Em 1968, as atividades se estenderam ao Mato Grosso e à Amazônia, com a adesão de 648 jovens. Hoje, o projeto é subordinado ao Ministério da Defesa, embora a articulação interministerial garanta a essência do projeto, que é o encadeamento entre vários campos do conhecimento como saúde, saneamento e meio ambiente entre outros.
Para que as ações junto às comunidades carentes tenham efeitos duradouros, o projeto prioriza a formação de multiplicadores entre produtores, agentes públicos, professores e lideranças locais. Com isso, favorece, no longo prazo, a população, a economia, o meio ambiente e a administração locais.
Números
Com o slogan Lição de Vida e Cidadania, o projeto já promoveu 151 ações em 844 municípios, envolvendo 291 instituições e mais de 19 mil voluntários, chamados de rondonistas. O ano de maior mobilização foi 2009, que teve 12 ações. Para 2017 estão previstas duas operações, a Rondônia Cinquentenário e a Serra do Cachimbo.
A Operação Serra do Cachimbo ocorrerá entre 14 e 30 de julho e vai levar 161 rondonistas de 16 universidades a nove municípios, sendo oito no Mato Grosso e um no Pará. Entre as metas desta operação está capacitar produtores locais nas áreas da agricultura familiar e do turismo.
A outra operação é a Rondônia Cinquentenário, que começa nesta sexta-feira (7). Ela será lançada nesta quinta-feira (6), em Porto Velho, em uma cerimônia de comemoração ao aniversário do projeto, com a presença do ministro da Defesa, Raul Jungmann. As tarefas dos 300 voluntários deverão beneficiar 15 municípios.
Experiência
Em diversas operações, a presença feminina entre voluntários é predominante. A biomédica gaúcha e mestre em biotecnologia Bruna Jordon Togni, de 29 anos, foi uma das 212 mulheres que integravam o time de 375 rondonistas da Operação Açaí, realizada no Pará, em 2012.
“Foi uma experiência muito bacana, tanto para nós quanto no sentido de poder proporcionar isso à comunidade. Mudou minhas formas de enxergar o mundo, de ver o quanto nós temos, ao possuir coisas simples como chuveiro, saneamento básico, coisas que antes eu não valorizava”, disse.
Os benefícios se traduziram também em uma compaixão ampliada no ambiente profissional. “Eu passei a ser muito mais sensível aos meus colegas, a ter muito mais empatia”.
O bom histórico escolar e experiência em práticas junto a comunidades carentes garantiram a ida de Bruna a Curralinho, na Ilha do Marajó. A viagem até a cidade, localizada a 150 quilômetros de Belém, foi de barco e durou um dia inteiro.
Bruna conta que a proposta da instituição, à época, deveria considerar dois aspectos: o assistencial e o de saúde. A equipe teve contato com problemas específicos da região, como a malária. “Em pouquíssimos lugares, a água era encanada. Na maioria, vinha diretamente do rio. Era corriqueira a falta de estrutura. Não tinha médico, e era uma cidade com 30 mil habitantes”.
Inscrição
Atualmente, as equipes são formadas por dois professores e oito alunos. Os interessados apresentam uma proposta de trabalho, que é submetida a uma comissão. Os editais são divulgados no site do Projeto Rondon, geralmente em março e agosto.
O projeto também divulga fotos, pelo Instagram, e mantém contas no Twitter e no Facebook.