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Dia Mundial do Chocolate: conheça a Barcalat, uma das marcas 100% amazônicas

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Barcalat aposta nos sabores regionais e produção comprometida com impacto social e ambiental. Foto: Divulgação

O Pará é o maior produtor de amêndoa de cacau do Brasil e um dos maiores do mundo. Segundo o ‘Boletim Agropecuário do Pará 2024’, desenvolvido pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), o fruto representa 14,5% de toda produção agrícola estadual, o que tornou inevitável que o produto derivado dele, o chocolate, se tornasse uma paixão regional.

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Dois desses apaixonados são os engenheiros bioquímicos Yasmin Cantuária e Vinícius Carvalho, que se uniram a partir de uma inquietação em comum e criaram juntos a própria marca de chocolate: a Barcalat.

Segundo eles, a idealização do projeto surgiu em 2021, a partir da preocupação de criar um chocolate que fosse ao mesmo tempo saboroso, inclusivo e comprometido com impacto social e ambiental. “A ideia da Barcalat foi sendo construída ao longo de pesquisas, vivências e da vontade de oferecer ao mercado um chocolate que refletisse a identidade amazônica com autenticidade e ética”, afirmam os engenheiros e empreendedores.

Leia também: Rota Turística do Cacau incentiva desenvolvimento socioeconômico do Xingu

Em 2022, o empreendimento se desenvolveu ainda mais ao ganhar o apoio do Governo do Estado, através da Fapespa, com o “Programa Centelha 2”, que estimulou a criação de empreendimentos inovadores, com a geração de novas ideias e disseminação da cultura do empreendedorismo inovador em todo o país, ao incentivar a mobilização e a articulação institucional dos atores nos ecossistemas locais, estaduais e regionais de inovação do país.

Destaque

Parceria entre a Fapespa, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o programa investiu mais de R$ 179 mil em startups relacionadas à produção de chocolate. “Foi esse suporte que permitiu transformar uma ideia cheia de propósito em um negócio real, que hoje gera impacto, valoriza a floresta e entrega ao mundo um chocolate amazônico de verdade”, declaram Yasmin e Vinícius. 

De acordo com os empreendedores, a produção dos chocolates da marca funciona de forma 100% regional, seguindo o modelo “da floresta ao consumidor”.

“As amêndoas de cacau são cultivadas e fermentadas por parceiros locais, e nós cuidamos do processamento, rastreabilidade e criação dos produtos em nossa fábrica própria, garantindo qualidade, inovação e identidade amazônica em cada barra”, explicam.

Barcalat é uma das marcas 100% amazônicas. Foto: Divulgação

Com a dedicação de criar um produto inovador sem aditivos sintéticos, leite, glúten, gordura hidrogenada e excessos de açúcar, o chocolate barcarenense foi o grande vencedor da categoria “Meu Primeiro Chocolate” do Festival Internacional de Chocolate e Flores, em 2023. 

Cacau

Segundo dados da Fapespa, o Pará conta com mais de 31,5 mil produtores de cacau, grande parte dessa produção é oriunda da agricultura familiar. Pensando na importância desta cadeia produtiva, atualmente a Fapespa destina R$ 2.535.079,20 para dez projetos que envolvem cacau, sendo sete de pesquisa e três de apoio a Startups.

Atualmente, a Barcalat aposta em sabores ousados e regionais como o chocolate com jambu, priprioca, cupuaçu e castanha, além de uma linha voltada para o público fitness. A marca também já foi reconhecida com prêmios de melhor sabor, destaque em impacto socioambiental e destaque em mercado por programas como o Jornada Amazônia.

Programa Centelha

Os desafios à inovação do “Programa Centelha” têm estimulado a criação de empreendimentos inovadores, com a geração de novas ideias e disseminação da cultura do empreendedorismo inovador em todo o país, ao incentivar a mobilização e a articulação institucional dos atores nos ecossistemas locais, estaduais e regionais de inovação do país

A chamada da terceira edição do programa chega ao Pará, sob a responsabilidade da Fapespa, ainda em 2025. Ao todo, serão destinados R$ 3,76 milhões para o fomento de 47 novas startups, o que garante continuidade no investimento no desenvolvimento de novas empresas inovadoras.

“A bioeconomia é sem sombra de dúvida o caminho para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. No Pará, estamos fomentando essa nova matriz econômica através da pesquisa e do empreendedorismo consciente”, avalia o presidente da Fapespa, Marcel Botelho.

*Com informações da Fapespa

Bioconstruções: construções sustentáveis são alternativa diante da crise climática

Imagem de Aleksandr Gusev por Pixabay

Sustentáveis, com maior conforto térmico e baixa emissão de carbono. Assim são as bioconstruções, construções que envolvem total ou parcialmente algum bioproduto da natureza, especialmente aqueles que são resistentes e não degradam com tanta facilidade. 

Esse foi o tema do workshop ‘Desenvolvimento sustentável de materiais de construção de base biológica no Brasil’, uma iniciativa da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) em parceria com a Universidade de Surrey, da Inglaterra.

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De 1° a 3 de julho, cerca de 40 pesquisadores britânicos e brasileiros se reuniram para discutir o que há de mais novo em estudos sobre construções sustentáveis, em especial o bambu e as palmeiras amazônicas

“Nós trouxemos pesquisadores internacionais renomados que trabalham com o bambu e mostramos a nossa realidade, com as palmeiras e a madeira”, diz a professora Lina Bufalino, coordenadora do evento pela Ufra. 

A professora explica que também há uma ampla disponibilidade de bambu no Brasil todo, incluindo bambu nativo da Amazônia.

“Ele é um material que cresce rápido e é muito versátil para fazer bioconstruções. É possível fazer pontes, prédios, vários tipos de construções sustentáveis. É muito utilizado na China. Aqui na Amazônia é uma temática que começou a se discutir recentemente e ainda precisa ser testada e estudada”, diz.

O primeiro dia do workshop (dia 1°) foi realizado no auditório do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e foi dedicado à apresentação de pesquisas, como a do professor Holmer Savastano Jr, da Universidade de São Paulo (Usp) e que palestrou sobre o uso do bambu na melhoria da infraestrutura das cidades. 

