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As aventuras de um poeta no Vale do Rio Madeira em 1910

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Por Júlio Olivar – julioolivar@hotmail.com

Em 2025, completam-se exatos 115 anos desde que um personagem singular desembarcou na região do atual município de Porto Velho, capital de Rondônia. Aníbal Teófilo nasceu em 1873, na Fortaleza de Humaitá, em solo paraguaio, durante os últimos anos da Guerra do Paraguai. Filho de um oficial gaúcho do Exército e de uma mulher paraguaia, foi criado no Rio Grande do Sul, antes de partir para o Rio de Janeiro, então capital do Império, onde ingressou na carreira militar.

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Formado pela Escola Militar da Praia Vermelha, participou da Revolta da Armada (1893–94) como cadete. Ainda jovem, abandonou as forças armadas e passou a viver de sua erudição e vocação literária. Atuou como professor em diversas localidades: Salvador (BA), Alto Purus (AC), Humaitá, Manicoré (AM) e Santo Antônio do Rio Madeira (MT) — esta última extinta em 1945, quando foi incorporada a Porto Velho. Entre 1903 e 1911, percorreu comunidades ribeirinhas da Amazônia, estudando idiomas, filosofia e mergulhando na obra de Luís Vaz de Camões, seu poeta de referência.

As aventuras de um poeta no Vale do Rio Madeira em 1910
Em 1903, Aníbal Teófilo deixou esposa e filhos na Bahia para seguir rumo à Amazônia. Três anos depois, reencontrou a família em Manaus, já em situação precária, mas determinado a continuar sua jornada. De lá, seguiu para Lábrea, onde atuou como professor e “médico prático”, atendendo populações indígenas. Após uma breve passagem pelo Acre, sua esposa retornou ao Rio de Janeiro com os filhos. Foto: Reprodução

Em 1910, Aníbal serviu como agente fiscal na vila de Santo Antônio, em plena efervescência da construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Embora não tenha presenciado sua inauguração, em 1912, há registros de sua amizade com ferroviários e de sua presença constante nos bares e praças da região, onde declamava versos com a voz potente herdada dos pampas.

Seus poemas foram publicados em jornais de Humaitá e Manaus, e há registros de que anunciava, pela imprensa, o desejo de viajar à Europa para editar dois livros já prontos. Além da escrita refinada e da força física, chamava atenção pelo sotaque gaúcho, que o acompanhava como marca pessoal.

Aníbal Teófilo foi assassinado em 1915, no Rio de Janeiro, dois dias antes de completar 42 anos. Foto: Reprodução

De Canudos à Amazônia

Antes de chegar à Amazônia, Aníbal viveu outras tantas aventuras. Casou-se aos 23 anos, em 1896, no Ceará, com Liberalina, uma jovem de 15 anos, com quem teve três filhos em Salvador. O casamento durou pouco. Em 1897, alistou-se como voluntário no 9º Batalhão e marchou para a Guerra de Canudos, no sertão baiano. Recebeu o título de capitão honorário.

A experiência em Canudos o marcou profundamente. O massacre dos seguidores de Antônio Conselheiro, que culminou na morte de cerca de 25 mil pessoas, o atormentou até o fim da vida. Arrependido, decidiu recomeçar na Amazônia — sozinho, sem esposa nem filhos — em busca do eldorado prometido pelo Ciclo da Borracha.

Passou fome, dormiu ao relento, enfrentou doenças e dificuldades. Mas sobreviveu. Era um idealista. Um poeta.

“Não há quem, no Rio Madeira, tenha conhecido o saudoso poeta Aníbal Teófilo que deixe de recordar-se da sua figura simpática e daquela sua boemia tão característica em homens de espírito igual ao seu. Aníbal foi nestas paragens um itinerante.” (Jornal Alto Madeira, 13 de junho de 1920)

Durante a Belle Époque tropical, com seus cinemas, cabarés e teatros, Aníbal circulava entre os trabalhadores da ferrovia, declamando versos e escrevendo em guardanapos. Porto Velho ainda era um acampamento, e Santo Antônio, o centro da vida regional.

