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Amazônia tem 4 milhões de hectares aptos para restauração florestal, aponta estudo do Amazônia 2030

Floresta Amazônica. Foto: Divulgação TV Brasil

Em 2023, foram mapeados 5,7 milhões de hectares de vegetação secundária com pelo menos seis anos de idade no bioma Amazônia, dos quais 4 milhões de hectares estão em áreas de baixo potencial agrícola, ou seja, não competem com o cultivo de grãos.

Esse dado revela uma grande oportunidade para a conservação e restauração ambiental na região, segundo um estudo, A Vocação da Restauração Florestal na Amazônia com Base na Vegetação Secundária, do projeto Amazônia 2030.

A restauração florestal surge como uma estratégia essencial para mitigar as mudanças climáticas, removendo grandes quantidades de CO₂ da atmosfera, recuperando a biodiversidade e fortalecendo funções ecológicas, como a regulação climática e o controle da erosão. No bioma Amazônia, a vegetação secundária desempenha um papel central nesse processo, representando uma oportunidade de recuperação ambiental em larga escala a baixo custo.

Saiba mais: Conheça as vegetações não florestais do bioma Amazônia

Os estados que concentram as maiores áreas de vegetação secundária em terras de baixa aptidão agrícola são Pará (1,88 milhões de hectares), Amazonas (612 mil hectares) e Mato Grosso (606 mil hectares). Já as áreas de vegetação secundária em regiões de alto potencial agrícola estão mais presentes no Pará (676 mil hectares) e Mato Grosso (481 mil hectares).

Distribuição da Vegetação Secundária com Idade Mínima de 6 anos em Áreas de Alto e Baixo Potencial Agrícola no Bioma Amazônia, em 2023.
Fonte: com base nos dados de Imazon (2024), Brandão et al. (2020), IBGE (2019), IBGE (2022), INPE (2024d), ISA (2020), FUNAI (2024), ICMBio (2024) e SFB (2020).

O estudo também destaca que a vegetação secundária em áreas de baixa aptidão agrícola está concentrada principalmente em imóveis privados do Sistema de Gestão Fundiária (29%)áreas públicas não destinadas (16%)áreas com Cadastro Ambiental Rural (15%) e assentamentos rurais (15%). Esses dados reforçam a necessidade de políticas públicas que protejam e incentivem a restauração dessas áreas.

Restauração florestal e desenvolvimento sustentável

A pesquisa indica que garantir a conservação dessas áreas exige um esforço coordenado entre políticas públicas, incentivos econômicos e estratégias de governança territorial. Entre as principais recomendações estão:

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Foto: Ricardo Oliveira/Ipaam
  • Criação de um sistema de monitoramento contínuo da vegetação secundária;
  • Priorizar a vegetação secundária em áreas que não competem com a produção agrícola na regularização ambiental;
  • Divulgação ampla dos benefícios econômicos e legais da restauração florestal;
  • Destinação de áreas públicas não destinadas para conservação e usos sustentáveis;
  • Implementação de incentivos para proprietários rurais que transformem terras agricultáveis em áreas florestais;
  • Fortalecimento das concessões florestais como estratégia para a recuperação de terras degradadas.

Com um total de 29,7 milhões de hectares de áreas desmatadas com baixa aptidão para a produção de grãos, há um enorme potencial para a restauração florestal na Amazônia, especialmente por meio da regeneração natural. Esse estudo reforça a necessidade de ações concretas para garantir que a vegetação secundária seja protegida e se torne um pilar da estratégia nacional de enfrentamento das mudanças climáticas e promoção do desenvolvimento sustentável.

Para baixar o estudo completo, clique aqui.

Startup usa IA para identificar peso e comprimento de peixes na Amazônia

Foto: Divulgação/Bactolac

A inteligência artificial está sendo usada pela startup amapaense Bactolac para medir o peso e comprimento de peixes na Amazônia. O objetivo é usar a tecnologia no processo mais preciso da piscicultura, evitando o estresse dos animais em razão do manuseio e fornecendo dados em tempo real para a produção.

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A ideia inovadora fez com que a empresa fosse a campeã do Desafio do Pescado 2025, que ocorreu no último dia 27 de março em São Paulo. No evento, concorreram 15 startups ligadas ao setor da Agtech.