 “A gente sabe que uma fração importante da população ainda vive em condições que não são consideradas minimamente aceitáveis em termos de habitação e infraestrutura, em sistemas tanto urbanos quanto rurais. Às vésperas da Cop-30, isso é muito emblemático, porque nos traz temas que podem enriquecer ainda mais essa discussão.  A infraestrutura é algo que afeta diretamente a população e que também está relacionada com questões sanitárias, saúde, bem estar, condições de trabalho. Tudo está relacionado e deve ser pensado em conjunto, respeitando os valores, a forma de viver e de construir que já se utiliza aqui, valorizando a biodiversidade, os materiais disponíveis e as técnicas que já existem na região”, diz. 

Outro palestrante foi o professor Dan Bompa, da Universidade de Surrey. Ele falou sobre o potencial do bambu como um material que pode ser usado em diferentes condições climáticas e destacou a importância de mais pesquisas sobre o tema, e de se colocar o bambu como um material importante a ser estudado.  

“Em 2024, o bambu foi um dos principais tópicos de discussão da Cop daquele ano, e estava na agenda principal, logo, é um dos materiais com alto potencial de sustentabilidade em todas as áreas. Mas não podemos implementar o bambu em grandes estruturas a menos que façamos pesquisas e possamos validar e entender como ele funciona diante de condições diversas, como calor, chuva, temperaturas secas e até mesmo sob temperaturas congelantes. Por isso a pesquisa é muito importante. E colocar pesquisadores do Brasil, muito experientes aqui, mais os do Reino Unido, com outro tipo de conhecimento, é um excelente passo para tornar o material mais popular em qualquer discussão”, disse.  

Bambu nativo

No segundo dia, as atividades ocorreram nos laboratórios da Ufra e herbário do Museu Paraense Emílio Goeldi, em que foram apresentados vários exemplares de bambu nativo. Segundo a pesquisadora Leila Cristina Meneghetti Valverdes, da USP e uma das palestrantes do evento, na Amazônia existem espécies de bambu muito resistentes. Uma vara pode chegar a 30 metros de altura e diâmetros da ordem de 15cm, um potencial que teria bastante uso nas construções ribeirinhas, além de ser sustentável. 

“O bambu cresce muito rápido e funciona como um sequestrador de carbono, ou seja, ele tá crescendo e consumindo esse Co2 que tá na natureza e por isso é um produto com propriedades mecânicas muito parecidas com a da madeira. Comparado com aço e concreto, o bambu é um material muito sustentável, inclusive com uma pegada de carbono negativa, ou seja, tudo o que ele sequestra enquanto ele tá crescendo é suficiente para que quando a gente construa, ele ainda tenha uma pegada negativa, diferente de outros materiais”, explica.  

Açaí e Miriti

O encerramento do evento ocorreu com uma visita ao Combu, onde os participantes puderam conhecer o que os ribeirinhos já realizam com bioconstruções e com soluções que já são utilizadas há anos pelos povos da Amazônia. 

“Além da madeira para a construção de residências, a realidade na Amazônia é de utilização de palmeiras, com uso de folhas para fazer telhados de casas, por exemplo, além do tronco e fibra do açaí”, diz. 

Palmeiras de miriti. Foto: Vanessa Monteiro

A novidade está nas pesquisas que vão além dessas utilizações, como a mistura de caroço do açaí com cimento. “É possível misturar a fibra do açaí com o concreto, ou seja, dar novas propriedades que esse cimento não teria sozinho. A bioconstrução pode ser pura ou pode vir a partir dessa mistura de materiais convencionais”, diz.

Uma alternativa para esse resíduo que é descartado em toda a região amazônica. “Eu já desenvolvi aqui no laboratório uma microssílica de resíduo do açaí, que é como se fosse um mineral que pode ser misturado com cimento e ajudar a dar aquela “liga”, ajuda na “pega” do cimento”, explica Lina Bufalino. 

Outra palmeira com potencial na bioconstrução é o Miriti. “Nós queremos mostrar esse biomaterial para utilização em construções leves. Apesar de ser muito utilizado para artesanato, é uma palmeira com várias outras utilidades, como isolamento térmico e acústico, por exemplo”, diz a pesquisadora.

Pesquisas na Ufra

Na Ufra já são desenvolvidas pesquisas com o caroço do açaí e outros bioprodutos, entre eles o AmazonCel, primeiro laboratório dedicado à produção de celulose 100% oriundos de matéria prima da região amazônica. Outra iniciativa é o AmazonChar, grupo de pesquisa que estuda o aproveitamento de recursos e resíduos de biomassas da Amazônia, para aplicação como bionenergia e biocarvões. 

Agora, o objetivo da pesquisa é incluir a bioconstrução como uma terceira vertente dos estudos desenvolvidos na universidade, o AmazonMate. “Aqui nós já estudamos profundamente a fibra do açaí. No evento também vamos mostrar esse resíduo e o que fazemos como ele, discutindo possibilidades de avançar para fazer outras coisas também, como as bioconstruções”, diz. 

Segundo a pesquisadora, as bioconstruções são uma alternativa importante para comunidades remotas, que já vivem junto a esses produtos e também um enfrentamento diante da crise climática. “A alvenaria é o material mais utilizado para construção, mas pouco se fala sobre a emissão de carbono que é gerado com essas construções. Os biomateriais são uma alternativa a isso”, diz. 

*Com informações da Ufra

Curupira é escolhido como mascote da COP 30; conheça a lenda

Lenda do Curupira remete à proteção das florestas. Imagem: Divulgação/COP30

Curupira, uma das personagens mais conhecidas do folclore brasileiro, foi apresentado como símbolo da COP 30, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, que acontecerá em Belém (PA) entre os dias 10 e 21 de novembro.

A imagem do guardião da floresta com cabelo de fogo e pés virados para trás passa a compor a identidade visual do evento.

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O embaixador e presidente da COP30, André Corrêa do Lago, considera as florestas um “tópico central” do debate sobre mudança do clima. A escolha do Curupira como parte da identidade visual da COP 30 é também um atrativo para as novas gerações entenderem a importância da preservação ambiental.

Segundo a organização do evento, a primeira referência ao Curupira na história brasileira foi feita pelo padre José de Anchieta, em 1560, em uma carta feita em São Vicente, no litoral de São Paulo, quando o jesuíta ouviu relatos sobre a entidade folclórica feitos pelos indígenas. 

