A inesquecível Serra do Tepequém

Localizada no município brasileiro de Amajarí, em Roraima, a Serra do Tepequém é vista como ponto de alto potencial turístico. 

A serra das cachoeiras, das belezas, das aves (incluindo o galo-da-serra e araras), das bromélias, das orquídeas, das lendas, das histórias, dos causos, do diamante, do garimpo e das pedras sabão, do platô que é palco de acampamento de milhões de estrelas, da Enseada da Anta, das grutas, dos poções e da Laje Verde. Seja bem-vindo a nossa viagem, seja bem-vindo à Serra do Tepequém!

Rã flecha venenosa. 

Arara-Canindé e ao fundo platô do Tepequém. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

A Serra do Tepequém está localizada no município brasileiro de Amajarí, em Roraima. Lá está a Vila do Paiva e a Vila Cabo Sobral. O Tepequém é visto como ponto de alto potencial turístico, foi radicalmente modificada devido à intensa e descontrolada exploração de Diamantes, um exemplo disto é a cachoeira do Funil que adquiriu esta forma após inúmeras explosões de dinamites feitas por garimpeiros.

Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Na Região, além de muito verde, também encontram-se muitas cachoeiras para banhos relaxantes e momentos inesquecíveis. Ficando há um pouco mais que 200km de Boa Vista, é colocar o pé na estrada nos finais de semana, feriados e até mesmo para curtir as férias.

Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Quase lá, depois de uma subida um pouco difícil, próxima à Pousada do Sesc, nada melhor que tirar fotos com os amigos e relaxar com o vento que geralmente é frio, mas nada de vacilar, o vento é fresco, mas o sol, sempre é de rachar a nuca, por isso, protetor solar e um bom chapéu irão proteger bem aos visitantes.

Cachoeira na descida do Paiva. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

O que fazer

Na cachoeira do Paiva, escolhemos a descida pela escadaria de madeira, mas, antes de descer, você pode ir ao mirante do Paiva e fazer muitas fotos, e logo em seguida começar a descida. O bacana é que se preocuparam com a segurança do turista e colocaram cordas de aço para facilitar o acesso à cachoeira.

Mirante do Paiva. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Ao chegar à parte de baixo da cachoeira do Paiva, você pode continuar a descer e ir conhecendo o local, vale ressaltar que há pedras escorregadias e áreas com quedas muito altas, então não esqueça de contratar um condutor local ou pedir apoio ao guia de turismo que está acompanhado o seu grupo. Se continuar descendo irá chegar a uma pedra que parece ter sido colocada em cima de outras duas pedras, o que chama bastante a atenção dos turistas.

Cachoeira do Paiva. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Como estávamos com equipamentos de segurança e acompanhados pelo condutor local professor Sidney, continuamos descendo ainda mais, passando por dentro de cachoeiras, por precipícios nas encostas por onde descíamos e até mesmo por uma mata que toda via aparentava não ter sido explorada, até chegarmos ao ponto que estávamos buscando, uma coisa nova e na descida do Paiva, uma das cachoeiras mais altas do Tepequém, conhecida como Laje Verde, um local para aventureiros e pessoas que curtem a adrenalina.

Rapel na Laje Verde. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Cachoeira da Laje Verde – Roraima. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Outra cachoeira próxima à Vila do Paiva é a do Cabo Sobral, que faz jus ao nome da vila antiga do Tepequém, local onde na época do garimpo era a vila principal, com policiamento, cinema, cabarés e muito mais, a cachoeira é mais rasa e usada por muitos como escorregadeira, por ter um pouco de inclinação e alguns pequenos poços de água usados pelos turistas para se refrescar, e é uma das que, particularmente, mais curto.

Cachoeira do Barata. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Falando em poções, temos a cachoeira do Barata, que é uma das mais visitadas, por ter vários poções de água, muitas vezes transparente, às vezes esbranquiçadas pela chuva, muitos usam as paredes ao redor dos poções para pular e se divertir, o Tepequém é lindo e em todo percurso, e em cada cachoeira, sempre vemos as placas falando do cuidado com o lixo que o turista leva, e vemos também latões de lixo que estão no caminho das cachoeiras ou levem seu lixo até áreas apropriadas para o despejo na vila.

