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Pipoca em Cena 2: o que é necessário para produzir?

Com parte do projeto Pipoca em Cena, acompanhe nessa série de quatro videoaulas, dicas de produção audiovisual com celulares. São informações sobre as necessárias etapas para a realização de um filme, começando com a ideia e o roteiro, passando pela produção, equipamentos, captação, edição e distribuição do filme.

“Esta primeira videoaula marca o início de uma jornada para cineastas aspirantes e entusiastas do cinema. Queremos proporcionar uma base sólida para que nossos alunos possam desenvolver suas habilidades e criar histórias que realmente se destaquem”, destacou Anderson Mendes, gerente de conteúdos especiais da Fundação Rede Amazônica.

Acompanhe o segundo episódio:

Veja o episódio anterior:

Sobre o Pipoca em Cena

A décima edição do Projeto Pipoca em Cena, da Fundação Rede Amazônica (FRAM), tem o apoio institucional da Globo Filmes; Policia Militar do Amazonas; Secretaria de Estado de Educação e Deporto Escolar (SEDUC); e o apoio da Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural (AADC); Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SEC) e Governo do Amazonas.

Pipoca em Cena 1: saiba como projetar um roteiro

Com parte do projeto Pipoca em Cena, acompanhe nessa série de quatro videoaulas, dicas de produção audiovisual com celulares. São informações sobre as necessárias etapas para a realização de um filme, começando com a ideia e o roteiro, passando pela produção, equipamentos, captação, edição e distribuição do filme.

“Esta primeira videoaula marca o início de uma jornada para cineastas aspirantes e entusiastas do cinema. Queremos proporcionar uma base sólida para que nossos alunos possam desenvolver suas habilidades e criar histórias que realmente se destaquem”, destacou Anderson Mendes, gerente de conteúdos especiais da Fundação Rede Amazônica.

Acompanhe o primeiro episódio:

Sobre o Pipoca em Cena

A décima edição do Projeto Pipoca em Cena, da Fundação Rede Amazônica (FRAM), tem o apoio institucional da Globo Filmes; Policia Militar do Amazonas; Secretaria de Estado de Educação e Deporto Escolar (SEDUC); e o apoio da Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural (AADC); Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SEC) e Governo do Amazonas.

Acre tem quantidade de bombeiros abaixo do recomendado pela ONU

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Com 880.631 habitantes, segundo os últimos dados divulgados pelo NUIBGE, o Acre conta atualmente com aproximadamente 400 bombeiros na ativa. O número está abaixo do recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU) que é de um agente para cada mil habitantes. No Brasil, apenas Amapá, Distrito Federal e Rio de Janeiro seguem este padrão internacional de segurança.

O Acre enfrenta todos os anos fortes queimadas durante o verão amazônico. De acordo com o informativo de monitoramento de incêndios florestais do Corpo de Bombeiros do Acre (CBMAC), até agosto deste ano, já foram atendidas 3.766 ocorrências em todo o estado, superando as 2.805 registradas no mesmo período do ano passado.

De acordo o comandante-geral da corporação, coronel Charles Santos, a previsão é de que o cenário piore nos próximos dias. Segundo ele, a média diária tem se mantido em 200 incêndios.

O coronel Charles Santos justifica que a recomendação da ONU considera condições ‘perfeitas’, que não são encontradas no Brasil e em outras partes do mundo. O que é possível ser feito, segundo o comandante, é otimizar os recursos disponíveis atualmente.

Apesar do aumento na demanda, o coronel destaca que o último concurso, feito em 2022, reforçou o efetivo e garante que uma nova convocação ocorrerá em breve para ampliar o quadro de agentes. Isso porque a validade do certame foi prorrogada por mais dois anos, até 2026.

Foto: Júnior Andrade/Rede Amazônica Acre

“Estamos hoje com 170 homens na rua, diariamente. Nós estamos em 17 municípios e mais cinco realizando um monitoramento diário”, acrescentou.

