Mesmo com a produção reduzida nesta época de pandemia, os produtores continuam abastecendo municípios do arquipélago marajoara.
O queijo do Marajó, que já é uma tradição para os paraenses, deverá em breve ser reconhecido pelo mundo inteiro. Isso porque o processo de Indicação Geográfica (IG) do produto caminha para a sua finalização.
Emanuel Lopes é produtor da CoopMarajó, uma cooperativa de produtores de leite e derivados da região, e vai ser um dos beneficiados com a Indicação Geográfica do queijo do Marajó. Mesmo com a produção reduzida nesta época de pandemia, ele continua abastecendo municípios do arquipélago marajoara.
A Indicação Geográfica é uma marca que atribui valor e identidade própria a um produto, evidenciando características como o local de onde vem, o solo e clima onde foi cultivado, o tratamento que foi dado, a cultura envolvida. Tudo isso com a garantia da origem e produção, que conferem ao produto uma qualidade única em relação aos outros semelhantes disponíveis no mercado. E é essa marca que o queijo do Marajó vai ter em breve.
A Associação dos Produtores de Queijo e Leite do Marajó (APQL Marajó) foi a responsável por fazer o pedido de Indicação Geográfica junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial, INPI. Não é um processo simples, que exigiu a parceria de diversas instituições, como o Sebrae, a Embrapa Amazônia Oriental, Secretarias de Governo, Fórum Técnico de Indicações Geográficas e Marcas Coletivas do Estado do Pará, entre outros.
O selo do queijo do Marajó vai beneficiar não somente os produtores vinculados diretamente à associação, mas também todos aqueles que estão na região delimitada pela IG e que cumprirem as exigências técnicas de fabricação do produto.
Para Emanuel Lopes, o selo de Indicação Geográfica do queijo do Marajó vai trazer mais valor à bubalinocultura, mais reconhecimento aos produtores, mais turismo e mais desenvolvimento à região.
Programa para a bubalinocultura
O produtor Emanuel Lopes é um dos parceiros da Embrapa Amazônia Oriental, vinculado ao Programa Promebull, cujo objetivo é alavancar a bubalinocultura por meio de tecnologias e boas práticas de produção. O programa abrange as regiões do Marajó, Baixo Amazonas, Nordeste e Sudeste Paraense.
O Pará possui a maior população de búfalos do país, com 520 mil cabeças, o que representa quase 40% do rebanho nacional. A maior parte está concentrada na Ilha do Marajó, segundo dados da Pesquisa da Pecuária Municipal/IBGE (2018).
O Promebull é um programa coordenado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), pela Federação da Agricultura do Estado do Pará e pela Embrapa.