Ideias de perspectivas na cachoeira do Barata. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Tem a cachoeira do Funil que é uma das mais distantes e visivelmente modificada pelos garimpeiros na época da exploração do diamante, esse que era muito cobiçado por sua cor verde-cana, e no percurso para esta cachoeira passamos pelo conhecido Xelim do Gringo, outra área também modificada por explosões de dinamite, mas bastante interessante, pois os garimpeiros fizeram todo um percurso para passar a água e lavar a terra, sobrando os cascalhos e o desejado diamante.

Cachoeira do Funil. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Cachoeira do Funil. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Uma área muito conservada no Tepequém é a enseada da Anta, refúgio de animais e plantas, um local que pode ser utilizado por ornitólogos para a prática de observação de aves e sem falar que é um local que quem o visita, para, senta nas encostas e pode sentir uma paz interior muito grande, algo que envolve o local.

Vista da Enseada da Anta. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Existe também o Complexo dos Guimarães, local onde vamos encontrar a cachoeira do Igarapé Preto, com águas avermelhadas e uma região repleta de grutas para serem visitadas, de vários tamanhos e dificuldades para o acesso. Quando for ao Tepequém e quiser visitar as grutas, procure pelo condutor Ronny que com todo cuidado levará o grupo para conhecer o Complexo.

Entrada da Gruta no Complexo dos Guimarães. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

E não poderíamos deixar de falar de uma pequena, mas romântica cachoeira, a do Miudinho, um ponto alto do Tepequém, pois é uma cachoeira que está conservada, é distante da Vila do Paiva e bem escondida, procure pelo condutor Luiz Galdino para acompanhá-los até essa pequena, mas belíssima cachoeira.

Cachoeira do Miudinho. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Platô. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Outra atração é a cachoeira do Funil, mas antes de chegar até ela, você poderá conhecer o xelim do Gringo, aproveitar as grutas na encosta do Platô e até mesmo o Platô, ponto mais alto do Tepequém, e assim ver o avião, ou melhor, restos dele, da época do garimpo. Tem também a cachoeira da laje verde e da laje preta, também a do Miudinho e o igarapé do Paiva, observar aves e outros animais, como um sapo amarelo com preto e muito mais.

Platô. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Xelim do Gringo. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Saímos da Vila do Cabo Sobral e seguimos para almoçar, imagina onde, com certeza, no restaurante da Irmã Regina, não existe nada mais fantástico do que você já estar com os olhos cheios de tanta beleza e de repente encher a barriga com uma comida, hum, deliciosa, só sabe mesmo quem já comeu, é muito boa.

Corredeiras do Cabo Sobral. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Procure pelos guias de turismo da região: Sidney, Galdino, Ronaldo, Ester, Ronny e muitos outros que se encontram geralmente no Centro de Artesanato da Vila do Paiva.

Bicho pau. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

A Vila do Paiva é pacata, tranquila e aconchegante, com restaurantes, pousadas, bares, mercadinhos, áreas de camping, centro de artesanato, posto de saúde, além de sua gente ser sempre sorridente e hospitaleira, um local que tem seu ritmo, seu jeito de ser.

Astrofotografia feita na estrada para a serra do Tepequém. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Conheça o lugar que você vive, aproveite para visitar cada canto de Roraima, se apaixonar por suas belezas, fazer lindas fotos, fazer um diário fotográfico de viagens, e não esqueça sempre de, antes de viajar, fazer revisão em seu carro, moto, quadriciclo ou bicicleta; hidrate-se sempre; não retire nenhum vegetal ou mineral da região; nunca jogue seu lixo nas trilhas, carregue consigo e o deposite nos locais adequados; preserve o local que visitou.