Mas a personagem, associada à proteção ambiental, especialmente contra a caça, continua muito presente na tradição amazônica para além das terras indígenas, como destaca o escritor paraense Paulo Maués, autor do livro ‘Histórias de Curupira’:

“De todos os personagens que são protetores da natureza, o Curupira é o principal. O homem da Amazônia tem uma relação muito curiosa com esse personagem. É um personagem que pode ajudar um homem na caçada, mas que também pode castigar esse mesmo homem se ele entrar na floresta para maltratar tanto a fauna quanto a flora”.

Segundo o folclore, os pés virados ao contrário são uma artimanha usada para confundir aqueles que tentam seguir seus passos, sendo apenas um dos métodos do protetor na hora de defender a floresta, como conta Januária Silva, autora do livro O Curupira e Outros Seres Fantásticos do Folclore Brasileiro.

“Curupira é tido como Guardião das Florestas, aquele que toma conta dos bichos, das matas, mesmo que para isso ele às vezes se utilize de métodos nem tão adequados, né? Mas o que importa é o que ele simboliza: essa conexão forte que o homem tem com a natureza”.

A Conferência também marca os 10 anos do Acordo de Paris, que determinou metas nacionais e internacionais para limitar o aquecimento da Terra.

Conheça a Lenda do Curupira

*Com informações da Rádio Agência Nacional

Anéis de crescimento de árvores revelam mudanças extremas na sazonalidade de chuvas na Amazônia

Cheias extremas alcançam vários metros de profundidade, conforme indicado pelo tom escuro nesta árvore de florestas alagáveis da Amazônia. Foto: Bruno Cintra

Pesquisadores identificaram mudanças marcantes no regime de chuvas da Amazônia nas últimas quatro décadas, com estações chuvosas mais úmidas e estações secas ainda mais secas. Este é um padrão que vem agravando eventos extremos de enchentes e secas (intensificação do ciclo hidrológico), com impactos sobre populações e ecossistemas na região.

O estudo foi feito por uma equipe internacional de cientistas das Universidades de Leeds e Leicester (Reino Unido) e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), a partir de análises de isótopos de oxigênio contidos nos anéis de crescimento de árvores amazônicas. Os resultados foram publicados em junho na revista Communications Earth and Environment.

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Ao analisar amostras de duas espécies, Cedrela odorata, também conhecida como cedro-vermelho, típica das florestas de terra firme, e Macrolobium acaciifolium, conhecida como arapari, comum em áreas alagáveis, os pesquisadores conseguiram reconstruir variações sazonais de precipitação desde 1980. A partir das análises, os dados indicaram um aumento de 15% a 22% nas chuvas da estação chuvosa e uma redução de 5,8% a 13,5% nas chuvas da estação seca. As árvores de terra firme e de várzea ficam em áreas da Amazônia Ocidental de aproximadamente 1.000 km de distância.

“Nossa análise mostra que o ciclo hidrológico da Amazônia está se tornando mais extremo, com implicações sérias para os ecossistemas da região e para as populações que dela dependem”, afirma o pesquisador da Universidade de Birmingham e coautor do estudo, Bruno Cintra, doutor em Ecologia e Mudanças Globais (Leeds/ Inglaterra) e egresso do mestrado do Programa de Pós-Graduação em Ecologia do Inpa, orientado pelo pesquisador Jochen Schöngart. 

Extração de amostra de anéis de crescimento de uma árvore. Foto: Roel Brienen

A intensificação dos extremos sazonais representa uma ameaça crescente à estabilidade ambiental e social da região. De um lado, mais chuvas na estação úmida têm elevado a frequência de enchentes severas; de outro, a escassez na estação seca agrava os períodos de estiagem.

Como consequência, explica Cintra, a amplitude anual da enchente, que é diferença entre o nível máximo e o nível mínimo do ano anterior, aumentou na região central da Amazônia em quase 18% no século atual (média de 11,79 metros) em comparação com o anterior (média de 10,02 metros). O resultado é o maior valor já observado com mais de 16,7 metros, com base nos dados do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH) da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).

“Os registros isotópicos revelam o aumento da intensidade de enchentes e secas, e com isso um aumento da amplitude entre os extremos na maior bacia hidrográfica do mundo,” explica o pesquisador do Inpa, Jochen Schöngart. “Isso é preocupante, pois afeta diretamente a segurança hídrica, alimentar e os modos de vida de milhões de pessoas, incluindo populações tradicionais e indígenas”, completa Schöngart, que é líder do projeto de Pesquisa Ecológica de Longa Duração  Ecologia, Monitoramento e Uso Sustentável de Áreas Úmidas (Peld/Maua).

Além dos impactos locais, o estudo tem implicações globais. A Floresta Amazônica atua como um dos principais reguladores climáticos do planeta, influenciando padrões atmosféricos e funcionando como importante sumidouro de carbono, absorvendo grandes quantidades de dióxido de carbono da atmosfera. Pesquisas já mostram, entretanto, que o desmatamento e as queimadas estão reduzindo essa capacidade da floresta.

Nuvens sobre a Amazônia trazem umidade do Oceano Atlântico até os Andes, carregando um sinal climático de larga escala que fica registrado na madeira das árvores que absorvem água da chuva. Foto: Bruno Cintra

Segundo os autores, a metodologia baseada em isótopos permitiu captar as mudanças sazonais com mais precisão do que registros climáticos convencionais. “Esses registros de anéis de crescimento fornecem evidências independentes cruciais de que o ciclo hidrológico da Amazônia está mudando diante dos nossos olhos”, destaca a pesquisadora da Universidade de Leeds Jessica Baker. “O contraste crescente entre as estações chuvosa e seca ameaça a saúde de todo o ecossistema amazônico e das suas comunidades”. 

O estudo também utilizou modelos isotópicos e análises de sensibilidade para estimar a magnitude das mudanças nas chuvas ao longo do tempo, considerando diferentes variáveis atmosféricas.

“Essas alterações afetam diretamente a agricultura, a geração de energia, a saúde pública e aumentam a mortalidade de árvores e a ocorrência de incêndios florestais”, comentam os coautores Roel Brienen e Emanuel Gloor, ambos da Universidade de Leeds.

Com a COP30 se aproximando, os autores destacam a importância de ações decisivas. Para eles, compreender como o ciclo hidrológico da Amazônia está mudando é essencial para prever cenários futuros e orientar políticas eficazes de conservação e adaptação. A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas será realizada de 10 a 21 de novembro, em Belém (PA).

