Safari Amazônico no Amazonas

O Safari amazônico é um passeio de um dia inteiro, cheio de atividades para toda a família, com vários atrativos como o Encontro das Águas. 

A floresta amazônica é repleta de lendas e histórias que causaram, durante muitos séculos, o medo de ir desbravar aquele lugar. Com histórias de seres encantados como a cobra grande que engolia embarcações, de botos que se transformavam em homens durante à noite, e até mesmo de sereias que encantavam os marinheiros.

O nosso passeio hoje é um Safari pela maior floresta do mundo, que tem nela o maior rio do mundo, repleto de vida, de belezas e de pessoas encantadoras. O Safari amazônico é um passeio de um dia inteiro, cheio de atividades para toda a família, com um valor inacreditável e que, além de ser muito barato pelo tanto de atrativos, ainda inclui algo que irei falar mais ao final de nosso texto.

Encontro das águas. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Como chegar a Manaus 

Se você for como eu e morar em Boa Vista (RR), eu sempre que vou a Manaus, no Amazonas, seja a trabalho, treinamento, lazer ou até mesmo de passagem para outra cidade, vou de ônibus com a empresa Caburaí Transporte

Ônibus da Caburaí. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Eles têm ônibus saindo todos os dias em dois horários da rodoviária de Boa Vista: às 19h30 que tem semi-leito e leito, e para na cidade de Presidente Figueiredo, caso você deseje ficar por lá, seguindo depois à cidade de Manaus. E tem o das 20h30, com semi-leito e cama leito, que segue direto de Boa Vista à cidade de Manaus.

O interessante é que a turma pode sair de Boa Vista na sexta à noite e chegar em Manaus no sábado pela manhã, podendo aproveitar o sábado e o domingo inteiro para desenvolver várias atividades pela cidade, voltando domingo à noite para Boa Vista, onde já chegará na segunda, entre 6h30 e 7h30 da manhã, e já correr para o trabalho. 

Ônibus da Caburaí em Presidente Figueiredo. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Há também os que preferem seguir com a turma seja de carro ou moto, a nossa indicação é que sempre esteja atento na estrada para riscos com buracos e animais, principalmente dentro da reserva Waimiri-Atroari. Não esqueça de fazer manutenção antes em seu veículo e sempre siga as recomendações das placas na estrada.

Manaus recebe voos de todos os cantos do Brasil e do mundo, e pelo fato da malha viária de Manaus ser muito grande, acabam que as passagens saindo da cidade para outros lugares do Brasil, ou indo até Manaus, acabam saindo muito em conta. 

Como chegar ao porto e com quem realizar o passeio 

Pronto, chegou em Manaus é só seguir para o porto de São Raimundo, lá a turma da Encontro das Águas Turismo estará esperando por você. Recomendo agendar pelo menos com dois dias de antecedência seu passeio, pois como está tendo muita procura, pode ser que ao chegar lá não consiga embarcar na hora.

Porto de São Raimundo. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Têm barcos de vários tamanhos e que saem de acordo com a quantidade de turistas daquele dia, no dia mesmo que fizemos este passeio, saíram três embarcações, sendo duas expresso (lanchas que cabem de 40 a 50 pessoas) e aos navios maiores (que cabem de 60 a 85 pessoas). 

Porto de São Raimundo. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Local de pegar os barcos no porto de São Raimundo. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

A embarcação sai por volta das 8h e 8h30 da manhã, sempre é bom chegar com um pouco de antecedência, pois o trânsito em Manaus é um pouco tenso, e pode acabar atrasando a sua chegada até o local do passeio. 

O que fazer no passeio 

Saindo do porto de São Raimundo no horário previsto, o barco sai em direção à plataforma dos Botos, mas antes de chegar lá, você pode observar a beleza do rio, a ponte sobre o rio Solimões e algumas embarcações gigantes pelo percurso.