Para conseguir atender o maior número de ocorrências possíveis, o coordenador da operação fogo controlado no estado, capitão Carlos Freitas Filho, explica os trabalhos funcionam de forma integrada junto ao governo federal e envolve todo o efetivo.

Incêndio no Parque Nacional Serra do Divisor foi controlado, mas bombeiros tentam apagar focos de calor — Foto: Arquivo/Corpo de Bombeiros de Cruzeiro do Sul
 Foto: Arquivo/Corpo de Bombeiros de Cruzeiro do Sul

São feitos estudos técnicos para definição de áreas prioritárias. Foram chamados os militares de todos os setores, até mesmo da área administrativa, que, segundo o capitão, está funcionando com o mínimo possível de equipe para que os esforços sejam concentrados no combate aos incêndios.

*Por Lucas Thadeu, da Rede Amazônica AC

Conheça os oficineiros que levam técnicas do audiovisual para alunos no ‘Pipoca em Cena’

A experiência dos oficineiros do projeto ‘Pipoca em Cena’ tem sido fundamental para guiar os alunos da Escola Áurea Pinheiro Braga, na Zona Leste de Manaus (AM). Por uma semana, eles tem a missão de ensinar os estudantes todos os passos necessários para a construção de um curta-metragem.

Conhecido no cenário audiovisual de Manaus, o publicitário e gerente de Conteúdos Especiais da Fundação Rede Amazônica (FRAM), Anderson Mendes, completou 25 anos de carreira em 2024. Em seu portfólio estão as produções  ‘A Incrível História de Coti: O Rambo do São Jorge’, ‘Picolé do Aranha’, ‘Pistolino e o Filme Que Não Acaba Nunca’ e ‘Oscarino & Peteleco’, além dos programas que dirigiu e/ou produziu no canal temático Amazon Sat.

Coube a Mendes, a missão de ensinar a parte teórica para os alunos do projeto ‘Pipoca em Cena’. Através de um material didático, o publicitário mostrou para os alunos o passo a passo da produção de um filme. “Nosso objetivo com o Pipoca em Cena é mostrar para esses alunos que eles têm total possibilidade de se tornarem produtores audiovisuais”, explicou.

Mendes auxilia alunos do projeto ‘Pipoca em Cena’. Foto: Diego Oliveira/Portal Amazônia

Na era dos smartphones, a liberdade de contar história ganhou novas nuances. A missão do projeto é apontar a direção certa para esses jovens. Por esse motivo, Mendes acompanhou de perto o restante das fases. Com o roteiro pronto, os alunos passaram para a fase de gravações. Após a captação de todas as imagens, o oficineiro ajudou os alunos na edição e deu diversas dicas para enriquecer o material.        
                                                           
“Nós estamos aqui passando um pouco das técnicas desde o início da criação da ideia, de desenvolvimento do roteiro, passando pela produção, execução das imagens e, claro, a edição de vídeo. Em seguida, vamos realizar um evento para exibir os curtas-metragens na própria escola”, explicou Mendes.

Toque artístico

A arte educadora Keylla Gomes acompanhou de perto a gravação de todos os curtas-metragens executados pelos alunos do projeto. Ela é a responsável pela produtora ‘Ykamiabas’, que desenvolveu a intervenção artística ‘Oxigênio’, um manifesto que fala sobre a importância de preservar os recursos da Amazônia.

No ‘Pipoca em Cena’, Keylla ficou responsável em acompanhar as gravações e dar dicas de atuação para os estudantes. “Os alunos são criativos demais, se a gente deixar eles criam um longa-metragem”, brincou.

Ela contou que, apesar do desafio, o trabalho desenvolvido no projeto é gratificante. “É uma sensação muito boa, pois podemos ver no rostinho de cada um que estão gostando de participar e entregam um bom trabalho”, afirmou. 

Keylla e Adailton gravam cena com aluna do projeto ‘Pipoca em Cena’. Foto: Diego Oliveira/Portal Amazônia

Imagens e sonhos

Formado em comunicação social, Adailton Santos ficou responsável por captar as imagens para os curtas-metragens dos alunos. Esse não é o primeiro projeto de audiovisual que o jornalista participa. Ele usa toda sua expertise para “dar vida” aos roteiros criados pelos estudantes, após as oficinas ministradas por Anderson e Keylla. “Meu primeiro trabalho foi dentro do Projeto Jovem Cidadão ensinando alunos a criarem projetos cinematográficos”, contou. 

