María Corina venceu o Prêmio Nobel da Paz em 2025. Foto: Reprodução/Instagram – @marinacorinamachado
María Corina Machado Parisca nasceu em 7 de outubro de 1967, em Caracas, na Venezuela, país que faz parte da Bacia Amazônica e por consequência, torna María uma mulher amazônida. A engenheira industrial, professora e política, é reconhecida como uma das principais líderes da oposição ao governo ditatorial venezuelano e ganhou ainda mais notoriedade após ser escolhida para receber o prêmio Nobel da Paz de 2025.
A ativista é formada pela Universidade Católica Andrés Bello e com mestrado em finanças pelo Instituto de Estudos Superiores de Administração (IESA). E ela também já atuou como empresária e professora antes de se engajar na política.
Seu comprometimento com a sociedade começou ainda jovem e se transformou em uma carreira política marcada por confrontos com o poder dominante na Venezuela.
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María na política
María Corina Machado liderou a luta pela democracia diante do crescente autoritarismo na Venezuela. Ela iniciou sua jornada social com a criação da Fundação Atenea, para ajudar órfãos e crianças carentes da cidade de Caracas. Foi também presidente da Fundação Oportunidades.
Ela fundou a Súmate, em 2002, um grupo voluntário que promove direitos políticos e fiscaliza os períodos eleitorais, em conjunto com Alejandro Plaz, que incentiva eleições livres e justas e realiza treinamentos e monitoramento eleitoral.
Foi eleita para a Assembleia Nacional da Venezuela, com recorde de votos, no ano de 2010. O regime autoritário na Venezuela a destituiu do cargo em 2014.
Liderou o partido de oposição Vento Venezuela e, em 2017, ajudou a fundar a aliança Soy Venezuela, que une forças pró-democracia no país, transcendendo as divisões políticas.
Em 2023, ela anunciou sua candidatura à presidência nas eleições presidenciais de 2024. Quando foi impedida de concorrer, apoiou o candidato alternativo da oposição, Edmundo González Urrutia. A oposição mobilizou-se amplamente e coletou documentação sistemática que comprovava sua verdadeira vitória nas eleições. O regime declarou vitória e consolidou seu poder.

Luta pelos direitos básicos para os venezuelanos
A engenheira estava na linha de frente das manifestações contra o regime autoritário na Venezuela em 2014. O congresso da Venezuela, em 18 de Março, solicitou uma investigação criminal de María por crimes, incluindo traição por seu envolvimento nos protestos anti-governo.
Ela respondeu às acusações legais feitas contra ela dizendo, para um jornal local: “Em uma ditadura, quanto mais fraco o regime é, maior a repressão”.
Desde seu mandato cassado, juntamente com seus eleitores, iniciaram uma marcha em 1° de abril em direção ao centro de Caracas em protesto contra a expulsão dela, quando ela tentou retornar a seu assento na Assembleia Nacional. Os manifestantes foram impedidos de sair pela Guarda Nacional, que os dispersou com gás lacrimogêneo.

Prêmio Nobel da Paz
María Corina recebe o Prêmio Nobel da Paz, antes de tudo, por seus esforços para promover a democracia no país venezuelano. Segundo o site oficial do Prêmio Nobel, “a democracia também está em retrocesso internacionalmente. A democracia – entendida como o direito de expressar livremente a própria opinião, de votar e de ser representado em governos eleitos – é o alicerce da paz tanto dentro dos países quanto entre eles”.
Corina venceu o Prêmio Nobel da Paz “por seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos para o povo da Venezuela e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”, de acordo com o comitê norueguês do Nobel.
A líder da oposição vive escondida na Venezuela desde seus problemas políticos com Nicolas Maduro. E, por isso, María Corina não esteve presente na cerimônia de entrega do prêmio, que foi recebido por sua filha Ana Corina Sosa Machado.
A escolhida chegou a Oslo, somente na noite do dia 10 de dezembro, após a cerimônia de entrega do Prêmio. Esta foi a primeira aparição pública da líder da oposição venezuelana em 11 meses.
“Como líder do movimento pela democracia na Venezuela, Maria Corina Machado é um dos exemplos mais extraordinários de coragem civil na América Latina nos últimos tempos”, afirmou o presidente do Comitê, Jørgen Watne Frydnes, em Oslo.
O Prêmio Nobel da Paz entregue é avaliado em 11 milhões de coroas suecas – cerca de R$ 6,2 milhões.
*Contém informações do site oficial do Prêmio Nobel e Agência Brasil