Inteligência artificial e psicultura

A empresa usa uma espécie de biometria automatizada em peixes. Por meio de uma análise computacional de imagens, os técnicos da empresa conseguem captar dados dos animais sem precisar fazer o manuseio direito deles.

Segundo a Bactolac, a tecnologia gera o fortalecimento da indústria pesqueira e da saúde dos organismos aquáticos. Para isso, é necessário fazer biometrias em um intervalo de 15 dias ou de 30 dias. A análise produz dados do desempenho dos animais e a quantidade de ração que ele precisa ingerir.

Desafio do Pescado 2025

Criado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o desafio selecionou 15 startups para apresentar seus modelos de negócio e propostas de solução para o setor. Essa foi a 1ª edição da premiação.

Foto: Divulgação/Bactolac

O CEO da empresa, Antonio Carlos, destaca que a conquista do prêmio gera diversos retornos positivos à empresa:

  • Possibilidade de estabelecer parcerias tecnológicas e comerciais;
  • Mentorias técnicas e de negócios;
  • Acesso à rede de inovação e conexões do setor;
  • Oportunidades de networking com indústrias e investidores;
  • Premiação simbólica para as melhores soluções.

“Vencer esse desafio é uma oportunidade de aproximação com a indústria de piscicultura e de oferta da nossa solução para a indústria demandante dos desafios, alcançando cada vez mais mercados”, disse Carlos.

A Bactolac foi criada em 2020 durante o programa Inova Amazônia do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Ela é fruto da tese de doutorado de Antonio Carlos, CEO da empresa.

A empresa faz parte do portfólio do “Hub CNA” (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), responsável por mapear e tornar as soluções tecnológicas acessíveis aos produtores rurais.

De acordo com dados da plataforma do Sebrae Startups, a plataforma conta com mais de 18.000 startups cadastradas. O mercado é visto como uma nova alternativa de empreendimento.

*Por Mariana Ferreira, da Rede Amazônica AP

Registro de desmatamento e focos de calor cai no Amazonas em março, aponta Ipaam

Foto: Reprodução/Ibama

O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) registrou uma redução de 7,57% na área desmatada no Estado, entre 1º e 31 de março de 2025, totalizando 8.302 hectares, contra 8.982 hectares no mesmo período de 2024. O número de ocorrências também caiu 56,77%, com 1.017 alertas, comparado a 2.353 no mês de março do ano anterior.

Além disso, os focos de calor apresentaram uma queda de 31,42%, com 24 identificados em março deste ano, em comparação com 35 no mesmo período em 2024.

Leia também: 2025 inicia com registro de aumento de 68% no desmatamento da Amazônia

De acordo com o diretor-presidente do Ipaam, Gustavo Picanço, esses números refletem o monitoramento contínuo realizado pelo Ipaam, por meio do Centro de Monitoramento Ambiental e Áreas Protegidas (CMAAP), que tem utilizado tecnologia avançada para detectar alterações na vegetação e focos de calor em tempo real.

O gestor ressaltou, ainda, que a colaboração entre órgãos ambientais e autoridades competentes é essencial para assegurar a proteção das florestas e a diminuição dos índices de degradação. Nesse contexto, ele mencionou a Rede Mais, uma plataforma inovadora que disponibiliza, diariamente, imagens de 180 satélites de última geração, desempenhando um papel fundamental na preservação das florestas.

Em relação aos focos de calor, a coordenadora do CMAAP, Priscila Carvalho, esclareceu que nem sempre esses focos são indicativos de queimadas. Eles podem ser provocados por atividades humanas, como queimadas controladas, ou por fenômenos naturais, como a vegetação seca. Ela ressaltou:

“Nem todo foco de calor é resultado de uma queimada ilegal. Muitas vezes, eles têm origem em fatores naturais ou em práticas agrícolas devidamente autorizadas”.

Mais dados e multas

Entre 1º e 31 de março de 2025, os municípios com as maiores áreas desmatadas foram:

  • Lábrea (2.041 hectares),
  • Novo Aripuanã (1.767 hectares)
  • e Apuí (973 hectares).

Em relação aos focos de calor:

  • São Gabriel da Cachoeira registrou 12,
  • seguido por Santa Isabel do Rio Negro (2)
  • e Apuí (1).