*Com informações do INPA

Que o Universo nos traz hoje?

Por Julio Sampaio de Andrade – juliosampaio@consultoriaresultado.com.br

Esta pergunta está presente na plataforma Felicidade Consciente MCI, que é aberta e gratuita e que pode ser acessada no site do MCI (www.mcinstitute.com.br) ou diretamente (www.mcifelicidade.com.br). Ao clicar no botão, ele traz uma das 40 mensagens, entre Princípios e Exercícios do Método MCI de Felicidade.

A plataforma pode ser utilizada de diferentes maneiras, como para uma reflexão individual, uma abertura ou encerramento de uma reunião, de uma sessão de coaching, de mentoria, ou em outras situações. A única observação é que o conteúdo não deve servir para tentar convencer ninguém de nada. Daí o símbolo da oferta ser em uma bandeja, que a pessoa pode ou não aceitar. Cabe a cada um receber, refletir e fazer as próprias associações que, muitas vezes, parecem trazer recados diretos, vindos de algum lugar. Seria do Universo?

Pessoalmente vivi várias experiências, a ponto de não me surpreender mais. Ouvi de vários clientes expressões do tipo: “Você escolheu este texto, não foi? Tem tudo a ver com o que eu estava falando” ou “Como pode isto? É muita coincidência”, ou ainda, “Puxa, para mim foi uma grande resposta e me ajudou a enxergar melhor a situação”. Vários colegas do MCI e clientes que passaram a utilizar a plataforma relatam experiências semelhantes.

Um deles utilizou para abrir uma reunião que previsivelmente seria muito tensa. Era uma reunião entre franqueador e franqueados, uma relação sempre delicada. O Universo trouxe o Exercício da Satisfação e da Insatisfação, onde são apresentados os aspectos positivos e negativos de ambos, e como explorar o lado positivo da Insatisfação (a busca pela melhoria contínua) e o lado positivo da Satisfação (a Gratidão diante de qualquer circunstância). Os participantes espontaneamente refletiram e expressaram o que pensavam, associando o texto às necessidades de cada um. Criou-se assim um clima favorável para que novos acordos ganha-ganha fossem estabelecidos. O Universo parece ter escolhido a dedo o exercício.

Há também outros tipos de experiências similares que várias pessoas utilizam, como abrir aleatoriamente um livro de máximas, de pensamentos ou a própria Bíblia e perceber que a página aberta parecia querer dizer algo sobre o que estavam refletindo. Quem ainda não teve esta experiência, nem que fosse por mera brincadeira?

Em nosso cotidiano, há as mensagens aparentemente ainda mais aleatórias. Uma música que parece trazer uma resposta que você procurava. Ou as palavras virem de uma pessoa estranha que provavelmente se referia a um outro contexto qualquer, mas que você associa com a sua situação. Um encontro ou desencontro casual que marca os acontecimentos. Uma pessoa que surge do nada, exatamente com as características que você precisava e que buscava algo próximo do que você tinha a oferecer.

A existência de sincronicidades já é conhecida há muito tempo, embora a ciência ainda saiba pouco sobre a sua origem. Mokiti Okada ensina que tudo no universo está em ordem, mesmo o que aparenta desarmonia e fala sobre a precedência do invisível sobre a matéria. O neurocientista Carl Jung afirmou que gostaria de viver mais apenas para estudar as sincronicidades. Steve Jobs também reconheceu a importância delas, mas disse que “só conseguimos perceber as conexões olhando para trás”.

Talvez não seja verdade. O Universo, a Grande Natureza, ou seja lá como denominemos esta força invisível, parece estar tentando se comunicar conosco durante todo o tempo, emitindo sinais de um jeito ou de outro. A ferramenta ou o livro são instrumentos, assim como é a própria Vida que, a cada momento, nos faz ofertas e espera algo de nós. Ela sempre respeita o nosso livre arbítrio. Somos sempre responsáveis pelas nossas escolhas.

Não fomos educados para entender a linguagem utilizada pelo Universo, mas podemos treinar e, aos poucos, evoluir bastante. Vou continuar o assunto na próxima semana, mas, por enquanto, quero propor a você a seguinte questão: “Com base nos acontecimentos dos seus dias desta semana: o que Universo pode estar tentando lhe dizer?” Se puder, escreva o que é.

Sobre o autor

Julio Sampaio (PCC,ICF) é idealizador do MCI – Mentoring Coaching Institute, diretor da Resultado Consultoria, Mentoring e Coaching e autor do livro Felicidade, Pessoas e Empresas (Editora Ponto Vital). Texto publicado no Portal Amazônia e no https://mcinstitute.com.br/blog/.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

Plano Amazônia de bioeconomia

Foto: Reprodução/Embrapa

Por Osíris M. Araújo da Silva – osirisasilva@gmail.com

O Brasil sofre de um mal crônico que corrói sorrateiramente a economia do país. Questões básicas que deveriam ter sido solucionadas há décadas, hoje permanecem resolutas, obstinadas, insistentemente resistentes a mudanças. Há montanhas de livros e teses de doutorados, estudos técnicos de diversas procedências, como USP, Fundação Getulio Vargas, Insper, Embrapa, Sudam, universidades e centros de pesquisa regionais dentre tantas outras instituições, todos mergulhados – e enredados – numa teia de aranha que talvez nem Teseu pudesse pôr abaixo. O herói grego que, para matar o Minotauro (uma criatura da mitologia grega conhecida como parte ser humano, parte touro, possuindo grande ferocidade e que se alimentava de seres humanos) entrou no labirinto com uma corda amarrada na saída desse túnel (o fio de Ariadne) para evitar que se perdesse no interior da estrutura e, em segurança, vir a eliminar a criatura, como assim de fato o fez.

Em relação à Amazônia, falta ao Brasil, essencialmente, competência para saber amarrar essa corda. As discussões sobre soluções alternativas permanecem praticamente as mesmas, recorrentes, como que girando em círculos distanciados do âmago da realidade conjuntural. Ou, por múltiplas razões (egoísmo, arrogância, incompetência ou imodéstia por parte de pesquisadores e técnicos de governos), vítima deles. Nesse meio tempo, evaporam-se no tempo e no espaço estudos avançados, diagnósticos e medidas efetivas debruçadas sobre questões essenciais ao impulsionamento do desenvolvimento regional, centrados em estudos seminais da estrutura geopolítica e econômica da região que apontam, há décadas, os meios necessários e suficientes para a consecução desses objetivos.

