Superintendente adjunto do DNMP é uma das vítimas do acidente aéreo em Manaus

Fred Cruz era referência em geologia no Amazonas. Foto: Reprodução/YoutubeO Superintendente adjunto do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNMP) no Amazonas, geólogo Frederico Cruz está entre as vítimas fatais do acidente aéreo que aconteceu na manhã desta quarta-feira (7), em Manaus. A informação foi confirmada pelo DNPM em Brasília. Fred, como gostava de ser chamado estava a caminho de Novo Aripuanã (localizado a 229 quilômetros da capital) com outras cinco pessoas.Por meio de nota o órgão federal lamentou a morte de Fred, que era servidor há 37 anos. “É com pesar que informo o falecimento do geólogo do DNPM, João Frederico Guimarães Cruz, na data de hoje, vítima da queda de avião na cidade de Manaus. O servidor estava viajando em missão oficial aos municípios de Novo Aripuanã e Manicoré (AM) e retornaria na quinta-feira, dia 09 de dezembro. A missão era a de vistoriar a área de um suposto garimpo ilegal nos municípios, objetivando responder demanda do Ministério Público Federal”, diz o texto.O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) também divulgou nota lamentando o ocorrido. “Lamentamos a partida repentina e trágica, no acidente aéreo na manhã desta quarta-feira, 7 de dezembro, do geólogo Fred Cruz, funcionário no DNPM no Amazonas, onde prestou relevantes serviços à sociedade. Fred foi presidente do Instituto de Desenvolvimento dos Recursos Naturais e Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (IMA-AM), no período de abril de 1994 a dezembro de 1994, órgão que antecedeu o Ipaam até 1995. Em nome do Ipaam, a diretora-presidente Ana Eunice Aleixo deixa suas condolências aos familiares e amigos de Fred Cruz e registra sua atuação como defensor do desenvolvimento sustentável no Amazonas”.Participação especial

Em março deste ano, Fred Cruz participou do programa da WebTv do Portal Amazônia, Amazônia Interativa onde comentou sobre a revisão da altura do Pico da Neblina e do Pico 31 de Março. Assista ao vídeo:

Biografia

Fred Cruz se formou na primeira turma de Ciências Geológicas da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), na ocasião, foi orador da turma e teve um dos melhores coeficientes da classe. Durante a graduação, lecionou as disciplinas de matemática, química e ciências em várias escolas públicas da capital, além de Mineralogia no curso técnico de Geologia.

Durante a juventude, Cruz se destacou também na formação política onde iniciou sua carreira na Diretoria do Grêmio Estudantil da extinta ETFAM. Ele também se tornou o primeiro Presidente do Centro Acadêmico de Geologia e membro do Diretório dos Estudantes da antiga FUA. Em 1987, representou o Brasil durante uma viagem estudos à República Popular da China. Já entre os anos de 1993 e 1994, Cruz lecionou a Micropaleontologia no curso de graduação em Geologia pela Ufam.

No período de 2000 a 2004, o geólogo lecionou no Centro Universitário do Norte. Algumas disciplinas ministradas por Cruz durante sua carreira foram Projetos Ambientais, Turismo e Meio Ambiente, Geografia do Turismo e Trabalho de Conclusão de Curso e também no Curso de Especialização em Museologia da Ufam, com a disciplina Gestão Museológica, em 2006.

NomeaçõesEm 1994, Cruz foi nomeado presidente do Instituto do Meio Ambiente do Amazonas (IMA), atualmente IPAAM e,  Secretário de Estado do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia do Amazonas. Neste mesmo ano representou o Brasil no Programa de Desenvolvimento Sustentável das Américas, em Tegucigalpa – Honduras, evento auspiciado pela Organização dos Estados Americanos (OEA).Cruz também atuou como Secretário Municipal de Indústria, Comércio, Cultura, Turismo e Meio Ambiente do Município de Presidente Figueiredo (distante a 117 quilômetros de Manaus), no período de 1995 a 2000.  Por duas vezes, 1987 e 2005, Cruz assumiu a presidência da Associação Profissional dos Geólogos do Amazonas (APROGAM) em 1987 e em 2005.Publicou diversos trabalhos em congressos, seminários, jornais e revistas especializadas. Constantemente apresentava palestras em universidades, municípios, entidades de classe, instituições públicas e privadas. Em 2007, escreveu o livro ‘Produz Amazonas’, demonstrando a necessidade do Estado definir o seu modelo de desenvolvimento, a partir do uso racional dos recursos naturais. Em 2011 assumiu o cargo de superintendente adjunto do DNPM-AM, onde desenvolvia atividades técnicas desde agosto de 1981.

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