O fenômeno também apresenta grande ocorrência de raios e fortes rajadas de vento e vai durar até o início do inverno amazônico, em dezembro.
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“Tecnicamente, a gente ainda não está no inverno amazônico, porque a característica principal deste período não é só a ocorrência de chuvas, mas de chuvas frequentes e volumosas. Além de um tempo encoberto, nublado, com temperaturas mais agradáveis. Esta é a nossa definição. Agora, o que está acontecendo é a ocorrência de chuvas frequentes, mas com um detalhe importante, só no meio e no fim da tarde. Enquanto que no nosso inverno, chove desde manhã. Mas estas chuvas que estão caindo agora estão bem intensas, com fortes rajadas de vento, o que causa alagamentos. A nossa expectativa é que chova pelo menos 200ml até dezembro, um volume considerado bem acima do padrão para este período.”
Já o inverno amazônico é causado por outro fenômeno, como explica o coordenador: “No nosso inverno, entra um outro componente que é a zona de convergência intertropical, que atua desde dezembro até meados de maio, provocando não só a chuva em si, mas também aquele tempo encoberto durante o dia todo, com temperaturas máximas não passando de 32º. O que está acontecendo agora é que nós temos chuvas frequentes, mas dá tempo para as temperaturas alcançarem até 35º. Então, mesmo com essa frequência de chuvas, a gente ainda tem um tempo quente e abafado.”
Mas o clima não é o mesmo em todo o Pará: “Em função das dimensões do nosso Estado, a gente tem vários tipos de clima. Enquanto que no norte a gente ainda tem aí mais um mês de muito sol e poucas chuvas, mas de chuvas intensas, na porção sul do Estado, as regiões sudoeste e sudeste já entraram no seu período chuvoso. Então, a gente vê mais nebulosidade nessas áreas do que na parte norte. Uma projeção que a gente faz é que, durante o mês de novembro, as chuvas em municípios como Marabá, Conceição do Araguaia, Parauapebas, Novo Progresso, alcance os 300ml, bem acima da média”, diz Saulo Carvalho.