O poeta Aníbal Teófilo, que testemunhou os primeiros passos de Porto Velho, foi sepultado no Cemitério do Caju, no Rio de Janeiro. Foto: Acervo FBN

O poeta errante

Em certo momento, conseguiu juntar algum dinheiro e adquiriu uma partida de borracha, que levou a Manaus. Lá, comprou um automóvel conversível e vendeu a mercadoria pelo dobro do preço — fiado. Nunca recebeu o pagamento. A perda o levou à miséria.

Decidiu partir. Com o que restava, foi ao Rio de Janeiro em busca de melhores condições para desenvolver seus talentos. Antes, realizou o sonho de ir à Europa, onde publicou seu único livro, “Rimas”, em 1911, na capital da República.

Ao retornar, em 1912, tornou-se secretário do Teatro Municipal do Rio de Janeiro e conviveu com os grandes nomes da literatura brasileira, como Olavo Bilac, Coelho Neto e Olegário Mariano. Seu livro teve boa recepção.

Mas o sucesso duraria pouco. Em 1915, dois dias antes de completar 42 anos, Aníbal Teófilo foi assassinado com três tiros na nuca, após um evento literário no saguão do Jornal do Comércio, na Avenida Rio Branco. O autor dos disparos foi o também escritor e político Gilberto Amado; autor e vítima eram deputados federais.

Anibal era aficionado pela flagrância do perfume “Idèal de Hubricant”. Olavo Bilac tratou de colocá-lo no corpo do poeta na hora de seu sepultamento.

Enquanto isso, Amado foi inocentado pelo júri e mais tarde tornou-se um destacado diplomata. Também foi eleito, em 1963, membro da Academia Brasileira de Letras.

O ator Douglas Coelho interpreta Aníbal Teófilo no filme “A Cidade que Não Existe Mais”, produção rondoniense com estreia prevista para dezembro de 2025. Foto: Divulgação

Sobre o autor

Júlio Olivar é jornalista e escritor, mora em Rondônia, tem livros publicados nos campos da biografia, história e poesia. É membro da Academia Rondoniense de Letras. Apaixonado pela Amazônia e pela memória nacional.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

Txai Suruí vai integrar grupo da ONU sobre mudanças climáticas

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Walelasoetxeige Suruí, conhecida como Txai Suruí, tem 28 anos e nasceu entre os Povos Suruí, em Rondônia. Foto: Gabriel Ushida

A ativista indígena Txai Suruí, de Rondônia, foi anunciada como integrante do Grupo Consultivo da Juventude sobre Mudança Climática da Organização das Nações Unidas (ONU).

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Txai Suruí
Fala na abertura da COP26 — Foto: Reprodução/COP26

O grupo é formado por 14 jovens de diferentes países e tem como objetivo aconselhar a liderança da ONU sobre ações e soluções relacionadas à crise climática.

Txai Suruí ficou conhecida internacionalmente após discursar na abertura da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP26), realizada no Reino Unido em 2021.

Leia também: Conheça Txai Suruí, a indígena que foi a única brasileira a discursar na COP26

Quem é Txai Suruí?

Walelasoetxeige Suruí, conhecida como Txai Suruí, tem 28 anos e nasceu entre os Povos Suruí, em Rondônia. É filha do cacique Almir Suruí, liderança indígena reconhecida por sua atuação contra o desmatamento na Amazônia, e da indigenista Ivaneide Bandeira, fundadora da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé.

Formada em Direito, ela foi a primeira mulher de seu povo a concluir o curso e utiliza os conhecimentos jurídicos em defesa das causas indígenas. Foto: Foto: Gabriel Ushida

A Kanindé atua há mais de 30 anos na proteção de territórios indígenas, segurança alimentar de comunidades e fortalecimento de organizações de base. Atualmente, a entidade é coordenada por Txai.

Formada em Direito, ela foi a primeira mulher de seu povo a concluir o curso e utiliza os conhecimentos jurídicos em defesa das causas indígenas. Há cerca de três anos, fundou o Movimento da Juventude Indígena de Rondônia.

Ao anunciar o novo Grupo Consultivo da Juventude sobre Mudança Climática da ONU, Guterres afirmou que “a defesa destemida dos jovens tem sido fundamental na luta contra a crise climática”.

Mineração ilegal em terras indígenas terá punições ampliadas, aprova comissão

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Dandara: importante avanço na proteção dos territórios tradicionais. Foto: Vinicius Loures / Câmara dos Deputados.

A Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que estabelece novos tipos penais para a mineração ilegal, com penas agravadas se a atividade ocorrer em terras ocupadas por povos e comunidades tradicionais e para quem a financia ou custeia.

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Mineração ilegal em terras indígenas
mineração em terras indígenas. Foto: Divulgação

Por recomendação da relatora, deputada Dandara (PT-MG), foi aprovado o substitutivo da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável para o Projeto de Lei 2933/22, da ex-deputada Joenia Wapichana (RR) e de outros 18 parlamentares.

“Trata-se de um importante avanço na proteção dos territórios tradicionais e no enfrentamento aos danos provocados pela mineração ilegal”, afirmou Dandara.

Segundo ela, o texto segue princípios constitucionais e acordos internacionais. Na justificativa que sustentou a versão original da proposta, a ex-deputada Joenia Wapichana e os demais autores argumentaram que, apesar de proibida pela Constituição, a mineração em terras indígenas ainda é uma prática permanente.

Leia também: Liminar impede mineração ilegal na Terra Indígena Tenharim do Igarapé Preto, no Amazonas

Principais pontos

Pela proposta aprovada, incorrerá nas mesmas penas previstas hoje para a mineração ilegal quem:

  • colocar em risco a vida ou a saúde de pessoas;
  • causar significativo impacto ambiental;
  • realizar a atividade com emprego de máquinas e equipamentos pesados de mineração; ou
  • realizar a atividade mediante ameaça com emprego de arma.
mineração ilegal
Célia Xakriabá recomendou a aprovação da proposta. Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados.

Além disso, conforme o substitutivo, a pena será aumentada até o dobro se a atividade for realizada em terras ocupadas por povos e comunidades tradicionais e até o triplo para quem a financia ou custeia nessas terras.

Próximos passos

Foto: Polícia Federal

O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para virar lei, a proposta precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado.

*O conteúdo foi originalmente publicado na Agência Câmara de Notícias.

Taxa de desemprego cai no Amazonas, mas estado ainda lidera índice na Região Norte, aponta IBGE

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taxa de desemprego no Amazonas ficou em 7,7% no segundo trimestre de 2025, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Trimestral, divulgada no dia 15 de agosto pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da queda em relação ao início do ano, o estado segue com o maior índice da Região Norte.

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Taxa de desemprego cai no Amazonas
A taxa de desemprego no Amazonas ficou em 7,7% no segundo trimestre de 2025. Foto: Divulgação

Leia também: Em assembleia da Fecomércio, Governo do Amazonas anuncia novos investimentos, crescimento econômico e mais empregos

No país, a taxa foi de 5,8% no fim de junho, abaixo dos 7% registrados no primeiro trimestre. Esse é o menor resultado para o período desde 2012, quando a pesquisa começou.

O IBGE considera desocupadas as pessoas que não têm trabalho, mas estão ativamente procurando uma oportunidade, mesmo critério usado em padrões internacionais.

Nos outros estados do Norte, Acre, Roraima, Rondônia e Tocantins tiveram variação pequena, considerada estabilidade pelo IBGE. Já Pará e Amapá confirmaram queda. Rondônia registrou 2,3% e tem a segunda menor taxa do país, atrás apenas de Santa Catarina.

Leia também: Conselho da Zona Franca de Manaus aprova 33 projetos com geração de 1.084 empregos para a região amazônica

Nos outros estados do Norte, Acre, Roraima, Rondônia e Tocantins tiveram variação pequena. Foto: Divulgação

Leia também: Rondônia tem recorde de exportações, empregos e uma das melhores economias do Brasil

Apesar da redução, a informalidade continua predominante na região. Mais da metade dos trabalhadores (51,5%) atua sem carteira assinada ou em atividades informais. Pará e Amazonas lideram nesse cenário, seguidos por Rondônia, Acre, Amapá, Roraima e Tocantins, todos com índices acima de 40%.

*Por g1 AM

Verão amazônico exige atenção com a pele: calor extremo e baixa umidade intensificam riscos

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O verão amazônico, marcado por altas temperaturas, radiação solar intensa e períodos de baixa umidade, impõe desafios severos à saúde da pele. A combinação desses fatores favorece desde queimaduras e desidratação até o agravamento de doenças dermatológicas e o aumento de infecções cutâneas.