Novas atrações

Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Além das cachoeiras citadas acima, a Serra do Tepequém sempre trás novidades aos turistas, os condutores locais sempre buscam por novas atrações na região e além das cavernas (grutas) e da cachoeira da Lage Verde que já citamos, recentemente começou a se visitar a Mão de Deus, um local lindo e que atrai os turistas principalmente para observar o por do sol, seja para a fotografia, para curtir o momento e/ou até mesmo para uma excelente meditação. A Mão de Deus fica na área da cachoeira do Paiva, e pode ser acessada com apoio dos condutores locais.

Poção Esmeralda. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Outra atração turística são os poções da região, e o mais famoso, maior e que tem uma coloração esverdeada e transparente é o Poção Esmeralda.

Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Para acessar ao poção, o turista deve entrar ao lado direito logo após a ponte que da acesso à Vila do Paiva, a entrada fica ao lado de uma parada de ônibus e é de areia branca. Segue sempre em frente e vai seguindo as placas até chegar a um local que tem uma cerca, ah, demora um pouco para chegar ai viu, então não pense que está perdido, é só um pouco longe mesmo.

Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Chegando lá, existe um condutor local que cuida do espaço para mantê-lo limpo e caso os turistas que não contrataram condutor local precisem de informações, e eles estão ali para ajudar, pedem apenas uma ajuda, que vai de cada um.

Não esqueça de contratar 

Cachoeira na descida do Paiva. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Para que você possa ficar conhecendo as histórias, lendas, cultura, culinária e muitas belezas naturais que a Serra do Tepequém tem a oferecer, contrate um condutor local. Os condutores vivem na região e tem um imenso amor pela serra, o que torna o passeio mais fantástico, e o que impede também que você passe por perrengues ao ir a determinados locais sem conhecer.

Onde ficar

A Pousada Manancial é uma excelente opção de hospedagem na Serra do Tepequém. Com quartos para casal, três e quatro pessoas, todos com banheiro e chuveiro água quente ou fria, climatizados, Tv, Wifi. Mais informações contatar pelo Whatsapp (95) 99122-5930. Aproveite, acesse a fanpage e conheça um pouco mais da pousada.

Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Procure também pela Gisele ou pelo Japão em sua pousada um pouco antes da ponte sobre o igarapé do Paiva, que tem histórias e causos fantásticos.

Há também outras opções de hospedagem como áreas de camping, redários, pousadas, hotéis mais simples e até mais luxuosos, para que você aproveite bem sua ida à serra.

Onde comer

Café da manhã, almoço e jantar, recomendamos o Restaurante da irmã Regina, pense numa comida boa, que varia desde o tão conhecido café com pão até uma deliciosa galinha caipira.

Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Além da opção acima, a serra tem outros locais que servem refeições, lanches, pasteis e até mesmo pizza. Dispõe de mercadinho e até mesmo de açougue, para quem desejar fazer aquele churrasco (em área permitida).

Não esqueça de levar

Repelente creme contra inseto, pois caso tenha se ralado o repelente tipo spray causará ardor, Protetor solar, Bermudas e camisetas leves para o dia, que possam ser molhadas e que não sejam pretas porque atraem aos mosquitos e para a noite algumas roupas mais quentes, pois algumas vezes, à noite, faz frio.

Boné ou chapéu, medicamentos pessoais, e caso tenha alergia a algo, avisar ao guia de turismo ou alguém que estará acompanhando na viagem.

Qualquer tipo de tênis ou sandália. Lá na Vila do Paiva têm pousadas, e caso prefira algo mais ao ar livre, também dispõem de áreas de camping, mas, nesse caso, não esqueça sua barraca e/ou rede.

Leve uma sacola grande para colocar objetos que não podem ser molhados caso chova no percurso, e outra SACOLA para colocar o LIXO que for gerado no percurso.

Astro Fotografia no Platô. Foto: Gildo Júnior/Bora de Trip

Sobre o autor

Gildo Júnior é fotógrafo, videomaker, aventureiro, colunista, articulista e colecionador de roteiros. Para o servidor público federal, o mundo é imenso, repleto de lugares para conhecer, de coisas para fazer, de culturas para admirar, comidas para provar e pessoas para conhecer, por isso afirma que “por mais que o mundo gire, a única coisa que não posso fazer é ficar parado”.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista



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