O desmatamento ilegal, conforme o Decreto Federal nº 6.514/2008, pode resultar em multas de R$ 5 mil por hectare ou fração da área afetada. Esse valor pode ser dobrado em caso de uso de fogo ou incêndios ilegais. Além disso, as áreas desmatadas podem ser embargadas e os equipamentos utilizados na prática ilegal podem ser apreendidos.

Queimadas não autorizadas em áreas agrícolas, destinadas à renovação de pastagens ou cultivo, também são passíveis de autuação, com multas de R$ 3 mil por hectare, conforme o mesmo decreto.

Em caso de denúncias, a população pode entrar em contato com a Gerência de Fiscalização (Gefa) do Ipaam pelo WhatsApp: (92) 98557-9454.

*Com informações do Ipaam

Pai e filho “fogem” de pororoca no Amapá e compartilham aventura; vídeo

Elizeu Rocha e seu pai, Elisandro Rocha. Foto: Elizeu Rocha/Arquivo Pessoal

Os ribeirinhos Elizeu Rocha, de 20 anos, e o pai Elisandro Rocha, de 47 anos, compartilharam nas redes sociais a aventura de fugir de uma pororoca na ilha do Parazinho, no arquipélago do Bailique, na foz do rio Amazonas. O vídeo foi gravado no dia 30 de março durante uma pescaria:

Elisandro é pescador e descreveu que de longe conseguiu ouvir o barulho da onda se aproximando. Foi quando decidiu ver de perto o fenômeno.

“Essa é a visão de uma grande pororoca que sempre cresce nesses meses. Ela vem com uma distância de uns 500 metros de distância longe da gente, mas a gente já ouve o barulho dela. Eu estava de rabeta e ela [pororoca] é muito grande e tem muita força. A gente corre um risco muito grande”, disse o pescador.

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O que é a pororoca?

As marés da região podem variar em até nove metros e, quando é lua cheia ou nova, elas avançam para cima da costa. Nas fozes dos rios, o mar é forçado a entrar nos estuários em forma de funil, onde encontra a correnteza dos rios amazônicos.

Leia também: Pororocas: saiba em quais lugares da Amazônia o rio encontra o mar

As ondas se encontram em um lugar onde a profundidade diminui rapidamente. Tudo isso vira uma onda poderosa e assustadora que avança de margem a margem rio acima, arrancando pedaço de barranco e árvores.

A foz do rio Amazonas tem 200 quilômetros de extensão, metade da distância entre o Rio de Janeiro e São Paulo. Por ano, ele lança no mar 1,2 bilhão de toneladas de sedimentos, uma mistura de lama e nutrientes que vai alimentar peixes e outras espécies que vivem no Atlântico.

A água do Amazonas tinge todo litoral do Amapá. Ela se espalha por até 200 quilômetros da costa e, levada pela corrente norte, chega até a Guiana Francesa.

*Por Rafael Aleixo, da Rede Amazônica AP

Presidente Roberto Cidade destaca importância do Feclam para a melhoria das atividades parlamentares nos municípios do interior do Amazonas

Foto: Herick Pereira

Maior evento do tipo no país, a 5ª edição do Fórum Estadual das Casas Legislativas do Amazonas (Feclam) foi aberta nesta quinta-feira, 3/4, pelo presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), deputado estadual Roberto Cidade (UB).

Ao dar as boas-vindas aos mais de 800 participantes, entre eles mais de 500 vereadores, o deputado presidente destacou o papel da Aleam ao proporcionar um amplo espaço propício ao diálogo e ao aperfeiçoamento institucional dos legisladores municipais, elevando os mandatos dos vereadores nos 62 municípios do Estado.

“O vereador está aqui se preparando para melhor legislar no seu município. Ele tem à disposição diversas oficinas para que possa ser instruído em temas diversos. O legislador sai daqui mais preparado para se comunicar com a população, mais qualificado para servir ao seu povo. Temos hoje, na Aleam, representantes do povo de todo o Amazonas. Fico muito feliz de o Feclam ser um feito da nossa gestão e, sem medo de errar, afirmo que nós temos o maior fórum do tipo no Brasil. Agradeço a todos os deputados estaduais, a todos os vereadores, prefeitos e assessores por confiarem no nosso trabalho e no Feclam”, declarou.

Coordenador da bancada do Norte na Câmara Federal, o deputado federal Sidney Leite (PSD) destacou a importância da iniciativa e parabenizou o deputado presidente pela liderança e ineditismo do fórum.