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Foto: Divulgação/Arquivo/PMM.

Segundo a dermatologista Fernanda Souza, o estilo de vida da população local contribui para a intensificação dos danos. “Atividades ao ar livre, pouca proteção solar e hidratação insuficiente deixam a pele ainda mais vulnerável. A prevenção com medidas simples é essencial para evitar problemas que vão do envelhecimento precoce ao câncer de pele”, afirma.

Leia também: Saiba os horários de banho na praia da Ponta Negra com a chegada do verão amazônico

Cuidados esquecidos

No calor extremo da região, erros comuns comprometem a saúde cutânea. Um deles é o excesso de higiene, com banhos frequentes usando sabonetes agressivos. “Isso remove a barreira natural da pele e provoca ressecamento. Óleos de banho são uma alternativa que limpa e hidrata ao mesmo tempo”, orienta Fernanda.

A especialista alerta também para a necessidade de reaplicar o protetor solar e proteger áreas frequentemente esquecidas, como lábios, orelhas e dorso das mãos. “Outro cuidado é evitar roupas muito apertadas ou de tecidos sintéticos, que aumentam o abafamento e favorecem infecções de pele. E, claro, manter uma boa hidratação oral: beber mais água reflete diretamente na saúde e no viço da pele”, acrescenta.

Verão amazônico exige atenção com a pele. Foto: Divulgação

A intensidade da radiação e o clima seco afetam cada tipo de pele de forma distinta. Peles negras, apesar de terem maior proteção natural, são mais propensas à hiperpigmentação, enquanto peles maduras sofrem mais com o ressecamento e a sensibilidade.

Em doenças crônicas, como rosácea e melasma, o verão amazônico é especialmente desafiador. “O calor e os raios UV são gatilhos diretos. A rosácea piora com a vasodilatação, e o melasma escurece ainda mais com a exposição solar. Esses pacientes precisam de uma rotina rigorosa de fotoproteção e hidratação”, explica a dermatologista.

Leia também: Verão Amazônico leva diversão e conscientização para a Ponta Negra em Manaus

Problemas mais comuns e prevenção

No consultório, as queixas mais frequentes nessa época incluem queimaduras solares, foliculites, acne agravada, micoses e escurecimento de manchas. A boa notícia é que a prevenção pode ser simples e acessível.

Verão Amazônico em Manaus
Foto: Diego Oliveira/Portal Amazônia

“O uso diário de protetor solar, mesmo em dias nublados, faz toda a diferença. Há opções de bom custo-benefício e texturas leves, ideais para o clima quente. Evitar roupas que abafam, optar por sabonetes mais suaves e reforçar a hidratação são medidas que cabem na rotina de qualquer pessoa”, reforça Fernanda Souza.

Para a especialista, o recado é claro: “Cuidar da pele no verão amazônico não é luxo, é necessidade. Pequenas mudanças nos hábitos diários podem prevenir problemas sérios e preservar a saúde cutânea por muito mais tempo.”

Atendimento gratuito à população

A Afya Educação Médica desenvolve, em Porto Velho, um programa de atendimento médico gratuito em diversas especialidades, incluindo Dermatologia, como parte das atividades práticas dos cursos de pós-graduação.

Os atendimentos ocorrem mensalmente na sede da instituição, localizada na Rua Alexandre Guimarães, 1927, bairro Areal. “Com essa iniciativa, os médicos estudantes de pós-graduação conseguem tratar casos reais e a comunidade é beneficiada com a oferta de atendimento”, explica o diretor.

Além de Dermatologia, a Afya oferece consultas gratuitas em Geriatria, Gastroenterologia, Pediatria Geral, Cardiologia e Clínica em Dor. Interessados podem entrar em contato pelo telefone (69) 99955-1741 para verificar a disponibilidade de vagas e realizar o agendamento.

Sinésio vai encaminhar demandas da aviação regional

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Foto: Danilo Mello/Aleam

O deputado estadual Sinésio Campos (PT)reafirmou, no dia 11/08, seu compromisso em liderar o encaminhamento das demandas da aviação regional do Amazonas ao Ministério de Portos e Aeroportos. Autor da proposta que resultou na Audiência Pública realizada no plenário Ruy Araújo da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), Sinésio reuniu representantes do setor aéreo, órgãos públicos, entidades de turismo e sociedade civil para discutir tarifas, cancelamentos de voos e a precariedade da infraestrutura aeroportuária no estado.