Com os equipamentos em mãos, Adailton acompanhava os alunos nos locais da gravação, que aconteciam dentro da própria escola. “Está sendo um trabalho cansativo e difícil, mas gratificante. É muito bom ver eles observando seus planos criando ‘vida’. Nosso objetivo é fazer com que eles fiquem orgulhosos do próprio trabalho”, explicou.

Sobre o Pipoca em Cena

A décima edição do Projeto Pipoca em Cena, da Fundação Rede Amazônica (FRAM), tem o apoio institucional da Globo Filmes; Policia Militar do Amazonas; Secretaria de Estado de Educação e Deporto Escolar (SEDUC); e o apoio da Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural (AADC); Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SEC) e Governo do Amazonas.

Rede de Saúde em Belém realiza formação de educadores populares em plantas medicinais

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Foto: Divulgação/Ascom Sesma

A comunidade onde Márcia Cardoso trabalha, em Mosqueiro (PA), costuma utilizar chás e óleos de plantas medicinais no tratamento de algumas doenças comuns. “Para mim, esse curso está permitindo o resgate do conhecimento popular no uso de medicamentos fitoterápicos, principalmente nos cuidados com crianças e idosos”, avalia Márcia. Ela é enfermeira da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), que atua na Estratégia Saúde da Família (ESF) Baía do Sol, no distrito administrativo de Belém.

A enfermeira participou do curso ‘Educação Popular em Plantas Medicinais‘, promovido pela Sesma em parceria com a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), na Escola do SUS, na última semana, com aula prática na ilha do Combu. “A capacitação agregou o conhecimento popular que já temos com as orientações técnico-científicas que os facilitadores da Fiocruz nos trouxeram”, resume.

Multiplicadores

O curso foi realizado por meio das Referências Técnicas (RT) em Educação Popular em Saúde e Práticas Integrativas/Farmácia Viva e teve como público-alvo Agentes Comunitários de Saúde (ACS’s), profissionais de nível superior das ESF’s e Unidades Básicas de Saúde (UBS’s), além de lideranças comunitárias.

Foto: Divulgação/Ascom Sesma

Ele destaca que os alunos dessa primeira turma são pessoas que já trabalham com plantas medicinais e tiveram o conhecimento aprimorado para se tornarem multiplicadores desse saber popular integrado às informações científicas.

Rafael ressalta que esses profissionais atuarão em apoio ao projeto Farmácia Viva, que vem sendo implementado pela prefeitura de Belém.

O curso teve como facilitadores, além de Rafael Cabral, Larissa Medeiros, RT de Educação Popular em Saúde da Sesma; Paulo Leda, do Departamento de Produtos Naturais (Farmanguinhos-Fiocruz) e Camila Borges, da Escola Politécnica Joaquim Venâncio (EPJV/Fiocruz).

*Com informações da Agência Belém

Estudo geológico avalia utilização da pedra brita na construção civil no Amazonas

Foto: Rielva do Nascimento/Acervo pessoal

Estudo geológico e tecnológico das rochas de pedreiras, avaliou a resistência, durabilidade e melhor utilização da pedra brita na construção civil no Amazonas. Apoiado pelo Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), amparado via Programa Universal Amazonas, Edital n° 002/2018, o estudo pesquisou quatro unidades geológicas utilizadas na produção de brita: Grupo Iricoumé, Suíte Mapuera e Suíte Água Branca, localizadas em Presidente Figueiredo (distante a 117 km da capital); e Granito Pedra do Gavião, localizada em Moura, no distrito de Barcelos (399 km).

A pesquisa mostrou que as britas estão de acordo com as normativas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), nos parâmetros de granulometria (distribuição granulométrica, forma dos grãos e resistência ao impacto e abrasão) e de substâncias nocivas (torrões de argila e material friável e material pulverulento), isto é, podem ser utilizadas na fabricação de concreto.