Por igual, perdem-se de vista inúmeros planos de desenvolvimento regional ou estaduais voltados a questões transcendentais centradas no desafio de como conduzir a Amazônia ao proscênio da economia nacional a partir da exploração sustentável da vastidão dos recursos da biodiversidade (terra, florestas nativas, minérios, bioeconômicos abundantes e do turismo ecológico capaz de atrair capitais estrangeiros de diversas origens). Chame-se os americanos ou os chineses que logo a região se tornará um hub bioeconômico de extraordinárias proporções, desmoralizando a tese de certos xiitas ambientais que ainda se agarram à teses conservacionistas voltadas a tornar a Amazônia um Éden na terra.

A questão fundamental, penso eu, estriba-se no distanciamento governamental, na abjunção de Brasília aos desafios que se sobrepõem à exploração sustentável da região. Acresça-se a estes, crônica insuficiência de recursos, salientando-se a frustração para a região do apoio do Fundo Amazônia, que, desde a sua criação, já recebeu mais de R$4,1 bilhões em doações (dentre os quais R$ 643 milhões em 2024, mas apenas 11% repassados para projetos submetidos ao Fundo). Além do mais, há que se destacar a realidade irretorquível segundo a qual quem efetivamente entende a Amazônia são os amazônidas que aqui estudaram, aprofundaram conhecimentos por meio de pesquisas autóctones e se comprometeram com nosso desenvolvimento.

Não, exatamente, determinados voyeurs que por aqui passam, são entrevistados com destaque pela mídia local e deitam falação sobre a fantasiosa “desertificação da Amazônia”, o que previam há mais de meio século e que jamais se confirmou ou se confirmará. O certo é que não mais funcionam afirmativas recorrentes, muitas vezes hipócritas e inconsequentes, sobretudo distanciadas da conjuntura social, cultural, política e econômica da região em relação ao conservacionismo descomprometido de contrapartidas de recursos demandados para o desenvolvimento sustentável.

Sendo a exploração dos recursos da biodiversidade, o estímulo à bioeconomia, do interesse de toda a humanidade, nada mais justo que as nações, sobretudo as desenvolvidas, participem diretamente desse esforço. Condição essencial para consolidar um “overview effect“, uma visão geral sobre a região de uma nova perspectiva, necessária à promoção de mudança cognitiva e emocional da humanidade e dos organismos multilaterais acerca da conjuntura amazônica e das soluções subjacentes aos seus conflitos. Afinal, desenvolver a Amazônia é a chave para sua preservação ambiental, social e econômica.

Sobre o autor

Osíris M. Araújo da Silva é economista, escritor, membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA) e da Associação Comercial do Amazonas (ACA).

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A vida com os búfalos: a relação dos moradores de Soure e Cachoeira do Arari com o símbolo marajoara

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O ″Alemão″ já se tornou conhecido em Soure e sempre atrai a atenção de turistas que visitam a cidade. Foto: Agência Pará

Com 680 mil cabeças, o Pará é o maior produtor de búfalos do Brasil, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São mais de 14 mil propriedades distribuídas no Estado que contêm criação do animal. No principal centro de produção do Pará, o arquipélago do Marajó, a relação entre os búfalos e os moradores vai além da vida econômica. Em municípios como Soure e Cachoeira do Arari – que são o segundo e o terceiro  maiores produtores, ficando atrás de Chaves -, a referência ao animal pode ser vista em vários cantos.

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No distrito de Retiro Grande, que fica localizado na extensão da PA-154, que dá acesso à sede de Cachoeira do Arari, a ligação afetiva com o animal vem de berço. A moradora Flávia Alessandra, de 11 anos, tem um carinho especial pelo bezerro que ela batizou carinhosamente de “Nenenzinho”, de um ano. O animal foi rejeitado pela mãe e acabou sendo “adotado” pela família da jovem, surgindo assim uma ligação com o pequeno búfalo, que é considerado como um membro da família.

Flávia tem uma grande estima pelo bezerro batizado pela família de ″Nenenzinho″. Foto: Agência Pará

“Eu gosto bastante dele. Desde mais novo a gente batizou ele assim e agora basta a gente chamar pelo nome que atende”, disse. 

São dos búfalos que a família tira o sustento, como diz a avó, Elma Suane Vidal. A renda vem da  fabricação de queijo e doce artesanal que utiliza o leite de búfala. “É através desse animal que a gente tira o leite e transforma em doces e outros produtos. Então ele é tudo para nós”, disse.

Leia também: Patrulhamento em búfalos: uma modalidade exclusiva de policiamento marajoara

Nomes

É por meio da produção de búfalos à fabricação de queijo, doces e manteiga. Foto: Agência Pará

Os búfalos são importantes, também, na vida dos que lidam diretamente com o animal. Vaqueiros como os amigos Valdir, Sidney e Luciel, da Fazenda Paraíso, localizada no distrito, garantem que não têm nos búfalos apenas como um meio de ganhar renda. Dizem que têm apego e escolhem os nomes para os animais.

Na fazenda, cada animal recebe uma denominação e atende quando chamado. “Quadrilha”, “Vila Rica”, “Medalha” e “Batalha” – que é o maior da fazenda, com 1.200 quilos -, estão entre os nomes escolhidos. “A gente conhece o dia a dia deles, se apega. Eles já nos conhecem e gostamos desses animais. É gratificante a vaqueirice porque lidamos no dia a dia com eles. A gente sempre escolhe um animal preferido”, revelou Sidney.

Acompanhamento

Os veterinários Anelise Ramos e Augusto Peralta, que são lotados na Coordenaria de Produção Animal da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), e que acompanham os desdobramentos do torneio leiteiro, com visitas a propriedades locais, conversaram com criadores e empreendedores para orientar e ouvir as demandas acerca da atividade bubalina. 

Veterinária da Sedap, Anelise Ramos, destaca a amizade e companheirismo entre os moradores do Marajó e os búfalos. Foto: Agência Pará

O veterinário explica que o trabalho da Sedap e demais instituições parceiras que atuam na pecuária, como a Agência de Defesa Agropecuária do Pará – Adepará, leva em consideração, ao executar suas ações no segmento, a relação que o marajoara, principalmente, tem com o búfalo. “O intuito é atingir o agricultor familiar, dar melhores condições para este pequeno produtor respeitando o que o búfalo representa a ele”, disse Peralta.

