Greve dos caminhoneiros continua afetando a Amazônia; confira situação nos estados

Mesmo com o acordo feito entre o governo federal e líderes do movimento grevista dos caminhoneiros, na noite deste domingo (27), em Brasília, em muitos pontos do país as manifestações continuam.

A negociação, que durou cerca de duas horas, prevê a redução de R$0,46 no preço do diesel, nos próximos 60 dias e, após esse período, reajuste mensal. Além disso, entre outros pontos negociados está a isenção da cobrança de pedágios dos caminhões que trafegam vazios (eixo suspenso).

As medidas provisórias que contêm as ações da presidência da república foram públicas em edição extra do Diário Oficial da União. A MP 831 define que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) contratará transporte rodoviário de cargas, com dispensa do procedimento licitatório. A MP 832 estabelece tabela mínima para o valor do frete, e a MP 833 determina que os veículos de transporte de cargas que circularem vazios ficarão isentos da cobrança de pedágio sobre os caminhões vazios.

Na Amazônia os reflexos da greve dos caminhoneiros pôde ser sentido com mais intensidade em alguns estados, como é o caso de Mato Grosso, que até o momento registra manifestação em 32 pontos de rodovias federais e estaduais.

  • Mato Grosso

O transporte público de Cuiabá e Várzea Grande operam com 50% da frota. Os estoques de alimentos estão comprometidos e as aulas em univesidades e escolas foram suspensas nesta segunda-feira (28). Os postos recomeçaram a fazer o reabastecimento de combustível, e o aeroporto que atende a capital opera normalmente.

  • Rondônia

Em Rondônia, a situação é mais crítica em relação ao reabastecimento dos postos de combustíveis do interior, que ainda estão em falta. Com relação à alimentação, o Sindicato do Comércio Atacadista de Rondônia (Singaro), informou ao G1 Rondônia que o estoque de frutas e vegetais no estado está quase zerado e algumas empresas não estão mais com atendimento ao público nesta segunda-feira (28). Já a eletricidade continua em racionamento em cidades do interior, pois algumas termelétricas dependem de combustível para operar.

  • Amazonas

No Amazonas, há normalidade tanto no abastecimento de postos de combustíveis quanto nas feiras, mas alguns produtos alimentícios já tiveram preços reajustados, como por exemplo, o tomate, batata e a cebola. As aulas foram retomadas nesta segunda-feira (28) e o transporte opera com 100% da frota em Manaus.

Foto: Adneison Severiano/Rede Amazônica

  

  • Acre

No Acre, os postos de combustíveis voltaram a ser reabastecidos, após um acordo com a Polícia Rodoviária Federal  (PRF-AC) neste domingo (27). Carretas com combustível, gás de cozinha e cargas de produtos perigosos e perecíveis foram encaminhados para onde deveriam ser descarregados. Os demais serviços continuam com normalidade.

  • Amapá

No Amapá, há uma interdição parcial de caminhoneiros que protestam contra os preços dos combustíveis, na rodovia Duca Serra, que liga Macapá a Santana. Os grevistas aguardam reunião da categoria com o governo do Estado. E ainda não há comprometimento com os demais serviços.

  • Pará

No Pará, há o registro de pelo menos 17 pontos de interdição em rodovias federais e estaduais. Também há falta de hortigranjeiros na Central de Abastecimento do Pará (Ceasa) e algumas universidades já suspenderam as aulas, como a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra). O abastecimento de combustível está sendo normalizado e o aeroporto de Canaã dos Carajás, depois de ficar dias sem operar por falta de combustível já está normal desde o último domingo (27).

  • Roraima

Em Roraima, continua o protesto dos caminhoneiros. Em entrevista ao G1 Roraima, Áquila Costa, representante dos caminhoneiros, ressalta que há 290 caminhões parados na BR-174, altura do quilômetro 483, e sem interdição da rodovia. Os caminhões com perecíveis e combustíveis são liberados gradativamente para evitar o desabastecimento no estado.

  • Tocantins

Em Tocantins, são 12 pontos de manifestação nesta segunda-feira (28). Segundo o Sindicato dos Postos de Combustíveis do Tocantins (Sindiposto) cerca de 80% dos postos estão sem combustível. Há também poucas frutas e verduras, tanto nas feiras, quanto nos supermercados. As aulas das universidades públicas estão suspensas e os ônibus circulam com uma frota 5% menor do que a normal.

Foto: Divulgação
  • Maranhão

No Maranhão, a Central de Abastecimento de alimentos em São Luís, tem estoque muito baixo. O transporte público circula com apenas 70% da frota, e várias universidades suspenderam as aulas, como a UEMA, UFMA e Ceuma.

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