Uma salva de fogos anunciou, às 5h30, a saída do cortejo que conduz a berlinda com a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré da Igreja Matriz de Ananindeua rumo ao distrito de Icoaraci, dando início à segunda romaria oficial do Círio de Nazaré 2017. Após uma noite de vigília e orações, a imagem foi acompanhada em carreata na Romaria Rodoviária, até o segundo destino da sua caminhada anual, o cais da Vila Sorriso, onde foi recebida por centenas de fiéis para a bênção que marcou a saída do Círio Fluvial pelas águas da Baía do Guajará.
Assim como no Traslado Rodoviário da última sexta-feira (6), milhares de devotos se prepararam desde as primeiras horas do dia para acompanhar a procissão que partiu da rodovia BR-316, passando pelo entroncamento e seguindo pela avenida Augusto Montenegro. No percurso de quase 24 quilômetros até o trapiche de Icoaraci, o segundo maior das romarias oficiais do Círio, novas e emocionantes homenagens à Virgem de Nazaré.
A imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré chegou ao porto de Icoaraci às 8h40 e após a bênção aos fiéis, foi conduzida pelo arcebispo metropolitano Dom Alberto Taveira até a corveta Guarnier Sampaio, da Marinha do Brasil, que a transporta oficialmente e faz a sua escolta pelas águas do rio Pará até a escadinha da Estação das Docas, no centro de Belém, na Romaria Fluvial.
Nessa, que marca a terceira romaria oficial do Círio, a imagem peregrina é acompanhada em um trajeto de mais de 18 quilômetros – o equivalente a 10 milhas náuticas – pelas águas da baía do Guajará em uma procissão de aproximadamente duas horas de duração. Na chegada à escadinha da Estação das Docas, ela é retirada da cúpula de vidro que a protege durante o deslocamento e conduzida até a Praça Pedro Teixeira, onde recebe honras de chefe de Estado, pela Polícia Militar, como determina a Lei Estadual nº 4371, de 15 de dezembro de 1971, que proclamou a Virgem de Nazaré, Padroeira do Pará e Rainha da Amazônia.
O Círio das Águas, como também é chamada a Romaria Fluvial, é realizado há 32 anos, e começou por iniciativa do historiador Carlos Rocque, presidente da então Companhia Paraense de Turismo (Paratur) – hoje Secretaria de Estado de Turismo (Setur) -, como forma de permitir aos moradores da região das Ilhas de Belém a chance de também homenagear a padroeira do Pará. Ao longo de mais de três décadas, a Romaria Fluvial cresceu exponencialmente. Prova disso está no número de embarcações participantes, que de 50, na primeira edição, em 1986, passaram a quase 500, no último ano.
Após o desembarque na escadinha do cais do porto, pouco depois das 11h, e a recepção protocolar de autoridades do município e do Estado, a imagem peregrina chegou à orla da Estação, onde estava sendo aguardada por uma multidão que, desde muito cedo, procurou o melhor lugar para companhar a chegada da Romaria Fluvial e poder chegar o mais perto possível do símbolo maior dos católicos do Pará.
Já em terra, a imagem peregrina recebeu as homenagens militares e de autoridades governamentais na Praça Pedro Teixeira, sendo conduzida em seguida pelas mãos do bispos auxiliares Dom Antônio de Assis Ribeiro e Dom Irineu Romam para a bênção da população. Colocada novamente em uma réplica da berlinda, a imagem iniciou à penúltima jornada deste sábado (7), rumo ao colégio Gentil Bittencourt, num percurso de pouco mais de dois quilômetros, dando início à quarta romaria do Círio: a Moto Romaria.