“Nós somos 65 deputados e deputadas na bancada do Norte na Câmara Federal e, tenha certeza, de que serei porta-voz deste fórum e da importância dele para a nossa região.  Parabenizo o presidente Roberto Cidade e a Mesa Diretora desta Casa pela iniciativa, a primeira no país com essa magnitude. Tenham certeza de que falarei deste evento e da importância dele para os nossos legisladores. E vocês, legisladores, aproveitem esse encontro. Vocês têm aqui todas as ferramentas para melhorarem os seus mandatos. Aproveitem!”, falou.

Presidente da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), a deputada estadual Tia Ju (Republicanos/RJ), disse ver no Feclam uma mão amiga, sobretudo, para os vereadores de primeiro mandato.

“Agradeço ao presidente Roberto Cidade por esse fórum, que é um sucesso. Não fui vereadora e tive que aprender na marra a ser legisladora. Capacitar, estender a mão e acolher também é missão do Feclam e que bom poder participar deste momento tão importante, não apenas para o Norte, mas para o Brasil. Vocês são exemplos para o Brasil”, afirmou.

Representando o governador Wilson Lima, o secretário de Governo, Sérgio Litaiff Filho, parabenizou pelo espaço de troca de ideias, experiências e capacitação.

“Levar para os municípios ideias inovadoras é um dos objetivos deste fórum, aprimorar suas práticas legislativas, enfim, fortalecer ainda mais os mandatos de vocês. Essa é uma grande iniciativa aqui da Casa do Povo e, mais uma vez, parabenizo o deputado Roberto e todos os deputados aqui presentes por promoverem essa capacitação. Em nome do governador do Estado, gostaria de desejar as boas-vindas, desejar que aproveitem ao máximo as capacitações e reafirmar que todas as secretarias estão de portas abertas para recebê-los”, declarou.

Presidente da Câmara Municipal de Anori, Elton Gonçalves Lima, enalteceu a importância da Aleam para o aperfeiçoamento dos trabalhos legislativos no interior do Estado.

“Quero agradecer em primeiro lugar ao presidente Roberto Cidade por nos proporcionar este momento. Já é o quarto Feclam que eu participo e, sem dúvidas, esse fórum é muito importante para o nosso aprendizado. Nossa Lei Orgânica estava há mais de 20 anos sem nenhuma atualização e, hoje, graças a Deus, estamos recebendo-a com muita satisfação para contribuir com os nossos munícipes”, afirmou.

Cheia do rio Madeira em 2025 já afeta mais de 8 mil pessoas em Porto Velho

Cheia do rio Madeira em 2025. Foto: Reprodução/Prefeitura de Porto Velho

O rio Madeira alcançou 16,67 metros na medição desta sexta-feira (4), segundo monitoramento do Serviço Geológico do Brasil (SGB). De acordo com a Defesa Civil Municipal de Porto Velho, 29 comunidades são diretamente afetadas, onde vivem 8.984 pessoas.

Na comunidade de Calama, uma das regiões mais afetadas, casas já foram completamente tomadas pela água. O mesmo ocorre no canal Santa Bárbara e no distrito de Fortaleza do Abunã. Para não ficarem isolados, os moradores fizeram uma estrada de acesso por dentro da mata.

Leia também: Portal Amazônia responde: como funcionam os processos de enchente e vazante dos rios?

Equipes da Prefeitura de Porto Velho realizam visitas nas comunidades e disponibilizam suprimentos às famílias, como cestas básicas, água potável, kits de higiene pessoas e hipoclorito de sódio.

De acordo com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), o risco de catástrofe ambiental é considerado moderado. Já a previsão é de mais chuvas para a região até meados de abril.

Além das comunidades diretamente afetadas, outras 36 comunidades com cerca de 32 mil pessoas estão em sinal de alerta. A Defesa Civil espera deslocar os moradores mais afetados para a zona urbana de Porto Velho, onde elas podem receber assistência.

*Com informações da Rede Amazônica RO

Amapá apresenta propostas sobre exploração de petróleo na Margem Equatorial em Conferência Nacional

5ª Conferência Estadual de Meio Ambiente do Amapá. Foto: Jorge Júnior/GEA

Após aprovar propostas em conferência estadual, o Amapá vai apresentar sugestões sobre a exploração de petróleo na Margem Equatorial durante a 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, que ocorrerá no mês de maio, em Brasília (DF).