A médica veterinária, por sua vez, complementa a informação e fala que a relação do marajoara com os búfalos envolve companheirismo, afetividade e até familiar. “Já me deparei com casos, como de uma senhora, que criava um animal para tração. O búfalo dela morreu e a criadora estava triste porque disse que sentiu como se tivesse perdido alguém da família. É uma relação intimista. Um búfalo pode chegar a viver até 30 anos e há casos em que o animal não vai para o abate e vive muito tempo com o seu dono”, disse. 

O presidente da Associação Paraense de Criadores de Búfalos (APCB), João Rocha, diz que a entidade vê com bons olhos o envolvimento do Estado na bubalinocultura paraense e de valorização do animal símbolo do Marajó. Ele acredita que a realização da COP30 (Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas), trará ao produtor a oportunidade de mostrar o que faz com eficiência e destreza e mostrando o envolvimento social que a bubalinocultura representa ao Marajó.

“O levantamento que nós temos na associação é que 72% dos bubalinocultores são pequenos criadores. Então é uma cadeia que mexe muito com a parte social e com a ilha do Marajó que tem um IDH baixo (Índice de Desenvolvimento Humano) e o búfalo ajuda a levantar”. 

Símbolo

Em Soure a relação com o búfalo pode ser vista também de várias formas. Seja nos nomes dos estabelecimentos comerciais ou através de monumentos espalhados em vários pontos da cidade, eventos culturais, na culinária e como animais de estimação. A relação entre o búfalo com o povo do Marajó já foi até enredo de escola de samba do Rio de Janeiro  – a Paraíso do Tuiuti, em 2023. 

A vida com os búfalos
Pelas ruas de Soure é possível ver referências aos búfalos por toda parte. Foto: Agência Pará

Um dos personagens mais conhecidos da cidade é o “Alemão”, nome carinhoso que o búfalo ganhou do dono. Quem passa pela orla, dificilmente deixará de encontrar com o animal, que já se acostumou com a presença de curiosos ou mesmo de moradores que gostam de fotografar e fazer carinho no animal.

“É incrível a gente encontrar um animal desse porte pelas ruas da cidade e tão dócil”, disse Santiago Caldas, morador do Paraná, que visita a cidade. 

Até o policiamento local conta com a ajuda dos animais. Em função das características locais como solo e clima, o 8º Batalhão de Polícia Militar adotou a prática e parte das rondas ostensivas é feita com o uso do animal. 

Mato Grosso possui mais de 200 pontes de concreto; veja as 10 maiores

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Ponte sobre o Rio Arinos. Foto: Governo de Mato Grosso

O estado de Mato Grosso possui 222 pontes de concreto, só entregues pelo Governo, em todas as regiões do Estado. As estruturas substituem pontes de madeira e balsas, melhoram o tráfego de veículos, garantem mais segurança para quem transita pelas rodovias e facilitam o escoamento da produção agropecuária.

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O secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Marcelo de Oliveira, explica que a construção de pontes é o maior programa de infraestrutura de Mato Grosso, uma vez que as pontes facilitam o desenvolvimento regional, eliminando as imprevisibilidades provocadas pelas estruturas de madeira.

“Eu sempre digo que construir uma ponte de concreto é remover um obstáculo para o desenvolvimento. A ponte de concreto garante que durante o ano inteiro será possível atravessar aquele rio e isso é benéfico tanto para os produtores, quanto para a população que precisa exercer o seu direito de ir e vir”, afirma.

Veja a lista com as 10 maiores pontes:

Ponte sobre o Rio Teles Pires na MT-419, 692 metros

Essa ponte liga os municípios de Carlinda e Novo Mundo e tirou de circulação uma balsa. A ponte, junto com a pavimentação em andamento da rodovia, garante um novo corredor logístico para a região norte de Mato Grosso.

Ponte sobre o Rio Teles Pires na MT-325, com 550 metros

Localizada em Alta Floresta, essa ponte liga o município com a região do Porto de Areia, na divisa com o Pará. Região com grande produção agrícola e pesqueiros. 

Mato Grosso possui mais de 200 pontes de concreto
Pontes sobre o Rio Teles Pires na MT-325. Foto: Governo de Mato Grosso
Ponte sobre o Rio das Mortes, na MT-326, com 483 metros

A ponte liga os municípios de Cocalinho e Nova Nazaré e foi responsável por garantir que Cocalinho tivesse uma ligação terrestre com o restante do Estado. A ponte aposentou uma balsa, que muitas vezes provocava filas de quase dois dias para ser atravessada pelos caminhoneiros, uma vez que a região de Cocalinho é uma das maiores produtoras de calcário de Mato Grosso.

Ponte sobre o Rio das Mortes. Foto: Governo de Mato Grosso
Ponte sobre o Rio Cuiabá, com 392 metros

Nova ligação entre Cuiabá e Várzea Grande, unindo os bairros Parque do Lago e Parque Atalaia. A obra lançada em 2013 só foi concluída porque a atual gestão resolveu uma série de pendências.

Ponte sobre o Rio Cuiabá. Foto: Governo de Mato Grosso
Ponte sobre o Rio Comandante Fontoura, na MT-430 com 361 metros

Localizada no Norte Araguaia, a ponte de madeira sobre o Rio Comandante Fontoura era famosa pelo seu tamanho. A nova ponte de concreto garante mais segurança para o trânsito entre Santa Cruz do Xingu e Vila Rica.

Ponte sobre o Rio Comandante Fontoura. Foto: Governo de Mato Grosso
Ponte sobre o Rio Arinos, na MT-220 com 305 metros

A ponte de 305 metros garantiu que Porto dos Gaúchos tivesse uma nova ligação para o outro lado do Rio Arinos. Junto com o asfalto da MT-220, ela garante uma ligação mais rápida entre toda a região de Juína e a BR-163.

Ponte sobre o Rio Arinos. Foto: Governo de Mato Grosso
Ponte sobre o Rio Arinos na MT-488, com 244 metros

Estrutura localizada entre Nova Maringá e Tapurah, região de grande produção agrícola.