Outro dado relevante é que, com relação aos aspectos geológicos, as rochas das unidades estudadas são potencialmente reativas a reação álcali-agregado, que pode diminuir a vida útil do concreto ou até inviabilizar a sua produção. Dessa forma, é necessário e obrigatório, antes da produção de concreto com estas britas, a realização dos testes previstos na NBR 15577-1, que servem como um guia de avaliação para identificação da reatividade potencial e possíveis medidas preventivas para uso de agregados em concreto.

A pesquisa intitulada ‘Caracterização geológica e tecnológica de rochas de pedreiras da região de Presidente Figueiredo e Moura: possíveis aplicações na indústria da construção civil’ é coordenada pela doutora em Geociências, Rielva Solimairy Campelo do Nascimento, da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), que afirma ainda que três fatores influenciam nestas reações.

“O agregado potencialmente reativo (no nosso caso a brita), a umidade e o teor álcalis presentes na mistura do concreto. Nós identificamos que o material explorado é potencialmente reativo, mas apenas os testes é que irão dizer o quão reativo ele são. Isso depende da mistura a ser feita e do uso que será dado ao concreto”, cita a geóloga.

Os ensaios tecnológicos foram realizados no Laboratório de Ensaios de Materiais da Faculdade de Tecnologia, da Ufam, seguindo as normas técnicas da ABNT, que regulamenta quesitos como a amostragem, ensaios tecnológicos e estudos geológicos. Foram amostrados três lotes de brita, em cada pedreira, sendo elas: britas do tipo 0 (4,75/12,5 mm), 1 (9,5/25 mm) e 2 (19/31,5 mm).

Foto: Rielva do Nascimento/Acervo pessoal

Foram realizados estudos das rochas ao microscópio (descrição petrográfica), visando identificar feições: fraturas, minerais reativos (sulfetos), texturas que diminuem a resistência dos minerais, entre outros parâmetros. Todos os testes forneceram informações sobre a uniformidade das britas, sua resistência mecânica e reatividade.

Os estudos tecnológicos e geológicos das rochas e britas produzidas na região fazem-se necessários devido às reações que afetam negativamente a resistência do concreto, podendo gerar fissuras e desagregação do material. A qualidade dos materiais pétreos utilizados na construção civil necessita de uma análise especializada por parte dos profissionais da geologia, de forma a evitar danos econômicos e materiais.

“Uma forma de baratear o custo de grandes obras é minimizar custos com transporte e acelerar os prazos de entregas. Com os dados disponíveis, construtoras e o público em geral podem escolher e fiscalizar o material que está sendo utilizado nas construções, porque isso impacta diretamente na qualidade, durabilidade e segurança das obras construídas”, afirmou.

*Com informações da Fapeam

Consulta pública é realizada no Oeste do Pará para criação da UC Árvores Gigantes da Amazônia

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O Governo do Pará realizou nesta quarta-feira (11) uma Consulta Pública com a população do município de Almeirim, no oeste paraense. O tema da consulta foi a transformação de parte da Floresta Estadual (Flota) Paru em uma nova Unidade de Conservação (UC) de Proteção Integral, destinada à conservação das Árvores Gigantes da Amazônia. A iniciativa é liderada pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) e conta com o apoio do Instituto Federal do Amapá (Ifap), da Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e financiamento do Andes Amazon Fund.

Leia também: Novo santuário de árvores gigantes na Amazônia é revelado no oeste do Pará

Na última segunda-feira (9), equipes do órgão ambiental do Governo do Pará e da FAS realizaram uma série de visitas a instituições de ensino, entidades religiosas e órgãos públicos, incluindo o Conselho Tutelar, a Agência Distrital, a Polícia Militar, a Polícia Civil, o Ministério Público, o Tribunal de Justiça do Pará e a Justiça do Trabalho. O objetivo foi garantir a ampla participação da sociedade na Consulta Pública, que ocorreu no dia 11 de setembro, de 8h às 13h, na GR Eventos, no distrito de Monte Dourado.