Leia também: Portal Amazônia responde: o que é a Foz do Amazonas?

No estado, a conferência reuniu cerca de 400 pessoas nos dias 25 e 26 de março. O governo do Amapá informou que o evento, às vésperas da COP30, marca um novo ciclo para a gestão ambiental, conservação e desenvolvimento.

Sobre petróleo, as propostas correspondentes são:

  • Garantir, durante o processo de licenciamento ambiental, formação profissional continuada de todos os níveis às populações diretamente atingidas e comunidades tradicionais e de forma mais abrangente à população amapaense para absorção de mão de obra local.
  • Fomentar a exploração do petróleo e gás na margem equatorial de maneira sustentável para financiar a transição energética justa e ecológica e desenvolvimento em bases sustentáveis em larga escala, garantindo as medidas compensatórias e uma repartição justa respeitando as comunidades tradicionais.

Para a conferência de meio ambiente nacional, 30 delegados foram selecionados através de votação, para representar a sociedade civil, o setor público e o setor privado. Veja a lista de propostas apresentadas.

As conferências discutem cinco temas que tratam da política de uma forma geral, sobre o que as mudanças climáticas têm feito no estado, no Brasil e no mundo.

Marcos Almeida, diretor de desenvolvimento ambiental da Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Amapá (Sema), disse que as reuniões abordam, além de temáticas que envolvem questões climáticas, a questão da conservação ambiental.

“Foi incluída também duas propostas que tratam sobre a temática da exploração do petróleo na Margem Equatorial, sendo o único estado. Então isso mostra que a sociedade civil e amapaense, de uma forma geral, tem visto a importância da exploração de petróleo na como uma fonte financiadora da transição energética no Amapá e no país”, contou o diretor.

Almeida destacou ainda que essa é uma oportunidade do poder público defender a exploração de petróleo, além da sociedade amapaense poder obter benefícios dos recursos que devem impactar diretamente na qualidade de vida da população.

“Há uma articulação entre os estados da Amazônia Legal que é levar essa proposta que trata sobre a exploração de petróleo, não de qualquer forma, mas de maneira consciente, respeitando as leis. O poder público irá levar como oportunidade de que precisa ser feito, mas é uma oportunidade que o estado possa passar por uma transição justa energética desses recursos”, finalizou.

Petróleo na costa do Amapá

O primeiro poço de petróleo na Margem Equatorial está previsto para o bloco FZ-M-59, que fica na bacia da Foz do Amazonas, em águas do Amapá.

A Petrobras disse ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que vai terminar a unidade de estabilização da fauna no Oiapoque (AP) – uma das exigências do órgão ambiental.

As atividades de petróleo se dividem em três fases: exploração, desenvolvimento e produção. No Amapá, a estatal ainda está verificando se a área tem potencial para produzir petróleo e se esse potencial é comercialmente viável.

*Por Isadora Pereira, da Rede Amazônica AP

Lei aprovada na ALEAM transforma Castanha-do-Pará em Castanha-da-Amazônia

Ouriço e castanhas. Foto: Ronaldo Rosa/Embrapa

A Assembleia Legislativa do Amazonas (ALEAM) aprovou no dia 1° de abril, o Projeto de Lei nº 913/2024, de autoria do deputado estadual Sinésio Campos (PT/AM), que altera oficialmente a denominação da castanha-do-Pará para “castanha-da-Amazônia” no estado. A mudança visa valorizar a identidade amazônica do produto e fortalecer sua cadeia produtiva.

Leia também: Qual o termo certo: castanha do Pará, do Brasil ou da Amazônia?

Justificativa para a mudança

A castanha, fruto da Bertholletia excelsa, é um dos produtos mais emblemáticos da biodiversidade amazônica. Atualmente, é conhecida por diferentes nomes, como castanha-do-Pará e castanha-do-Brasil, refletindo disputas históricas e regionais sobre sua nomenclatura. O deputado Sinésio Campos argumenta que a nova denominação reforça a identidade amazônica da castanha e sua relevância para o estado, que tem se tornado um dos maiores produtores do país.

