustentável, que conta com propostas para proteção e desenvolvimento da Amazônia e que será entregue à autoridades do governo federal”, conta Francesco Farruggia, presidente do Instituto Campus Party.

Hackathons

A Campus Party Rondônia recebeu a quarta edição do Data4Good – Use dados para resolver problemas sociais. Esse hackathon, feito em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e com o laboratório Cappra do renomado cientista brasileiro Ricardo Cappra, teve como desafio o desenvolvimento de soluções para melhorar a educação pública do país a partir de dados abertos.

Cappra é um cientista de dados que ajuda a resolver problemas complexos por meio de inteligência analítica. Dedica-se a encontrar formas de hackear negócios e o comportamento humano por meio da Ciência de Dados e, quando possível, transforma esses estudos em produtos e negócios.

O evento também abrigou o Hackathon da Justiça Federal de Rondônia (HackaJus), cujo objetivo foi viabilizar soluções para uma Justiça com mais acesso à informação e agilidade nos processos.Open CampusAs famílias, estudantes e milhares de pessoas que passaram pela área Open, entre 02 e 05 de agosto, encontraram uma intensa programação para se divertir e conhecer mais de perto o que são e como funcionam novas tecnologias.

Para isso não faltaram atrações como as corridas e batalhas de drones, área freeplay com uma série de games para os visitantes jogarem, simuladores de realidade virtual, lutas de sumô e corridas disputadas por robôs, espaço do Governo do Estado dedicado ao cadastro de potenciais doadores de medula óssea, entre outras opções como os curiosos e inovadores projetos acadêmicos da Campus Future e as dezenas de startups da Startup&Makers.

O espaço também foi palco de discussões e palestras, que trouxeram o que há de mais recente em educação, no espaço Educação do Futuro. 

Empreendedorismo

Quarenta startups participaram do programa Startup & Makers, cuja proposta é impulsionar e capacitar jovens talentos e empreendedores. Novos negócios de áreas distintas como agronegócio, comunicação, educação, entretenimento, finanças, tecnologia, saúde e varejo tiveram a oportunidade de apresentar seus produtos, testar mercados, aprender e ensinar para um público qualificado e ávido por curiosidades. Além disso, receberam mentorias, coaching e puderam interagir com investidores e diretores de grandes empresas que estiveram presentes no evento.

Foto: Daniele Lira / Rede Amazônica

1º Fórum Internacional Amazônia Sustentável

Ao longo de dois dias, especialistas de órgãos como WWI, Organização dos Estados Ibero-americanos, União Europeia, Sebrae Rondônia e Rede Brasileira de Cidades Inteligentes e Humanas se reuniram no palco principal para debater e trazer soluções para a Amazônia, relacionadas a temas como uso da água, recuperação e preservação de nascentes; questões ambientais que trazem impacto direto e indireto à região.

Ao fim do Fórum, foi gerado um manifesto que será entregue a autoridades do governo, em esfera federal, com uma série de propostas para que a discussão e andamento dos projetos apresentados tenham continuidade pós CPRO.

Entre as propostas apresentadas estão: disponibilizar todos os sistemas de monitoramento do bioma amazônico, rios e florestas, desmatamento, queimadas e degradações, de forma livre para todos os cidadãos brasileiros; implantação de forma imediata de um programa de regularização fundiária para eliminar conflitos agrários, bem como uso ilegal das terras; criação de um programa Desmatamento Zero na Amazônia; implementação de políticas de educação e saúde para as comunidades ribeirinhas e para as que vivem isolados na floresta; sugerir o reconhecimento da cultura dos povos indígenas da Amazônia como Patrimônio Cultural da Humanidade.

“O objetivo principal desse manifesto é produzir a conscientização de nossos dirigentes e o estímulo à implantação de políticas públicas que possam inserir a região amazônica no modelo de desenvolvimento econômico e social sustentável, sob os aspectos ambientais, econômicos, socioculturais e políticos. A Amazônia deve se integrar à economia mundial por meio das redes de mercados, tecnologias, empresas, consumidores, negócios e investidores”, afirma Valdemar Camata Júnior, diretor superintendente do Sebrae Rondônia, que esteve à frente do Fórum, ao lado de Francesco Farruggia, presidente do Instituto Campus Party.

Campus Party Sustentável

Falar em Amazônia sem focar em sustentabilidade não é possível. Por isso, uma das principais novidades trazidas para a Campus Party, em Rondônia, foi a criação de um posto de coleta seletiva de resíduos para reciclagem. Todos os resíduos separados nesta coleta seletiva, que funcionou ao longo dos cinco dias de evento, foram encaminhados para a cooperativa Catanorte, responsável por viabilizar um maior reaproveitamento dos resíduos recicláveis e, em contrapartida, gerar renda para as famílias que receberão esse material. Ao todo, foi coletada mais de meia tonelada de resíduos. Todo esse montante passará pelo processo de reciclagem.

Include

Projeto fruto de parceria entre o Instituto Campus Party e o Governo de Rondônia, o Include consiste na criação e montagem de laboratórios de robótica para aproximar jovens (menores de 18 anos) moradores de comunidades carentes da tecnologia e que tem como objetivos, identificar talentos dentro de comunidades menos favorecidas do país, criar vias para que possam estudar em escolas especiais, encaminhá-los ao mercado de trabalho para que saiam com emprego após a participação no programa e, mais do que isso, prepara-los para que consigam levar soluções para a própria comunidade usando a tecnologia, sem depender da ajuda externa. 

O Include nasceu na primeira edição da Campus Party Bahia, em 2017. Em outubro do ano passado teve sua primeira unidade inaugurada, em Canudos (BA).

Foto: Sérgio Andrade/Rede Amazônica

Sobre a Campus Party

A Campus Party é a maior experiência tecnológica em Internet das Coisas, Blockchain, Cultura Maker, Educação e Empreendedorismo do mundo. O evento conta hoje com mais de 550 mil campuseiros cadastrados em todo mundo, e já produziu edições em países como Espanha, Holanda, México, Alemanha, Reino Unido, Argentina, Panamá, El Salvador, Costa Rica, Colômbia e Equador. O evento está presente no Brasil há dez anos.

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