De acordo com o presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, a participação e envolvimento da comunidade local é uma etapa essencial para a criação da nova UC. “A proteção das Árvores Gigantes da Amazônia é um compromisso com as futuras gerações. Estamos falando de exemplares únicos, como o Angelim vermelho (Dinizia excelsa Ducke), com alturas acima de 70 metros, incluindo a árvore mais alta da América Latina, com 88,5 metros. Portanto, a Consulta Pública é uma oportunidade para que todas as pessoas se envolvam na preservação desse patrimônio natural inestimável”, frisou.

Foto: Fernando Sette

O superintendente de Inovação e Desenvolvimento Institucional da FAS, Victor Salviati, destaca que “essa Consulta Pública foi muito relevante para o estado do Pará, para a Amazônia e para o planeta. Estamos falando do fortalecimento da proteção da biodiversidade amazônica. A FAS agradece a parceria e cumplicidade das organizações envolvidas no projeto e das pessoas dos territórios das árvores gigantes que possibilitaram a realização dos levantamentos (físicos e biológicos) em tempo recorde, e com que esses resultados chegassem para a discussão com a sociedade”.

Conservação

A proposta de recategorização da Flota do Paru visa garantir a proteção integral dessas árvores monumentais, que desempenham um papel importante na manutenção do bioma amazônico. “Essas árvores não são apenas as maiores da Amazônia, mas também estão entre as maiores do mundo. Sua preservação é fundamental para a conservação da biodiversidade e para o equilíbrio climático global”, afirmou o diretor de Gestão da Biodiversidade do Ideflor-Bio, Crisomar Lobato.

A Consulta Pública é uma exigência legal prevista pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), estabelecida pelo Decreto Federal nº 4.340/2002. A medida visa assegurar que a população local, ambientalistas, pesquisadores, estudantes, profissionais liberais, empresários, servidores públicos e organizações da sociedade civil sejam informados e possam manifestar suas opiniões sobre a proposta de criação da nova UC.

Foto: Fernando Sette

Benefícios

Além de garantir a conservação das Árvores Gigantes da Amazônia, a nova UC trará benefícios para a população do distrito de Monte Dourado e, consequentemente, para o município de Almeirim como um todo. A criação da área protegida impulsionará o ecoturismo, gerando novas oportunidades para empreendimentos locais, como agências de turismo, hotéis, pousadas e restaurantes, além de beneficiar instituições de ensino e pesquisa.

A gestão da futura UC ficará a cargo da Diretoria de Gestão e Monitoramento de Unidades de Conservação (DGMUC) do Ideflor-Bio, com o apoio de um Conselho Gestor, composto por representantes da sociedade civil, órgãos públicos e entidades de ensino e pesquisa. “A criação desta nova UC será um marco na proteção do patrimônio natural do Pará e uma demonstração do compromisso do Estado com a preservação da Amazônia”, concluiu Nilson Pinto.

Primeiro mapa genético do gavião-real revela vulnerabilidade da espécie a ações humanas

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Gavião-real. Foto: Carlos Tuyama

O gavião-real, uma das maiores aves carnívoras no território brasileiro, teve um rápido declínio populacional nos últimos 20 mil anos, algo que pode estar relacionado com o início da ocupação humana na América do Sul. É o que indica um artigo publicado na revista científica ‘Scientific Reports‘ nesta quinta (12). O trabalho traz o primeiro mapa completo da genética dessa espécie, hoje classificada como vulnerável por ocorrer em regiões suscetíveis a impactos humanos como queimadas e caça ilegal, principalmente na Amazônia e em áreas do Cerrado e do Pantanal.

O resultado acende um alerta para fatores que podem representar risco de extinção para o gavião-real ou harpia (Harpia harpyja), como a diminuição do habitat e a redução de suas fontes de alimento. O estudo é assinado por pesquisadores de instituições brasileiras como o Instituto Tecnológico Vale (ITV) e a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em parceria com instituições dos Estados Unidos e Qatar.