Leia também: Aleam reforça ações em apoio ao aleitamento materno durante o ‘Agosto Dourado’

Durante a audiência, Sinésio destacou que a aviação regional é um serviço essencial para milhares de amazonenses, especialmente para os municípios onde não há acesso por estrada. Ele lembrou que o parlamento estadual já aprovou incentivos fiscais para combustíveis de empresas aéreas, mas que as contrapartidas prometidas não vêm sendo cumpridas.

O parlamentar também apontou que as passagens para o interior do Estado estão entre as mais caras do país, citando casos recentes como o Festival de Parintins, quando houve denúncias de tarifas abusivas.

Segundo ele, o objetivo agora é transformar as informações levantadas na audiência em um plano de ação concreto. Para isso, será criado um grupo de trabalho que, nos próximos dois meses, vai consolidar dados sobre a operação das companhias, infraestrutura dos aeroportos e medidas necessárias para garantir o atendimento regular às cidades do interior.

Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus (AM). Foto: Divulgação/Infraero

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“Vamos a fundo nessas questões. A Azul, por exemplo, tem uma taxa de cancelamento de 62% dos voos. As empresas recebem incentivo fiscal para operar, mas não estão cumprindo com as contrapartidas de atender os municípios do interior. Vamos coletar as informações prestadas nesta audiência e instituir um grupo de trabalho. Nos próximos 60 dias vamos coletar todas as informações e encaminhar um documento conjunto ao Ministério de Portos e Aeroportos”, declarou Sinésio.

Uso sustentável da floresta no Amapá entra em debate

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Árvore na Floresta Nacional do Amapá. Foto: Rafael Aleixo.

Uma série de audiências públicas no Amapá que aconteceram do dia 12 a 15 de agosto, debateu um projeto de concessão de áreas florestais. A proposta prevê o uso sustentável da floresta e pode gerar até 2 mil empregos diretos em cinco municípios, são eles:

  • Porto Grande;
  • Oiapoque;
  • Tartarugalzinho;
  • Ferreira Gomes;
  • Pedra Branca do Amapari.

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Floresta Nacional do Amapá
Floresta Nacional do Amapá — Foto: Rafael Aleixo/g1

O projeto abrange 607 mil hectares de floresta, divididos em 11 Unidades de Manejo Florestal (UMFs). A proposta busca equilibrar indicadores sociais e econômicos por meio do manejo sustentável, com geração de renda e preservação ambiental.

Os documentos técnicos do projeto podem ser consultados no site de Sema, além de detalhes como o inventário florestal e a descrição das áreas de manejo.

Empresas, pesquisadores, povos tradicionais e demais interessados podem enviar sugestões até 25 de agosto, por meio de formulário eletrônico.

Leia também: Ministério defende autossuficiência do Brasil em petróleo e gás natural durante a transição energética

Flona do Amapá: Foto: INCT/Divulgacão

A primeira audiência foi realizada na Assembleia Legislativa do Amapá, em Macapá. O evento contou com a participação de representantes da sociedade civil, setor público e iniciativa privada. A ação é coordenada pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema).

Marcos Almeida, diretor de Desenvolvimento Ambiental da Sema, destacou o impacto econômico do projeto.

“Para cada vaga direta, estimamos mais duas indiretas. Além disso, a arrecadação anual deve ultrapassar R$ 30 milhões para o Estado, valor que será distribuído com os municípios onde as áreas estão localizadas. Esta é uma política de desenvolvimento econômico e social que une proteção das florestas com geração de renda para o nosso povo”, disse o diretor.

Leia também: Manifesto apresenta soluções para floresta amazônica sob o olhar de jovens do território

Unidade de conservação do AP. Foto: Divulgação

O projeto é resultado de uma parceria entre o Governo e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os contratos terão duração de 30 anos, período em que as empresas deverão seguir práticas sustentáveis, aliando conservação ambiental à geração de emprego e renda.

*O conteúdo foi originalmente publicado no g1 e escrito por Isadora Pereira.

Ministério defende autossuficiência do Brasil em petróleo e gás natural durante a transição energética

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Debate ocorreu na Comissão de Indústria, Comércio e Serviços. Foto: Reprodução/Agência Câmara de Notícias.