Ponte sobre o Rio Arinos. Foto: Governo de Mato Grosso
Ponte sobre o Rio Apiacás na MT-206 com 240 metros

A ponte sobre o Rio Apiacás é fundamental para garantir uma ligação terrestre mais segura para o município de Apiacás, uma vez que a MT-206, em fase final de pavimentação, é a rodovia que garante sua ligação com o restante de Mato Grosso.

Ponte sobre o Rio Apiacás. Foto: Governo de Mato Grosso
Ponte sobre o Rio Arinos na MT-242, com 240 metros

Mais uma ponte sobre o Rio Arinos, essa ligando Itanhangá até Brasnorte. A ponte faz parte da MT-242, que está sendo asfaltada e será uma das principais vias de ligação da região norte de Mato Grosso.

Ponte sobre o Rio Arinos. Foto: Governo de Mato Grosso
Ponte sobre o Rio Aripuanã, na MT-208, com 240 metros

Estrutura localizada em Aripuanã que era há muitos anos aguardada pela população.

Em Construção

A Sinfra-MT ainda está com mais 79 obras de construção de pontes em andamento em todo o Estado. Entre essas, pelo menos mais duas vão entrar na lista das maiores quando forem concluídas.

A maior de todas é a ponte do Rio Juruena, na MT-208, ligando Cotriguaçu até Nova Bandeirantes. Com 1.360 metros ela deve ser entregue em 2026. A outra ponte tem 561 metros e fica localizada sobre o Rio Teles Pires, na MT-561, em Itaúba. As obras dessa estrutura foram iniciadas em abril deste ano. 

Foto: Governo de Mato Grosso

*Com informações do Governo de Mato Grosso

Desenvolver a Amazônia precisa da conexão entre conhecimentos científico e tradicional, afirma Embrapa

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Ribeirinho da Amazônia. Foto: Adriano Gambarini/Insituto Mamirauá

O desenvolvimento sustentável da Amazônia passa pela adoção de tecnologias com respeito ao conhecimento das populações locais, mas apesar de todos os esforços dos cientistas, ainda não se consegue fazer, com maestria, a conexão de saber científico com o tradicional.  

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A constatação foi feita por representantes das Unidades da Embrapa na Amazônia Legal, durante a roda de conversa “Levando o bioma Amazônia para a CP30”,  no evento Diálogos pelo Clima-Amazônia, realizado dia 2 de julho em Manaus, AM. Eles falaram dos desafios e perspectivas para a região, comentando a realidade de cada um dos nove estados.

Desenvolver a Amazônia precisa da conexão entre conhecimentos científico
Roda de conversa “Levando o bioma Amazônia para a CP30”, no evento Diálogos pelo Clima-Amazônia, dia 2 de julho em Manaus. Foto: Embrapa

Everton Rabelo Cordeiro, chefe-geral da Embrapa Amazônia Ocidental, disse que as populações “que aqui vivem” precisam de cuidados para que aqui permaneçam com plena dignidade. E esse cuidado passa pelo desenvolvimento de tecnologias que favoreçam o desenvolvimento sustentável. “Se as pessoas vivem com dignidade, se nós respeitamos o modo de viver delas e se elas respeitem o nosso modo de viver, a gente vai manter a equilíbrio que esse planeta tanto precisa”, disse.

Para o chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental, Walkymário Lemos, os desafios são múltiplos, mas ressaltou o desafio tecnológico como o mais significante. “Nós temos na Amazônia experiências do mais alto calibre científico tecnológico e muitas vezes em propriedades com os piores índices de inovações de tecnologias. Então, esse vazio tecnológico rebate em vulnerabilidades sociais e econômicas”. Para ele, o grande desafio passa pelo distanciamento tecnológico, do conhecimento científico com o saber das  comunidades tradicionais da Amazônia.

Falou que apesar de todos os esforços dos cientistas, ainda não se consegue fazer com maestria, a conexão de saber científico com o tradicional. Embora a Amazônia já tenha uma potência científica instalada, há um outro grande desafio que é valorizar o conhecimento tradicional.

A pesquisadora Lúcia Helena Wadt, chefe-geral da Embrapa Rondônia, disse que é necessário usar a Amazônia em benefício das populações. Citou como exemplo as pesquisas com o café robusta, onde se aplica o saber tradicional e o conhecimento científico e se consegue desenvolver um sistema próprio.  “Então, a gente conseguiu reconhecer o desenvolvimento que foi feito de variedades, de clones, de materiais genéticos e agora se percebe o quanto melhorou a eficiência produtiva, o preço, a valorização e até o reconhecimento tradicional com os indígenas”.

Amazônia Continental. Foto: Divulgação

Marco Bomfim, chefe-geral da Embrapa Maranhão, destacou que é preciso mudar a trajetória das comunidades, para que elas também tenham autonomia.

Danielle de Bem Luiz, chefe-geral da Embrapa Pesca e Aquicultura, disse que um dos maiores desafios da Amazônia, é tornar a produção pesqueira e aquícola de espécies nativas mais resiliente, sem perder de vista a inclusão produtiva e a competitividade, caso contrário, espécies exóticas que entrarão no bioma podem promover mudanças na fauna aquática.

Disse que o gargalo é a ausência de um pacote tecnológico completo para as espécies de peixes nativas, como tambaqui e pirarucu, que seja produtivo e adaptável a diferentes perfis de produtores, do pequeno ao grande investidor. E o que tem que ter nesse pacote tecnológico?

“Melhoramento genético, com foco em desempenhos autênticos, tolerâncias às variações ambientais, desenvolver rações específicas para essas espécies nativas e também garantir duas práticas sanitárias de manejo de que funcionem essas condições hidroclimáticas específicas na Amazônia”, respondeu. Lembrou que o Brasil é grande produtor de carnes (bovina, suína, frango e de tilápia) que não são genuinamente brasileiras.

Amazonia vista aerea. Foto: Acervo/Ipaam

Nagib Jorge Melém, pesquisador da Embrapa Amapá, aponta a defesa fitossanitária um dos desafios da Unidade, pois o estado é porta e entrada da navegação oceânica, por onde já entraram doenças como o moco da bananeira, a mosca da carambola e  ultimamente, a vassoura-de-bruxa da mandioca. “Temos que cuidar para evitar o aparecimento de doenças para todo o Brasil”, comentou.

Moderando a mesa redonda, a diretora executiva de Administração da Embrapa, Selma Beltrão, reforçou a fala do deputado Rodrigo Rolemberg, de que não existe solução única, e nem isolada. “Então é necessário que estejam juntos ciência, políticas públicas, setor produtivo com quem vive na floresta e do campo”, disse.