Leia também: Conheça o gavião-real: a maior águia das Américas

As conclusões foram obtidas pelo sequenciamento do genoma do gavião-real. Essa técnica permite ler o DNA de uma espécie como se fosse um livro que conta a história de sua evolução e as formas de adaptação a diferentes habitats no passado, por exemplo. Esse sequenciamento foi realizado em uma amostra de sangue de uma fêmea resgatada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, o Ibama, após ter sido baleada por caçadores ilegais em uma floresta do Amazonas.

Segundo Alexandre Aleixo, pesquisador titular do ITV e líder do estudo e do grupo de genômica ambiental da instituição, os resultados podem servir como base para um Plano de Ação Nacional voltado à recuperação do gavião-real. “Até então, esses documentos trabalhavam com abundância ou número de indivíduos estimados. Agora, pela primeira vez, um mapa completo da genética apoiará um desses planos”, explica.

Segundo a literatura, o gavião-real é uma das únicas espécies de aves de rapina abatidas por caça ilegal. Conforme estimativa da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), a espécie conta com cerca de 100 a 250 mil indivíduos maduros em toda a área de ocorrência, que inclui América do Sul e América Central, com tendência de declínio.

Aleixo também destaca a importância da técnica de mapeamento genético para viabilizar mais descobertas científicas.

A técnica usada pelos pesquisadores também permite estimar a saúde da espécie e a probabilidade de ela se extinguir nos próximos anos.

Sibelle Vilaça, pesquisadora do ITV e também autora do estudo, diz que a pesquisa trouxe mudanças no conhecimento sobre a evolução do gavião-real e de espécies próximas. “Estudos prévios mostraram que as aves em geral tinham cromossomos muitos parecidos em termos de tamanho e ordem de genes, e nosso estudo mostra que essa generalização talvez não se aplique ao grupo das águias e gaviões”, comenta.

Futuramente, a pesquisa será expandida em duas frentes. A primeira envolve sequenciar o genoma de um número maior de gaviões-real para entender quais são as populações mais diversas geneticamente e quais enfrentam mais perigo.

Já a outra condiz com o mapeamento da diversidade genômica no Brasil com outros 80 genomas de referência, como parte da iniciativa Genômica da Biodiversidade Brasileira. Lucas Canesin, pesquisador do ITV e primeiro autor do estudo, completa: “A biodiversidade é um ativo estratégico para a bioeconomia e a soberania nacional. O domínio da ciência genômica relacionada à biodiversidade brasileira fortalece o país nesse cenário”.

*O conteúdo foi originalmente publicado pela Agência Bori

Em 4 anos, dois picos de poluição foram detectados em Boa Vista, aponta relatório

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Foto: Ronny Alcântara/Acervo Rede Amazônica RR

Um relatório, produzido pelo Núcleo de Apoio à Pesquisa de Roraima (NAPRR) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), sobre a qualidade do ar em Boa Vista, capital do estado de Roraima, utilizou dados coletados por sensores de monitoramento do tipo PurpleAir, que revelaram dois picos significativos de poluição na cidade.

Os sensores emitem dados diários do índice de qualidade do ar (Air Quality Index – AQI), denominado US EPA PM2.5 (refere-se a partículas finas inaláveis com diâmetros geralmente de 2,5 micrômetros ou menores). As análises foram realizadas no período de julho de 2020 a maio de 2024.

A) Localização dos sensores de baixo custo (PurpleAir) em Roraima, (B) equipamentos situados na cidade de Boa Vista, e (C) imagem do equipamento físico instalado na base do Inpa em Roraima (julho/2020).

Segundo o relatório de monitoramento, nesse período foram detectadas variações sazonais na qualidade do ar respirado na cidade de Boa Vista. Essas variações estão diretamente relacionadas às queimadas e incêndios em ambientes florestais e não florestais que ocorrem entre os dois hemisférios que cortam Roraima.

Conforme o pesquisador do Inpa e líder do grupo que elaborou o relatório, Reinaldo Imbrozio, o pico de poluição de menor expressão, chamado de pico secundário no relatório emitido esta semana, corresponde à poluição derivada dos incêndios que ocorrem no Oeste do Pará e na calha do rio Amazonas, próximo a Manaus.

