Comitiva vai ao Pará verificar situação de agricultores ameaçados de morte

Representantes de organizações e movimentos sociais e do Comitê Brasileiro de Defensoras e Defensores de Direitos Humanos estão em Trairão, município paraense distante mais de mil quilômetros da capital Belém.

O grupo foi verificar no local a situação de um casal de agricultores que está sendo ameaçado. No final de maio, Osvalinda Maria e Daniel Alves encontraram duas covas, com uma cruz em cada, cavadas no terreno da casa onde vivem no Assentamento Areia, que fica entre Trairão e Altamira.

Osvalinda é presidente da Associação de Mulheres do Areia II. O assentamento fica na área de unidades de conservação como o Parque Nacional do Jamanxim e possui um longo histórico de conflitos agrários.

Foto: Divulgação/Acervo Pessoal Osvalinda Maria

De acordo com o Padre Paulo Joanil, da Comissão Pastoral da Terra no Pará (CPT), mesmo correndo perigo a casal decidiu não sair do lote por causa das ameaças.

Polícia Civil do Pará comunicou que, após o registro do boletim de ocorrência, o delegado Ricardo Vieira, da Delegacia local, instaurou inquérito para apurar o caso. O casal e outras testemunhas já foram ouvidas e o delegado aguarda os laudos da perícia realizada nas covas. O órgão informou ainda que diariamente, uma guarnição de policiais militares vai até a residência do casal.

Na próxima segunda-feira (11), Conselho Nacional dos Direitos Humanos vai realizar reunião do colegiado em Belém. O local foi escolhido devido ao volume de denúncias de violações de direitos humanos no Pará que chegam ao Conselho, principalmente, relativas às temáticas da violência no campo, conflitos socioambientais e violência urbana.

O Caderno Conflitos no Campo Brasil 2017, divulgado essa semana pela CPT, aponta o Pará como campeão de mortes por questões agrárias no país, com 22 mortes.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Relatório destaca estratégias para transformar o setor madeireiro da Amazônia em modelo sustentável

Para o projeto Amazônia 2030, a madeira quando produzida de forma responsável desponta como alternativa para atender às demandas de construção civil e outros mercados globais.

Leia também

Publicidade