Do Hangar, as 44 viaturas da corporação seguiram para começar as atividades ostensivas, realizadas em parceria com o sistema estadual de segurança, pelo prazo inicial de 90 dias, que podem ser prorrogados por igual período, de acordo com a necessidade.
Segundo o governo do Estado, a vinda da Força Nacional ao Pará era uma demanda antiga da sociedade paraense devido ao aumento da violência no Pará, especialmente nos últimos anos. A escolha dos locais que receberão, inicialmente, a presença ostensiva da Força Nacional baseou-se na análise das estatísticas de criminalidade, e todo o trabalho foi planejado por meio de parceria entre a segurança pública estadual e o órgão federal.
“Esses locais superam, em muito, as médias nacional e estadual de homicídios por cada 100 mil habitantes. Eles representam quase quatro vezes a média nacional, e pelo menos o dobro da média estadual. Hoje, o Brasil registra uma média de 30 homicídios por cada 100 mil habitantes, enquanto o Pará tem 51 homicídios por cada 100 mil habitantes. Os bairros que nós escolhemos para receber as ações apresentam índices de mais de 123 homicídios por cada 100 mil habitantes”, disse o governador.
Territórios de pacificação
As regiões onde a Força Nacional atuará neste primeiro momento serão as mesmas a receber projetos de pacificação que estão sendo planejados pelo governo, devido aos altos índices de violência registrados. “Já estamos avaliando os investimentos que serão necessários para darmos início ao processo de presença do Estado, com investimentos em saúde, educação e programas sociais, para a geração de emprego e renda”, acrescentou.
O secretário de Estado de Segurança Pública, Uálame Machado, detalhou as medidas que já vêm sendo tomadas em âmbito estadual para combater a violência. Entre elas, estão a Operação Polícia Mais Forte, que determinou a utilização de viaturas do trabalho administrativo da PM também no policiamento ostensivo nas ruas; a compra de jornadas extraordinárias dos policiais, representando, também, um incremento nas ruas, e agora o reforço da Força Nacional de Segurança.
Concursos públicos
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Dilson Júnior, destacou o fato de que os agentes da Força Nacional vão atuar apenas no trabalho ostensivo, diretamente nas ruas, o que representa um incremento significativo na presença de agentes. “Hoje, nós temos um déficit de cerca de 50% no nosso efetivo, e estamos trabalhando para diminuí-lo com a realização de novos concursos públicos. Até isso se concretizar, no entanto, é fundamental contarmos com esse tipo de reforço, para podermos estar mais próximos da sociedade”, afirmou.
Comando feminino
A Operação Nazaré será comandada pela major Keyssiane Lima, oficial da Polícia Militar do Maranhão, com 18 anos de experiência. Para ela, é uma honra estar à frente de uma missão tão importante. “Estou me preparando há 18 anos para ser comandante. Estarei à frente de colegas tão profissionais quanto eu. Será um desafio para todos nós, e uma honra também. Estamos preparados, capacitados e adestrados para nos esforçar ao máximo e contribuir com as forças de segurança locais no enfrentamento à criminalidade”, garantiu.
Operações
Entre as ações que serão colocadas em prática estão as operações Águia, que consiste no moto recobrimento – patrulhamento feito por motocicletas – para coibir práticas delituosas nos grandes corredores e em locais de difícil acesso; Recobrimento, que realizará ações ostensivas em áreas de mancha criminal elevada; Hypnos, que visa fiscalizar estabelecimentos comerciais para inibir irregularidades; Dragão, que estabelece rondas no entorno de casas penais; Saturação, que realiza patrulhamento e abordagens, e a Operação Barreira, que consiste na abordagem de veículos para coibir infrações de trânsito e roubos.
Os agentes da Força Nacional também apoiarão as incursões em áreas de maior grau de periculosidade, as rondas preventivas nas vias e o acompanhamento das averiguações do Disque-denúncia: 181.