Cerca de 60 homens da Defesa Civil do Pará estão no município de Redenção, sul do estado, desde a última quarta-feira (28) Na noite de terça-feira, as fortes chuvas do período causaram o rompimento de três represas. Trezentas e cinquenta e oito famílias foram impactadas em dez bairros, 127 foram afetadas diretamente e 28 delas estão desalojadas. Um abrigo foi colocado à disposição pela prefeitura, mas as famílias desalojadas preferiram ficar em casas de parentes. Nenhuma vítima fatal ou acidentada foi registrada.
A Defesa Civil Estadual, em conjunto com a Defesa Civil municipal, vem atuando em uma força-tarefa, que conta com o apoio de órgãos como a Secretaria de Assistência Social estadual e municipal, Secretaria de Transportes (Setran), Denit, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar, ajudando na segurança dos bairros que foram impactados.
“Depois das ações de resgate, estamos atuando diretamente no apoio à população, ajudando a Secretaria Municipal de Assistência Social no cadastramento das famílias e realizando vistorias nas casas atingidas”, disse o capitão Marcelo Santos, sub-chefe da Divisão de Operações.
Monitoramento
Além da assistência às famílias, o trabalho da Defesa Civil é mais amplo, atuando no monitoramento de outras áreas propensas a enchentes. Eles recebem boletins diários de órgãos de controle ambiental os informando sobre previsões de chuvas fortes e acidentes proporcionados pelas mesmas. Há previsão de chuva forte para os próximos dias, especialmente em municípios como Marabá, Xinguara e Parauapebas.
“Estamos em alerta. Os cenários são preocupantes, mas temos a segurança de contar com uma equipe de técnicos estaduais e municipais experientes e especialistas em gerenciamento de desastres”, destaca o capitão Marcelo Santos.
Acidente
As três represas que se romperam em Redenção devido à intensidade de chuvas, foram vistoriadas por equipes da Defesa Civil Estadual e Municipal, Corpo de Bombeiros, Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), Centro Regional de Governo do Sudeste do Pará e outros órgãos da Prefeitura local. Uma das represas pertence a uma faculdade particular e outra, na saída da cidade, estão na área onde seria construído um frigorífico.
Segundo o major Felipe Galúcio, comandante do Corpo de Bombeiros Militar na região, uma das causas do rompimento foi falta de manutenção. “As represas naturalmente foram rompidas em razão do volume de chuvas, da falta de manutenção e de um projeto técnico bem adequado para que a contenção não fosse rompida”.
O major também informou que será feita uma recomendação formal à todos os proprietários de represas, para que haja reconstrução até que seja apresentado o projeto técnico à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade.
A avaliação de danos e prejuízos, e o levantamento das informações nas vistorias técnicas, servirão para a elaboração de um plano de contingência, explicou o presidente da Comissão Municipal de Defesa Civil de Redenção, Wilker Muniz. “A Secretaria Municipal de Meio Ambiente já notificou os proprietários de represas para receber os projetos técnicos. Com a investigação chegaremos ao resultado final. A gente precisa concluir os dados para que possamos dar um parecer ao prefeito e verificar se decreta ou não situação de emergência. Estamos também alimentando o S2ID (Sistema Integrado de Informações sobre Desastres), para dar parâmetro à Defesa Civil Estadual e à Nacional. Vai ter um plano, para saber se existe ou não a possibilidade do rompimento de novas represas. Mas a gente vê que essas represas dentro da cidade já não têm como comportar um grande fluxo de água”, acrescentou.