Jornada pelo Clima

O circuito de eventos Diálogos pelo Clima compõe a Jornada pelo Clima, projeto de grande envergadura da Embrapa que evidencia a ciência na agropecuária brasileira como um pilar essencial para a transformação sustentável.

*Com informações da Agência Embrapa

Pérola do Maicá aposta no turismo de base comunitária para gerar renda e preservar o meio ambiente

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Pérola do Maicá aposta no turismo de base comunitária. Foto: Agência Santarém

A apenas 6 km do centro de Santarém (PA), o bairro Pérola do Maicá vem se consolidando como modelo de Turismo de Base Comunitária (TBC), ao integrar geração de renda, fortalecimento da cultura local e conservação ambiental.

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Para conhecer de perto essa experiência, a equipe técnica da Secretaria Municipal de Turismo (Semtur) visitou o território e percorreu o roteiro organizado pela Associação de Moradores do Pérola do Maicá (AMBAPEM), que já atrai turistas, pesquisadores e visitantes em busca de vivências autênticas.

Saiba mais: Portal Amazônia responde: o que é turismo de base comunitária?

Pérola do Maicá aposta no turismo de base comunitária
Com cerca de 40 km de extensão, o Lago do Maicá é um canal de várzea que conecta o rio Amazonas a outros lagos da região. Foto: Agência Santarém

As atividades incluem:

• Passeio de bajara ou canoa pelo Lago do Maicá

• Observação de aves (mais de 91 espécies registradas, especialmente ao amanhecer)

• Trilhas ecológicas (no período da vazante, entre agosto e novembro)

• Visita a quintais agroecológicos

• Feira com produtos locais

• Oficinas com mulheres artesãs

• Demonstração de pesca artesanal (com mais de 100 espécies de peixes catalogadas)

• Roda de conversa e apresentações culturais

• Degustação de pratos típicos

Onde natureza e modo de vida se encontram. Foto: Agência Santarém

O secretário municipal de Turismo, Emanuel Júlio Leite, destacou o potencial do projeto:

“O que está sendo feito aqui é prova de que o turismo pode transformar realidades. Gera renda, valoriza a cultura local e preserva o meio ambiente. Volto ao bairro e vejo uma equipe empolgada, capacitada e comprometida. Essa é a alma do turismo comunitário: pessoas fazendo com amor e de forma colaborativa.”

Lago do Maicá: onde natureza e modo de vida se encontram

Com cerca de 40 km de extensão, o Lago do Maicá é um canal de várzea que conecta o rio Amazonas a outros lagos da região. Próximo à zona urbana, destaca-se pelas águas tranquilas, vegetação densa e árvores imponentes.

Com cerca de 40 km de extensão, o Lago do Maicá é um canal de várzea que conecta o rio Amazonas a outros lagos da região. Foto: Agência Santarém

O lago é um berçário natural da fauna amazônica, abrigando inúmeras espécies de peixes, aves e mamíferos. Ao longo de seu percurso — entre o Maicá e o Ituqui — vivem comunidades ribeirinhas, quilombolas, indígenas, extrativistas e agricultores familiares, que praticam a pesca artesanal e o manejo sustentável dos recursos locais.

Os passeios guiados por moradores, com duração média de 1h30, proporcionam uma imersão na floresta alagada. Em dias favoráveis, é possível avistar araras-azuis, garças, botos, preguiças, jacarés e macacos.

Culinária com identidade

A gastronomia do bairro é parte essencial da experiência. Um dos destaques é o Arroz do Maicá, elaborado pela chef Rebecca Riker Carneiro, que combina arroz com jambu, peixe frito pescado no lago, tucupi, banana-da-terra e farofa de castanha.

Brigadeiro de tucupi com flor de jambu mistura sabores da floresta com criatividade. Foto: Agência Santarém

Na sobremesa, o surpreendente brigadeiro de tucupi com flor de jambu mistura sabores da floresta com criatividade.

Moradoras como Dona Lindalva Costa da Silva mantêm viva a tradição culinária local, com pratos à base de filhote, surubim, dourada e galinha caipira — preparados com ingredientes do lago e dos quintais produtivos da comunidade.

Quintais que alimentam e fortalecem

A produção agroecológica é um dos pilares da economia local. Foto: Agência Santarém

A produção agroecológica é um dos pilares da economia local. Cultivada nos próprios quintais, garante alimentos saudáveis e renda para as famílias. Seu Zelí Ramos de Sá, por exemplo, cultiva 22 canteiros e fornece hortaliças para feiras e mercados da cidade.

“Aqui quase todo mundo planta. A cada 15 dias, vendemos nossa colheita na associação. É tudo sem veneno, direto do nosso quintal, com cuidado e amor”, explica.

Pesca artesanal: tradição e subsistência

O Lago do Maicá abriga mais de 100 espécies de peixes, sendo fundamental para o sustento das famílias da região. A pesca artesanal é uma prática ancestral que segue viva na rotina local.

Maicá abriga mais de 100 espécies de peixes. Foto: Agência Santarém

Cantídio Benício Rego, morador há 34 anos, resume sua relação com o lago:

“Pesco desde os cinco anos. Quando cheguei aqui, me apaixonei. A gente observa o vento, a cor da água, a profundidade… tudo isso é sabedoria. Respeitar a natureza é essencial. E esse rio é muito generoso.”

Visitantes podem acompanhar o cotidiano dos pescadores e, de forma respeitosa e guiada, participar da atividade.

Agendamento e respeito ao ritmo da comunidade

Associação de Moradores do Pérola do Maicá (AMBAPEM). Foto: Agência Santarém

Para participar das experiências no bairro, é necessário agendar com antecedência. A proposta é garantir o acolhimento sem interferir na rotina da comunidade.

“A gente se prepara para receber. Não queremos interferir na rotina da comunidade, mas somar. Por isso, é importante saber com antecedência quais passeios a pessoa deseja fazer, para alinhar com os moradores que vão acompanhar,”explica Denilson dos Reis Silva, coordenador do Departamento de Turismo de Base Comunitária da AMBAPEM.

Agendamentos:

Valdecir Oliveira – (93) 99145-2505 e Denilson Reis – (93) 99136-9228

*Com informações da Agência Santarém