Aproveitando para observar as belezas do rio. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Nadando com botos 

Ao atracar o barco na plataforma dos Botos, e descer na plataforma, você irá encontrar ali uma série de lembranças da região (em praticamente todos os lugares que passar terá lojinhas de lembranças, então é bom ir vendo algo que chame sua atenção e pesquisando preços). Os botos nadam livremente entre as pessoas, não causam dano a ninguém e são super dóceis. 

Plataforma dos Botos. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Após descer do barco, você terá quatro opções para permanecer por ali:

  1. Nadar com o boto, onde você dará seu nome e lhe será cobrado o valor de R$ 20,00 (não incluso no pacote) para a atividade, lhe será colocado um colete (pode ter certeza, você não irá afundar, eu tentei, e não consegui). Você pode aproveitar para levar uma câmera que seja à prova de água como a GoPro ou a DJI Osmo Action, ou um celular (todos com algum tipo de segurança para não cair e afundar no rio);
  2. Ficar na plataforma observando, mas não entrar na água, é uma das opções, mas por estar próximo aos botos, lhe será cobrado um valor de R$ 10,00 (não incluso no pacote), para que você fique nesta área, observando mais de perto e/ou fazendo fotos e vídeos;
  3. Aproveitar a feirinha de souvenir/lembrancinhas, para guardar de recordação do passeio e até mesmo presentear, neste caso, não lhe será cobrado valores por permanecer ali, somente pela compra de algum item;
  4. Permanecer no barco, caso prefira não sair da lancha, como foi o caso de alguns amigos que preferiram não descer do barco e observar dali, os botos nadando pelo rio. 
Plataforma dos Botos. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Algumas observações sobre o nado com o boto: 

  1. Os animais não são maltratados e nem presos, as plataformas são sempre visitadas por autoridades que cuidam da fauna marinha e também pelo IBAMA, para observar como está sendo o cuidado com estes animais;
  2. É proibido tocar no orifício que fica acima da cabeça dos botos, ali é o local de sua respiração, como seu nariz, então, em hipótese alguma enfie algo ali;
Os botos aproveitam para receber o peixe das mãos do tratador. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

  1. Se for entrar na água, certifique-se de não estar com protetor solar, hidratante, bronzeador ou repelente, pois estes produtos tem agentes químicos que acabam agredindo ao animal;
  2. Não entre com anéis ou pulseiras que tenham pedras, pois eles podem ferir o animal ao ele passar por você, pois o mesmo vai nadando livremente ao ser redor;
  3. Quando for descer da plataforma, apenas desça com calma, sem pulo e evite ficar gritando ou fazendo muita zuada, pois ira acabar por espantar o animal, o que o fará se afastar. 
Também aproveitei para entrar na água. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Tive a experiência de descer e ir nadar com eles, não toquei nos animais, apenas fiquei por ali e pude perceber que, como são muito curiosos, acabam vindo passar entre nossas pernas, mas sem causar nenhum dano à pessoa, apenas ficam nadando entre nós. Ah, vale lembrar que estes são os botos rosas, os conhecidos das nossas lendas. 

E todos os botos tem nomes, como no caso deste que é o conhecido Capitão Ganho, por sua boquinha ter nascido dobrada. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Almoço num flutuante (incluso no pacote) 

Bom, como ninguém é de ferro e como dizem que água dá fome, após nadarmos com os botos, iríamos para o encontro das águas, só que nosso guia percebeu que não estaria muito visível pela claridade do sol, preferiu apresentar na volta. Dali, do nado co os botos, seguimos para um flutuante onde almoçaríamos.

Restaurante flutuante, se a água sobe, ele sobe junto, se baixa, baixa também, pois está flutuando sobre o rio. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Aí você deve pensar, ah, como é incluso no pacote deve ser aquele almocinho tipo prato feito, com quase nada, mas, ao chegar lá se depara com uma mesa com mais de 10 metros de comprimento, com boca livre ou coma à vontade, uma mesa repleta de tudo, muita salada, vários tipos de proteína, frutas e carboidratos de todo tipo. Sirva-se à vontade, e se desejar repetir, sirva-se de novo.