Os resultados indicaram que, dos 1.290 dias considerados válidos para o período analisado, a qualidade do ar em Boa Vista foi caracterizada como “boa” entre 280 (21,7%) e 689 (53,4%) dias. Utilizando apenas as leituras dos valores máximos registrados pelos sensores, foi constatado que a cidade de Boa Vista experimentou 255 (19,8%) dias sob alguma forma grave de poluição atmosférica, significando que a qualidade do ar atingiu níveis prejudiciais à saúde humana.

Reinaldo diz que os dados de qualidade do ar de Boa Vista foram comparados com outras cidades apenas em um curto período dentro do pico primário de poluição (23-25 de março de 2024). Nesse intervalo, a qualidade do ar de Boa Vista, uma pequena localidade do extremo norte da Amazônia, foi mais insalubre do que cidades como Hanói (Vietnã) e São Paulo (Brasil), grandes centros urbanos conhecidos por seus altos índices de poluição atmosférica devido à queima de combustíveis fósseis em veículos e indústrias.

Imbrozio afirma, ainda, que o principal desafio durante o período de estudos foi o de recuperar dados de toda a série temporal e verificar os problemas relacionados aos “dados faltantes”. “Os dados faltantes são falhas no banco de dados relacionadas às constantes quedas de energia e de comunicação por internet. Esses problemas resultam em lacunas em diferentes momentos, prejudicando a qualidade da análise dos dados,” explica. 

De acordo com o pesquisador, o avanço no monitoramento ampliaria a base de estudos sobre correlações e análises de risco à saúde da população, bem como os danos ao meio ambiente, à fauna e à flora. Com a ampliação do monitoramento, constrói-se a base de ferramentas que o poder público precisa para melhorar os códigos legislativos de proteção ambiental e para a construção de alertas que forneçam ao cidadão informações necessárias para sua segurança no campo da saúde.

O Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima está promovendo Conferências Municipais e Estaduais que terão início em novembro de 2024. Essas iniciativas promoverão um debate mais amplo e direto com a sociedade civil, especialmente com as comunidades mais afetadas pela poluição, como indígenas, ribeirinhos e agricultores familiares.

Acesse o relatório completo AQUI.

*Com informações do Inpa

Rio Acre bate 2ª maior seca em Rio Branco; previsão é que situação se agrave

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Rio Acre bateu a segunda menor marca pelo segundo dia seguido. Foto: Jardel Angelim/Rede Amazônica AC

Pelo segundo dia seguido, o Rio Acre marcou o segundo menor nível da série histórica, 1,28 metro, de acordo com medição da Defesa Civil de Rio Branco (AC) feita às 6h desta terça-feira (10). A marca é um centímetro a menos que o registrado apenas um dia antes.

Segundo projeções da Defesa Civil, é possível que o nível baixe ainda, podendo alcançar ou até superar o menor nível da série histórica já registrado, que é 1,25 metro.

  •  Contexto: O rio está a três centímetros da menor cota histórica desde 1971, quando o manancial começou a ser monitorado em Rio Branco.
  • Seca: Toda a Bacia do Rio Acre está em situação de alerta máximo para seca, agravada em razão da falta de chuvas na região, situação que já perdura há dois meses.
  • População afetada: Mais de 387 mil pessoas nas zonas urbana e rural de Rio Branco
  • Prejuízos: como resultado da seca, produtores perderam plantações e houve queda nas vendas. O baixo nível do manancial também afeta o transporte das mercadorias.
  • A qualidade do ar também está em 84.5 µg/m³ (microgramas por metro cúbico), esse número é quase seis vezes acima do considerado saudável pela Organização Mundial de Saúde (OMS), segundo a plataforma IQair.

Para comparação, no mesmo período do ano anterior, o rio estava 31 centímetros acima do nível atual.

