Bolivianos que protestam contra a nova candidatura à presidência de Evo Morales fecharam, nesta quinta-feira (6), a fronteira entre Guayaramerin, Bolívia, e Guajará-Mirim, em Rondônia. O Tribunal Eleitoral Boliviano autorizou, na última terça-feira (4), Evo Morales disputar o quarto mandato consecutivo. Ele está no poder desde 2006.
O Comitê Cívico da Bolívia declarou o fechamento de estradas, ruas, avenidas e até a fronteira com Brasil. Por conta do protesto, brasileiros não conseguem atravessar o Rio Mamoré, nesta quinta, para fazer compras, pois os barcos não puderam navegar.
O movimento é a nível nacional e deve durar cerca de 24h. Os cidadãos bolivianos pedem respeito e o cumprimento do “Referendum 21 de febrero del 2016”.
Conforme a constituição boliviana, o referendo de 2016 não permite que um candidato a presidência concorra a reeleição por mais de uma vez. Logo, o atual Presidente, Evo Morales, não poderia se candidatar a reeleição.
A população boliviana acusa, ainda, o Tribunal Constitucional Plurinacional da Bolívia de favorecer ilegalmente autoridades políticas nacionais, descumprindo assim o “Referendum 21 de febrero del 2016”.
Os protestos no País ocorrem desde terça-feira e contam com atos como bloqueios de ruas e vigílias. O jornal ‘La Razón’ noticiou que, em algumas cidades, houve confrontos com apoiadores de Morales e com forças de segurança. Até o momento, La Paz é a capital com mais protestos.
Nova candidatura de Morales
Na noite da última terça-feira (4), o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) da Bolívia autorizou a candidatura do atual presidente, Evo Morales, e do vice, Álvaro García Linera, para as eleições primarias que devem acontecer no dia 27 de janeiro de 2019.
Desta forma, Evo Morales e o vice poderão concorrer a um quarto mandato. As eleições gerais à presidência da Bolívia acontecerão em outubro de 2019. O Movimento ao Socialismo (MAS), partido do atual presidente, concorrerá nas eleições primarias com mais sete chapas autorizadas pelo TSE.