Mesa para todo tipo de gastronomia, de carnívora à vegana. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

O almoço está incluso no pacote. As bebidas que são oferecidas ali, desde água, suco e ou refrigerante, podendo ser pagas no dinheiro, cartão ou pix. Ah, na mesa tem sempre algum tipo de sobremesa, seja uma banana caramelizada ou frutas, tudo para se servir à vontade. 

Parque Ecológico Janauari 

Este é um dos habitantes do parque. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

E, logo após o almoço, bem atrás do restaurante flutuante, foi construída uma rampa suspensa para que os visitantes possam conhecer mais de perto a selva amazônica, só que no caminho existem muitos macaquinhos bem espertinhos e a dica é, cuidado ao abrir a bolsa perto deles, pois pensam que irão dar comida e eles pulam em cima e já puxam da bolsa o que encontram. 

Alguns são mais tímidos e ficam distantes, mas fique sempre esperto com eles. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

São bem mansinhos e eles tem essa prática de sempre esperar por algo, por que muitos dos turistas acabam pegando frutas na hora do almoço e levam pela trilha, como abacaxi, banana ou manga, para darem a eles, e eles claro, estão ali só de olho para ver quem será o próximo com comida na mão para darem a eles ou eles “tomarem das pessoas”. 

Este já pegou umas bananinhas com alguém pelo caminho. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

E seguindo até o final da trilha, iremos chegar numa área onde iremos encontrar um lago repleto de vitórias-régias, plantas aquáticas bastante conhecidas pela Amazônia. Dica, são grande, mas não aguentam peso de pessoas, então não tente subir em cima. No lago há também jacarés, para serem observados, de longe, até porque a área de observação deste lago é em cima da trilha suspensa. 

Em meio às vitórias-régias, um jacaré só observando. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

E, após observar a vida pela lagoa, seguimos até uma gigante no meio da mata, uma samaúma gigantesca, que como nosso guia nos instruiu, suas raízes serviam de telefone aos indígenas, pois ao acertar nelas com um pedaço de madeira ou de pedra, elas acabam produzindo um som que se propaga pela floresta, além de servirem de abrigo para vários animais e até mesmo como proteção contra a onça, pois dizem que a mesma só ataca pelas costas, e como as raízes dela são gigantes, acabam criando uma certa proteção contra este felino. 

Luis observando o tamanho desta gigante. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

E, ao terminar o passeio pela trilha suspensa, que nos leva para dentro do Parque Ecológico Janauari, voltamos para nosso barco, por que o passeio ainda temos muita coisa para se ver e fazer.

Pesca do pirarucu 

Pesca do Pirarucu. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

O pirarucu é um dos maiores peixes de água doce do planeta. Nativo da Amazônia, ele promove benefícios para o ecossistema e comunidades que vivem da pesca. Seu nome vem de dois termos indígenas pira, “peixe”, e urucum, “vermelho”, devido à cor de sua cauda (WWF). 

E eu lá, tentando segurar o monstro do rio, pense num bicho bruto esse pirarucu. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

O valor da pesca é de R$ 10,00 (leve o dinheiro em mãos, pois até a data que fiz o passeio, era o único local que não tinham internet para receber cartão ou pix), e você recebe três varas de pescar com iscas na ponta, só para você sentir a força do peixe puxando na ponta, a isca é amarrada numa corda, não é presa a anzol, e na área de pesca tem peixes de dois tamanhos, os de menos de 100kg e os com mais de 100kg. Não está incluso no valor do passeio a pesca, apenas a observação. 

Comunidade indígena e apresentação cultural 

Saímos da plataforma suspensa de pesca dos pirarucus e seguimos até uma comunidade indígena que fica próxima a Manaus. Logo fomos recebidos por vários de seus moradores e dali seguimos até o malocão, onde seria a apresentação cultural. 