Em audiência da Comissão de Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados no dia 12 de agosto, o Ministério de Minas e Energia defendeu os esforços por novos blocos exploratórios de petróleo e gás natural, mesmo diante da transição energética para fontes menos poluentes.

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O diretor da área no ministério, Carlos Agenor Cabral, afirmou que o mundo vai continuar precisando de petróleo até 2050 e que “o Brasil não pode deixar o luxo de ser autossuficiente”.

Atualmente, o Brasil é o oitavo maior produtor de petróleo bruto do mundo, com projeção de chegar ao quarto lugar em 2031. No ano passado, a média de produção diária foi de 3,3 milhões de barris e as reservas (16,8 bilhões de barris) cresceram 6% em relação a 2023.  Houve ainda a produção de 153 MMm3 por dia de gás natural. Os dois combustíveis fósseis foram responsáveis por quase R$ 100 bilhões de arrecadação em royalties e participação especial.

Leia também: HQ debate impactos da exploração de petróleo na costa do Amapá

petróleo
Carlos Cabral: autossuficiência vai depender das novas reservas ainda em fase de pesquisa. Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados

Porém, Cabral alertou que, no futuro, essa autossuficiência vai depender das novas reservas ainda em fase de pesquisa.

“É o apelo que a gente faz, porque se nós não conseguirmos desbravar as nossas novas fronteiras, o país vai voltar a ser importador de petróleo a partir de 2040. E o que é que nós precisamos para reverter essa curva? Mais investimento: investimento centrado em novas fronteiras, como a Margem Equatorial e Pelotas”.

A Bacia de Pelotas, no litoral do Rio Grande do Sul, tem contratos para cerca de 50 blocos de exploração de petróleo. A chamada Margem Equatorial envolve a Bacia do Rio Amazonas. Por lá, há estimativas de reservas de 10 bilhões de barris de petróleo, investimentos de US$ 56 bilhões e arrecadação estatal em torno de US$ 200 bilhões. Também há muita polêmica por causa dos riscos para uma área ambientalmente sensível.

Em julho, o Ibama aprovou o Projeto do Plano de Proteção à Fauna e aguarda-se agora a data para a Avaliação Pré-Operacional (APO), última etapa antes de eventual licença ambiental para a perfuração de um poço na Bacia da Foz do Amazonas.

Carlos Agenor Cabral argumentou que a produção nacional já é de baixo carbono (10 kg a 13 kg CO2e/boe) quando comparada com a média mundial (19 kg CO2e/boe). Além disso, citou os compromissos do país com a implantação de tecnologias de descarbonização e de sequestro de carbono (BECCS, CCS e CCUS) a fim se chegar à neutralidade de carbono até 2050.

Leia também: Amapá apresenta propostas sobre exploração de petróleo na Margem Equatorial em Conferência Nacional

petróleo
Lindenmeyer: qualificação profissional e geração de renda para trabalhadores do setor. Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados.

“No mundo todo, ninguém tem essa característica da matriz energética brasileira altamente concentrada em biocombustíveis. Se eu sequestro esse carbono, ele vira negativo. Então, por isso que nós temos o potencial de ter emissões negativas do setor de energia no Brasil”.

Gerente de política industrial do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Pedro Alem também alertou sobre outros riscos caso o Brasil se torne um país importador a partir de 2040.

“Caso não encontremos novas reservas, nós enfrentaremos um problema fiscal muito pior do que o potencial problema de comércio exterior que se vislumbra. Então, temos que ter isso muito claro na mente, também trabalhando sempre com responsabilidade, com respeito às normas ambientais e com segurança operacional”.

Analista da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, Jorge Boeira reforçou esses argumentos.

“Existe uma discussão muito equivocada hoje dentro da sociedade de que petróleo e gás não fazem parte da transição energética. As transições não ocorrem de um dia para o outro. É muito difícil desmontar uma estrutura de produção e uso de energia de quase 100 milhões de barris por um dia de um dia para o outro”.

Leia também: Amazonas amplia produção de gás natural em 34%, podendo chegar a 12 milhões de M³ por dia

A audiência ainda contou com representantes de vários setores industriais que agradeceram ao Congresso Nacional por avanços na legislação em torno dos combustíveis do futuro e do hidrogênio verde.

