Pará é Estado da Amazônia com municípios mais violentos, aponta estudo

O primeiro dia de 2017 marcou, de forma negativa, o País. A rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus, no Amazonas, mostrou a fragilidade do sistema penitenciário e deixou 56 mortos. O caso é o primeiro episódio narrado com destaque no Atlas da Violência 2017, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) nesta segunda-feira (5).

A crise na segurança pública tem se agravado com o passar dos anos e, conforme o estudo, entre os cinco municípios mais violentos, dois são na Amazônia. Na escala, Altamira, no Pará, é o mais violento de todo o Brasil, com 107%. Já São José de Ribamar, no Maranhão, é o quarto, com 96,4%.

O Pará, no entanto é o líder na Amazônia, com quatro municípios na lista dos 30 mais violentos, seguido pelo Maranhão, com dois. Os demais Estados amazônicos não aparecem nesta lista. Já na lista dos 30 municípios mais pacíficos, apenas Cametá, também no Pará, representa a Região Norte. 

Segundo a publicação, os Estados que apresentaram crescimento superior a 100% nas taxas de homicídio estão nas regiões Norte e Nordeste. Na Amazônia, o Maranhão ocupa o terceiro lugar, com 130,5% de crescimento, depois de Rio Grande do Norte (232%) e Sergipe (134,7%).

Ainda segundo o estudo, o perfil das vítimas permanece o de “homens, jovens, negros e com baixa escolaridade”. Os jovens estão no topo, uma vez que mais de 318 mil foram assassinados entre os dez anos pesquisados. Das vítimas de homicídio, 54,1% tinham entre 15 e 29 anos em 2015.

No mesmo ano, foram 4.621 mulheres assassinadas, taxa de 4,5 mortes para cada 100 mil mulheres. Destaca-se um crescimento de 22% da mortalidade de mulheres negras e uma redução de 7,4% da mortalidade de mulheres não negras. Roraima, Goiás e Mato Grosso lideram a lista de homicídios contra mulheres.

A cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras. Conforme a publicação, 37,7 correspondem à taxa de homicídios de negros, um aumento de 18,2% entre 2005 e 2015. “Diante das análises (…) fica patente a necessidade de um maior comprometimento das principais autoridades políticas e do campo da segurança pública em torno de um pacto contra os homicídios”, finaliza o documento. 

*Com informações do Ipea
 

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