Para reduzir pena, presos trabalham na manutenção de escolas no Pará

Cerca de 100 internos custodiados pela Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (Susipe) trabalharam nos três primeiros meses do ano de 2017 na revitalização de escolas em todo o Estado, por meio do projeto Conquistando a Liberdade. Em contrapartida ao trabalho voluntário, a cada três dias trabalhados, os detentos reduzem um dia de pena, como determina a Lei de Execução Penal Brasileira.

As atividades dos internos incluem capina, poda de árvores, roçagem, reparos elétricos e hidráulicos, além do conserto de telhados e pintura de muros e salas de aula. Os detentos da Colônia Penal Agrícola de Santa Isabel (CPASI) trabalharam na última semana na revitalização da Escola Estadual Magalhães Barata, no município de Santa Isabel.

O objetivo das ações promovidas pelo projeto é reintegrar o custodiado a sociedade, estimular a prática do trabalho como maneira de garantir o sustento da família do interno quando este alcançar a liberdade e reduzir o número de reincidência criminal no sistema penitenciário.

Foto: Reprodução/Shutterstock
Anderson Mota, 30 anos, está há sete meses na CPASI. Os dias em que participa do projeto costumam ser bem diferentes e mais estimulantes do que os dias passados dentro da prisão. Ele acredita que a chance de trabalho que está tendo hoje já faz a diferença no seu modo de pensar e pode dar a ele um futuro melhor.
“Aqui a gente acorda cedo, começa a trabalhar e no final do dia retorna pra colônia. Volta com a cabeça mais tranquila, em paz. Já decidi que quando eu sair eu quero trabalhar e garantir o meu sustento e da minha família de forma honesta, sem mais me meter em coisa errada”, disse o interno.

Para participar do projeto os detentos passam por uma avaliação criteriosa pela área médica e psicológica da Susipe. Os internos que já fizeram cursos de capacitação ou profissionalizantes tem preferência no processo de seleção. 

Segundo o assessor de Projetos Especiais da Susipe, Ercio Teixeira, os índices de reincidência criminal de pessoas que participam de projetos como o Conquistando a Liberdade é muito menor do que aqueles que nunca participaram de nenhuma atividade de reintegração. “Quando o interno sai do sistema penal já está habituado com o trabalho, pois muitos quando estavam em liberdade nunca se quer pegaram em uma ferramenta de trabalho braçal. Estimamos que o índice de reincidência entre presos que participam do Conquistando a Liberdade seja 20% menor do que os detentos que não participam de nenhuma atividade laborativa”, explicou o assessor.

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Instalado há cerca de três anos, o projeto tem sido um exemplo de como a parceria entre a tecnologia e a assistência técnica especializada pode transformar a vida dos produtores​.

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