Organizador do debate, o deputado Alexandre Lindenmeyer (PT-RS) aposta em otimizar oportunidades, também com foco na qualificação profissional e na geração de renda para os trabalhadores do setor.

“Por mais que seja complexo o momento que a gente está vivendo, talvez seja uma oportunidade de a gente fortalecer a indústria nacional para fazer frente a esses desafios que a gente tem hoje em âmbito global”.

O Ministério do Desenvolvimento mapeou investimentos de R$ 3,8 trilhões para o setor de energia até 2034, entre eles R$ 2,5 trilhões em petróleo e gás, R$ 260 bilhões em combustíveis do futuro e R$ 130 bilhões em eletromobilidade.

*O conteúdo foi originalmente publicado na Agência Câmara de Notícias.

Especialistas, parlamentares e indígenas pedem ação contra expansão de combustíveis fósseis na Amazônia

Foto: Reprodução/Acervo OTCA

Durante coletiva de imprensa na última semana, especialistas, parlamentares e lideranças indígenas pediram medidas urgentes para conter a expansão de combustíveis fósseis na Amazônia. A ação antecedeu a V Cúpula Presidencial da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), marcada para o dia 22 de agosto em Bogotá, na Colômbia.

O debate, transmitido online, reuniu o físico Paulo Artaxo, integrante do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC); o deputado colombiano Andrés Cancimance; a pesquisadora Paola Yanguas Parra, do Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (IISD); e a líder indígena peruana Olivia Bisa. A mediação foi do jornalista André Borges, da Folha de São Paulo.

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A conversa levantou pontos como os verdadeiros custos sociais, ambientais e econômicos da expansão de combustíveis fósseis na Amazônia, bem como a importância de marcos regulatórios que permitam avançar para uma transição energética justa.

Também foi discutido o papel estratégico da OTCA e seu potencial para alinhar os países amazônicos diante de desafios comuns como a expansão dos combustíveis, mas especialmente em preparação para a COP30, que será realizada em novembro na cidade de Belém, no Brasil.

Leia também: Portal Amazônia responde: o que é a COP 30?

expansão de combustíveis fósseis é discutida na foz do amazonas
Foz do Amazonas. Foto: Oton Barros/DPI INPE

Leia também: Portal Amazônia responde: o que é a Foz do Amazonas?

Opiniões sobre a expansão

Andrés Cancimance, deputado colombiano, disse: “Não é segredo que há uma forte tensão em torno da ideia de eliminar gradualmente os fósseis na Amazônia, porque, apesar da intenção da Colômbia, países como o Brasil não concordam. Por isso, os parlamentares enviamos uma carta ao presidente Petro, incentivando-o a apresentar o tema mesmo que a OTCA não o priorize devido à falta de consenso. É preciso insistir agora em Bogotá e depois na COP30, para que o tema seja central nessas conferências. A omissão em relação ao problema dos fósseis é gravíssima. Temos muito a fazer no nível multilateral, mas principalmente no parlamentar; precisamos de legislação e regulamentação mais fortes. Referendos e declarações de zonas de exclusão não estão sendo eficazes. São urgentes leis nacionais, alinhadas com propostas legislativas já em debate na Colômbia, Brasil, Peru e Equador, que permitam avançar”.

Paulo Artaxo, físico integrante do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) declarou que: 

A questão central na crise climática é a exploração e o uso de combustíveis fósseis, responsáveis por 85% a 90% das emissões globais de gases de efeito estufa. Se a COP30 não implementar políticas efetivas para acabar com o uso de combustíveis fósseis, haverá pouco a ser feito. A segunda maior fonte de gases de efeito estufa é o desmatamento de florestas tropicais, do qual a Amazônia é o componente principal. Vários países têm estratégias para eliminar o desmatamento até 2030, meta que todos devemos alcançar. Mas há um problema importante: a floresta amazônica está sofrendo degradação florestal devido ao aumento da temperatura global e à redução das chuvas, gerando estresse hídrico. A floresta perde carbono não apenas pelo desmatamento, mas basicamente pelo uso e exploração de combustíveis fósseis. Além de implementar efetivamente a transição energética nos países da OTCA, precisamos pressionar os países responsáveis pela maior parte das emissões para acelerar sua transição energética e alcançar um mundo livre de fósseis nas próximas décadas”.