Sendo pintado com tinta feita de urucum. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Mas, antes da apresentação, eles fazem pinturas nos visitantes, seja no braço, perna ou rosto, no meu caso, deixei que ela escolhesse onde ficaria melhor, eles cobram o valor de R$ 5,00 (aceitam cartão, pix e dinheiro) por cada pintura, ou seja, quer no rosto e no braço, R$ 10,00. Não está incluso no valor do pacote do passeio.

Eu gostei! Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Pronto para participar da apresentação, onde sentamos no malocão e eles começam falando sobre a história de sua tribo, de onde vem, falam sobre suas danças e os instrumentos de som que usam, daí começam a dançar em algumas apresentações e ao final, convidam os turistas para fazer parte da dança, onde os índios puxam as mulheres turistas e as índias, os homens para participarem dançando também. Uma dança fácil de aprender. 

O Tuxaua apresentando a comunidade. Caso deseje tirar foto com o Tuxaua, ao final da apresentação, ele cobra o valor de R$ 10,00 por foto. 

Uma das danças que eles convidam as índias para dançar com eles. 

Após a apresentação cultural, você tem a oportunidade de tirar foto com o Tuxaua que cobra R$ 10,00 por foto, e, na parte de trás do malocão, há um menor que tem várias lembrancinhas para você poder comprar e levar pra casa, e há também algumas das comidas que eles comem, como a farinha de peixe, o beijú feito de tapioca para molhar no caldo de peixe, as larvas de coquinhos e a saúva assada. 

E lá foi eu provar da saúva assada, no fim , parece pipoca. 

Encontro das Águas 

Terminando nosso passeio pela comunidade indígena, nos despedimos e seguimos de barco até chegar ao mundialmente conhecido fenômeno da natureza no Amazonas, o encontro dos rios Negro e Solimões, um sendo mais escuro, mais quente e mais lento, enquanto que o outro, mais claro, rápido e mais frio. Eles se encontram e caminham lado a lado, como bons irmãos por 8 quilômetros juntos, até tornarem um, o rio Amazonas. 

Encontro das Águas. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

O Encontro das Águas é um fenômeno natural facilmente visto em muitos rios da Amazônia. Os fatores para isso ocorrer na região variam desde questões geológicas, climáticas, termais ou até mesmo o tamanho ou a acidez dos rios. O mais famoso encontro das águas está localizado na frente da cidade de Manaus, entre os rios Negro e Solimões, sendo uma das principais atrações turísticas da capital amazonense. (Wikipedia) 

Nosso barco passando entre os rios. 

Bom, e com essas fotos deste fenômeno fantástico da natureza, me despeço aqui, com saudades no coração, por ter participado deste passeio incrível, de um dia inteiro e que fica bem no coração da Amazônia brasileira.

Contatos

Os meios para entrar em contato com a turma do Encontro das Águas Turismo são:

Site: Encontro das Águas Turismo

Instagram: https://www.instagram.com/encontrodasaguasturismo/

Facebook: https://www.facebook.com/encontrodasaguasturismo/

WhatApp: (92) 99110-0152 ou (92) 98281-7011 

Dias de passeio e valores

Segunda, terça, quarta, quinta, sexta e domingo. Não tem operações de passeios aos sábados, mas podem indicar outras agências parceiras que fazem.

Valores e formas de pagamento:
Por pessoa: R$ 100,00
Criança: 0 a 5 não paga, 6 a 10 meia entrada

Formas de pagamento: em dinheiro, via pix, e nos cartões de débito ou crédito. Para parcelamento consultar valores.

Sobre o autor

Gildo Júnior é fotógrafo, videomaker, aventureiro, colunista, articulista e colecionador de roteiros. Para o servidor público federal, o mundo é imenso, repleto de lugares para conhecer, de coisas para fazer, de culturas para admirar, comidas para provar e pessoas para conhecer, por isso afirma que “por mais que o mundo gire, a única coisa que não posso fazer é ficar parado”.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista


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