“A produção da castanha não se restringe ao Pará, como o nome sugere. Ela é amplamente cultivada em vários estados amazônicos, incluindo o Amazonas, que tem aumentado sua participação na produção nacional. Essa mudança reconhece a Amazônia como um todo e fortalece a marca do produto no mercado nacional e internacional”, destacou Sinésio Campos.

Leia também: Castanha-do-brasil: sabores, tradições e cuidados

A coleta dos ouriços. Foto: Maurício de Paiva

Impactos da nova lei

O texto aprovado estabelece que todos os produtos derivados da castanha, quando produzidos no Amazonas, deverão utilizar a denominação “castanha-da-Amazônia”. A lei também prevê incentivos à rastreabilidade do produto, à certificação de origem e ao uso da nova nomenclatura em exportações e campanhas publicitárias.

Além disso, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (SEDECTI) ficará responsável pela fiscalização e concessão de selos de qualidade para garantir a autenticidade da produção amazônica.

Próximos passos

Com a aprovação na ALEAM, a lei segue agora para sanção do governador. Se sancionada, entrará em vigor imediatamente, exigindo adaptações do setor produtivo e comercial do estado.

O Deputado Sinésio Campos afirmou que vai levar uma cópia da proposta para o colegiado do Parlamento Amazônico, entidade que congrega 270 deputados estaduais dos 9 estados que compõem a Amazônia. O grupo vai se reunir em Manaus ainda no mês de abril. Sinésio espera que os parlamentares amazônicos também aprovem leis similares em seus respectivos estados, unificando a nomenclatura.

*Com informações da Aleam

Cacique Raoni recebe a atriz Angelina Jolie em terra indígena no Xingu, em Mato Grosso


Foto: Reprodução/Mauricio Dias

O Cacique Raoni, líder indígena do povo Mẽbêngôkre-Kayapó reconhecido em todo o mundo, recebeu a atriz norte-americana Angelina Jolie em uma visita à aldeia Piaraçu, na Terra Indígena Capoto-Jarina, no Xingu (MT), nesta quarta-feira (2). O encontro ocorreu em conjunto com a organização Re:wild.

Leia também: Portal Amazônia responde: quem é o Cacique Raoni?

De acordo com informações da mídia local, a atriz chegou na terra indígena com o auxílio da Força Aérea Brasileira (FAB). Outras lideranças indígenas do povo Kayapó também estiveram presentes.

A visita ganhou visibilidade por meio da rede X (antigo Twitter), em que alguns vídeos de interação de Angelina com os participantes da reunião, inclusive o momento em recebe pinturas de grafismo indígena, foram divulgados.

Angelina é ativista humanitária e ao longo de mais de 20 anos se dedica aos direitos humanos. Oficialmente, não foi informado o objetivo da visita, porém temas como o desmatamento, garimpo ilegal e outros desafios enfrentados por povos indígenas teriam sido pautas do encontro.

A atriz não fez nenhuma publicação sobre a visita, mas alguns registros passaram a circular pelas redes sociais:

Cultivo de banana: protocolo garante qualidade genética e sanitária do plátano Pacovan

Plátano é a denominação dada às bananas do grupo Terra. Na maior parte dos estados, é conhecida como banana-da-terra. Foto: Maria José Tupinambá

A Embrapa Amazônia Ocidental desenvolveu um protocolo de micropropagação para produção, em larga escala, de mudas com alta qualidade genética e sanitária do plátano Pacovan, tipo de banana do grupo Terra. O método atende demanda do Amazonas, antes suprida pelo plantio de mudas convencionais provenientes de áreas comerciais ou por aquelas micropropagadas em laboratórios de outros estados.

O plátano Pacovan é muito apreciado na culinária amazônica e a maior parte da produção regional é oriunda da agricultura familiar.

Leia também: Produção de banana na Amazônia é impulsionada por técnica de controle da Sigatoka-negra

Segundo o pesquisador Ricardo Lopes, da equipe envolvida no estudo que deu origem ao protocolo, as mudas micropropagadas procedentes de biofábricas de outros estados frequentemente são enviadas misturadas a outras cultivares. Além disso, devido ao tempo de transporte e à demora na liberação no aeroporto, podem deteriorar-se, principalmente quando destinadas a produtores dos municípios do interior do estado.

O risco das mudas chegarem em lotes não uniformes ou contaminadas por patógenos e pragas, colocando em risco o novo plantio deixa de acontecer agora com a adoção do protocolo, comenta Lopes. Para ele, o protocolo é oportunidade para repassar aos interessados uma maneira adequada de multiplicação das plantas. A Embrapa poderá ceder material para reprodução em laboratório.