Já a líder indígena peruana Olivia Bisa afirmou que “como nação Chapra, temos 97% da nossa biodiversidade intacta, o que significa que nossa governança é legítima e exemplar nacional e internacionalmente. No entanto, o Estado peruano tenta explorar nosso território há anos. Resistimos à entrada de cinco empresas transnacionais, pressionamos nossos parlamentares e apresentamos um projeto de lei para declarar a Amazônia intocável, livre de atividade petrolífera e de todo tipo de extrativismo. Espero que na reunião da OTCA e na COP30 os líderes se comprometam a declarar a Amazônia livre de combustíveis fósseis. A floresta é uma esperança de vida. Se queremos um futuro para nossos filhos, é hora de protegê-la e agir”.

A pesquisadora do Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (IISD), Paola Yanguas Parra, disse que a expansão da “fronteira petrolífera na Amazônia colombiana não faz sentido: o custo econômico de extração e transporte é altíssimo, estão em risco sumidouros de carbono fundamentais para a Colômbia e para o mundo, e o impacto sobre comunidades e ecossistemas locais é irreversível. Ganharíamos muito mais ao interromper a exploração e planejar uma saída ordenada onde já existe produção”.

Veja a prévia do novo relatório sobre a inviabilidade econômica da exploração fóssil na Amazônia colombiana, elaborado pela Earth Insight em parceria com o IISD.

Visitas ao Teatro Amazonas revelam história, arte e arquitetura do principal cartão-postal de Manaus

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Salão nobre do Teatro Amazonas. Foto: Aguilar Abecassis.

Um dos maiores símbolos do Amazonas, o Teatro Amazonas está de portas abertas para receber visitantes do mundo inteiro. Localizado no Centro Histórico de Manaus. Com funcionamento de terça a domingo, as visitações guiadas são uma ótima opção para quem deseja conhecer a história por trás do monumento mais icônico da capital.

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Espelho do Teatro Amazonas. Foto: Allan Diego

As visitas acontecem de terça a sábado, das 9h às 17h, e aos domingos e feriados, das 9h às 13h. A entrada é gratuita para amazonenses, mediante apresentação de documento de identidade com foto. Para visitantes de outros estados ou países, o ingresso custa R$20 (inteira) e R$10 (meia).

Durante o percurso, os visitantes conhecem o luxuoso Salão de Espetáculos, onde ocorrem apresentações líricas, sinfônicas e teatrais, e também o Salão Nobre, considerado o espaço mais original do teatro, com lustres, pinturas e mobiliário do final do século XIX que impressionam pela beleza e preservação.

Leia também: Portal Amazônia responde: qual a origem da cúpula do Teatro Amazonas?

Teatro Amazonas
Foto: Aguilar Abecassis.

Outro ponto alto da visita é o Museu do Teatro, que reúne espaços como a Sala dos 125 Anos de História, com peças e fotografias que narram a trajetória do teatro desde sua inauguração em 1896, e a Sala Zezinho Corrêa, dedicada à música e à dança. Nesta sala, o público encontra um painel em homenagem ao artista amazonense, além de bustos de músicos brasileiros, sapatilhas de balé e registros históricos.

Além das exposições e ambientes, o está na própria arquitetura do prédio. Cada detalhe, das cadeiras originais às telhas da cúpula, revela traços do refinamento artístico e da importância cultural do Teatro Amazonas ao longo dos séculos. Embora muitos objetos tenham sido perdidos com o tempo, o que resistiu está em exibição, mantendo viva a memória do espaço.

Seja turista ou morador da cidade, a visita ao Teatro Amazonas é uma oportunidade única de conexão com a arte, a história e o patrimônio do estado.

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Visitas ao Teatro Amazonas. Foto:  Aguilar Abecassis.

Serviço do Teatro Amazonas

Local: Teatro Amazonas – Largo de São Sebastião, Centro de Manaus, zona sul

Horário das visitas:

  • Terça a sábado: 9h às 17h
  • Domingo e feriados: 9h às 13h

Ingressos:

  • Gratuito para amazonenses (com identidade)
  • R$ 20 (inteira) / R$ 10 (meia)

*O conteúdo foi originalmente publicado na Agência Amazonas.