Em 2016, o Rio Acre atingiu 1,30 metro pela primeira vez. Esta marca foi, na época, considerada a pior da história da capital acreana. O Departamento de Pavimentação e Saneamento do Acre (Depasa) chegou a gastar mais de R$ 2 milhões em equipamentos e insumos para manter o abastecimento na cidade na época.

Depois de chegar até a marca, o rio voltou a subir, mas foram necessários mais nove dias até que voltasse a ficar acima dos dois metros.

Possibilidade de piora

Entre cheias e secas, se passaram mais seis anos até que a marca de 1,30 metro fosse novamente alcançada no dia 10 de setembro de 2022. Daquela vez, porém, o manancial continuou a bater a menor marca por mais quatro vezes até chegar a 1,25 metro no dia 2 de outubro.

Na época, a Defesa Civil já trabalhava com a possibilidade do rio ficar abaixo de 1 metro, mas a chegada do período de chuvas afastou essa possibilidade.

Agora, em um cenário de seca que começou antes do esperado, no final de maio, e ainda distante do início do período chuvoso em outubro, a avaliação do órgão é que é possível ultrapassar a marca histórica de 2022.

“Já há um plano de contingência para o caso do rio ficar abaixo de 1,25 metro”, explica o coordenador da Defesa Civil do Acre, coronel Carlos Batista.

A seca já afeta, direta e indiretamente, mais de 387 mil pessoas apenas na capital acreana. As mais atingidas, entretanto, são as comunidades da zona rural. Desde junho, equipes da Defesa Civil Municipal levam carros-pipas para atender os moradores dessas regiões.

Alerta máximo

Toda a Bacia do Rio Acre está em situação de alerta máximo para seca, agravada em razão da falta de chuvas na região. Esta situação generalizada perdura há dois meses. Já o manancial em Rio Branco se encontra abaixo de 4 metros há mais de três meses.

As oscilações têm sido frequentes desde que o manancial ficou abaixo de 4 metros na capital, e mais precisamente este mês, quando o chegou a ultrapassar 1,50 metro e depois voltou a reduzir.

A situação acima contrasta com a vivenciada entre fevereiro e março, quando o Acre passou pela segunda maior enchente de sua história desde 1971, ano em que a medição começou a ser feita. Na época, a inundação provocada pelo Rio Acre fez com que mais de 11 mil pessoas deixassem suas casas. Agora os acreanos vivem o contrário da cheia.

Histórico de seca

O governo do estado decretou, no dia 11 de junho, situação de emergência por conta da seca e emergência ambiental por causa da redução da quantidade de chuvas e riscos de incêndios florestais.

Duas semanas depois, foi montado um gabinete de crise para discutir e tomar as devidas medidas com redução dos índices de chuvas e dos cursos hídricos, bem como do risco de incêndios florestais. O decreto com a criação deste grupo foi publicado no dia 26 de junho, em edição do Diário Oficial do Estado (DOE), e fica em vigência até dia 31 de dezembro deste ano.

Em 2022, a seca levou o Rio Acre a bater recordes negativos pelo menos quatro vezes. A cota histórica era de 1,30 metro, registrada em 2016.

Há dois anos, o manancial marcou esse nível no dia 10 de setembro. No dia 11, o rio reduziu para 1,29 metro, e depois seguiu em baixa até o dia 29 quando chegou a 1,26 metro. Na manhã do dia 2 de outubro o nível chegou à marca de 1,25 metro, a menor da série histórica iniciada em 1971.

No ano passado, o decreto de emergência foi publicado em outubro. O coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Carlos Batista, disse que o plano estadual de contingenciamento já foi elaborado.

No dia 28 de junho, o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, também assinou um decreto de emergência em razão do baixo nível do Rio Acre e da falta de chuvas.

A situação alerta para a possibilidade de um período de seca que, segundo especialistas, pode se antecipar e se tornar cada vez mais frequente em um menor espaço de tempo.

O mesmo quadro foi observado em 2016, ano com a segunda pior seca. Em 17 de setembro, o rio atingiu a menor cota histórica da época: 1,30 metro.

*Por Yuri Marcel, da Rede Amazônica AC