Bananas do grupo Terra

Plátano é a denominação dada às bananas do grupo Terra (AAB), representadas pela cultivar D’Angola, denominada pacovan no Amazonas, banana comprida no Acre, farta-velhaco no Mato Grosso e banana-da-terra em outros estados. 

Já a micropropagação (ou propagação vegetativa in vitro) permite a reprodução rápida de plantas com características superiores.

Foto: Maria José Tupinambá

Possibilita a formação de plantas geneticamente idênticas a partir do cultivo in vitro de células, ou seja, a partir de órgãos ou pequenos fragmentos extraídos de uma planta matriz em meios de cultura (soluções com nutrientes) adequados, e sob condições ambientais controladas.

Experimentos

Ao longo das últimas décadas, a Embrapa Amazônia Ocidental vem multiplicando material do plátano ‘Pacovan’ cultivado no Amazonas para instalação de experimentos e ações de transferência de tecnologia, com avaliação do desempenho agronômico e análise de viabilidade econômica do cultivo. O material multiplicado constitui um único clone obtido a partir de coleta realizada em um plantio comercial feito no município de Iranduba, Amazonas.

O clone do plátano foi avaliado para características fitotécnicas e produtividade e registrado como cultivar no Registro Nacional de Cultivares do Ministério da Agricultura e Pecuária (RNC/Mapa).

A partir de matrizes desse clone, mantidas pela Embrapa, foram produzidas mudas micropropagadas no Laboratório de Cultura de Tecidos da empresa, as quais foram cultivadas na Fazenda Amazônia, em Iranduba.

O plantio, as adubações, os tratos culturais e demais recomendações de cultivo seguiram as orientações do sistema de produção para a cultura da bananeira no estado do Amazonas. Detalhes do processo podem ser conferidos no Comunicado Técnico 169, BRS Amazonas: cultivar de plátano para o Amazonas, de autoria dos pesquisadores Luadir Gasparotto, Ricardo Lopes e Mirza Carla de Souza Normando.

As ações implementadas no trabalho de pesquisa possuem alinhamento com os seguintes Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030: 2 (Fome zero e agricultura sustentável), 8 (Trabalho descente e crescimento econômico), 9 (Indústria, inovação e infraestrutura), 12 (Consumo e produção sustentáveis) e 15 (Vida terrestre).

Alto teor de amido

Os frutos dos plátanos contêm polpa com alto teor de amido, os quais apresentam baixa digestibilidade se ingeridos in natura. Por isso são consumidos após cocção, fritos, assados, incorporados em farofas e pratos à base de peixes e também no preparo de mingaus e farinhas.

Na composição do fruto encontram-se 2,93% de proteína bruta, 0,54% de fibras, 2,44% de gordura, 81,83% de carboidratos, 2,09% de cinzas, 499 mg de potássio por 100 g de polpa, 174 mg de fósforo por 100 g de polpa, 2,33 mg de ferro por 100 g de polpa e 14 mg de cálcio por 100 g de polpa.

Variabilidade genética e seleção de clones

O ‘plátano Pacovan’ é amplamente cultivado e consumido no estado do Amazonas. A produção é predominantemente oriunda da agricultura familiar e a fruta é importante componente da dieta da população. Apesar da importância e do longo tempo de cultivo, não existe caracterização e avaliação da variabilidade genética do material cultivado pelos produtores e não existem cultivares selecionadas e recomendadas para o cultivo.

Para solucionar esse problema, o pesquisador Ricardo Lopes lidera um projeto com o objetivo de caracterizar e avaliar a variabilidade genética do plátano ‘Pacovan’ cultivado no Amazonas, visando à seleção de cultivares com alta produtividade e qualidade de frutos.

As metas são a coleta de mudas de plantas com boas características fenotípicas, em plantios de pelo menos dez municípios do estado do Amazonas, e a obtenção de, também pelo menos, cinco amostras em cada município. 

A Embrapa Amazônia Ocidental está promovendo capacitação on-line sobre doenças da bananeira e formas de controle, na plataforma e-campo da Empresa. Acesse aqui para mais informações.

*O conteúdo foi originalmente publicado pela Embrapa, escrito por