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Botos curiosos são flagrados seguindo e brincando com jacaré-açu em rio de Roraima; veja o vídeo

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Foto: Jhonatha Barros/Arquivo Pessoal

Dois botos-cor-de-rosa foram flagrados em um momento de lazer inesperado e um pouco arriscado: eles estavam se divertindo seguindo e brincando com a cauda de um jacaré-açu de cerca de 5 metros no rio Itapará, em Rorainópolis, Sul de Roraima. O momento foi flagrado pelo drone de um turista que visitava a região e a cena viralizou nas redes sociais.

No vídeo, é possível ver os dois botos da espécie Inia geoffroensis se aproximando de um jacaré-açu, sem demonstrar qualquer sinal de intimidação diante da presença desse imponente predador das águas amazônicas. Um dos botos parece se divertir com o movimento da cauda do jacaré enquanto ele nada, o outro acompanha o amigo “corajoso” de perto — que chega a “beliscar” o rabo do réptil.

O registro foi feito no dia 1º de novembro pelo biomédico Jhonatha Barros, de 40 anos, mas só foi divulgado na última sexta-feira (22). O vídeo então foi publicado em diversas paginas e sites que, somando, já ultrapassou 700 mil visualizações.

Toda a brincadeira dos botos foi filmada por Jhonatha. Ele é de Tocantins e foi até o rio roraimense para passar uma semana pescando — ele só não esperava que iria se deparar com a cena.

De acordo com ele, havia cerca de seis botos no grupo — mas, pelo visto, só dois tiveram coragem de se aproximar da maior espécie de jacaré do Brasil.

“No último dia, fizemos uma pescaria diferente, focada em peixes de couro. Paramos para pegar iscas vivas e aproveitei para usar o drone. Foi então que eu flagrei essa cena”, contou o biomédico.

A equipe de reportagem enviou o vídeo para dois biólogos pesquisadores: Eduardo Bessa, especialista em comportamento animal e professor da Faculdade de Planaltina da UnB, e Reuber Brandão, também biólogo e professor da mesma instituição. Ambos confirmaram que, de fato, trata-se de uma brincadeira dos mamíferos aquáticos, mas destacaram que o comportamento se assemelha mais a uma espécie de “bullying”.

Jhonatha conta que já tinha a intenção de filmar botos nadando, pois foi o pedido que a filha fez quando soube que ele iria viajar para um rio amazônico. Quando viu a presença dos mamíferos nas redondezas, resolveu levantar o drone.

“Estava gravando essas imagens porque minha filha pediu que eu registrasse os botos durante a pescaria. Durante as gravações, observei os botos e presenciei um comportamento curioso: um deles começou a interagir com um jacaré, cercando-o até a margem do rio e beliscando o rabo. Eu nunca tinha visto”.

“Pelo que observei, o boto parecia tranquilo e brincalhão, enquanto o jacaré não demonstrava preocupação”, contou o biomédico.

Foto: Jhonatha Barros/Arquivo Pessoal

Jhonatha relatou que esta foi sua primeira viagem com o drone, comprado justamente para registrar paisagens e momentos únicos. O vídeo viralizou rapidamente após ser publicado no Instagram de uma pousada local.

“Acredito que [o vídeo] se destaca por mostrar uma interação inusitada. Normalmente, vemos vídeos de vida selvagem com relações entre animais da mesma espécie ou, quando são de espécies diferentes, com uma dinâmica de predador e presa. Neste caso, o vídeo é diferente porque mostra uma interação lúdica entre espécies distintas”.

“Sempre gostei de fotografar e gravar, mas esse vídeo foi especial. Foi um presente para minha filha e acabou se tornando um presente para tantas outras pessoas”, contou Jhonatha.

Para o pesquisador Reuber Brandão, comportamentos “brincalhões” são comuns entre botos, especialmente durante o desenvolvimento.

“Botos são mamíferos extremamente inteligentes e brincam bastante, sobretudo enquanto juvenis. Essa brincadeira, como a de perseguir ou atacar, ajuda a desenvolver habilidades que tornam a caça mais eficiente na vida adulta”, afirmou o professor Reuber Brandão.

Para Bessa, as imagens captadas são raras e valiosas. Ele destacou a relevância do registro.

No vídeo, tanto o jacaré quanto os botos parecem tranquilos, sem demonstrar intimidação diante da presença de outra espécie, mesmo sendo ambos predadores. Mas será que um pode fazer parte do cardápio do outro? Segundo o professor Reuber Brandão, um jacaré pode predar um boto. No entanto, ele ressalta que esse tipo de comportamento é raro.

“Tanto o boto quanto o jacaré-açu têm dietas diversificadas, baseadas principalmente em peixes. Embora o jacaré-açu adulto possa ocasionalmente predar botos, o inverso é muito improvável”, explicou o professor.

Eduardo Bessa explica que em situações normais, a agilidade do boto dificulta sua captura por jacarés, que só costumam atacar indivíduos da espécie se estiverem doentes ou encalhados.

“É bem mais provável um jacaré-açu adulto comer um boto do que o contrário, mesmo considerando que [os botos são] predadores que agem em bando podem abater presas muito maiores do que eles próprios”, explicou Bessa.

Jacaré-açu é uma espécie considerada pacifica, mas pode atacar quando ameaçada. Apesar de não ser atualmente considerado preocupante seu estado atual de conservação, já foi uma espécie perseguida por sua pele e por isso ameaçada.

Em novembro de 2023, o boto-cor-de-rosa entrou na lista de ‘perigo de extinção’ em quase todos os estados da região Norte, de acordo com a plataforma SALVE, desenvolvida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio).

Acontece que os botos cor-de rosa, também conhecidos como ‘golfinhos dos rios’, são predadores de topo de cadeia e indicadores da saúde dos ecossistemas e a presença do boto-cor-de-rosa é influenciada pela abundância de peixes e habitats saudáveis.

*Por Caíque Rodrigues, da Rede Amazônica RR

Com intenso fluxo turístico, Ilha de Caratateua recebe mapeamento geoambiental

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Foto: Roni Moreira/Agência Pará

De refúgio indígena a case sustentável, Caratateua sofreu intensas transformações durante sua ocupação. Assim como a Ilha de Mosqueiro, Distrito de Belém, no Pará, sua ocupação foi iniciada pela fuga de indígenas da tribo Tupinambá dos imigrantes na região, no período colonial. Já sua economia, foi marcada por incentivos agrícolas, voltada para fomentação de agricultura de subsistência, como a agricultura familiar. Atualmente, Caratateua apresenta um intenso fluxo turístico, além do desenvolvimento sustentável com foco em empreendimentos residenciais com áreas verdes.

Para um diagnóstico de Caratateua, a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) realizou um estudo detalhado da Ilha: ‘O Boletim da Ilha de Caratateua’. O estudo faz parte do Boletim da Sustentabilidade das Ilhas de Belém, que busca apresentar para todas as ilhas da capital paraense, um desenho integrado da geoecologia da paisagem, que, em consonância com “Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS)”, pode auxiliar políticas públicas voltadas ao planejamento ambiental das ilhas. O estudo sobre essa e outras ilhas será apresentado durante a Feira Pará Negócios, no Hangar, no sábado, 30.

Segundo a instituição de pesquisas Fapespa, a busca por indicadores de sustentabilidade ambiental torna-se tema de interesse global em virtude do intenso processo de uso e ocupação da terra, atrelados à irracionalidade no manejo dos recursos naturais. Desse modo, a temática vem adquirindo cada vez mais interesse de pesquisadores, gestores e comunidade em geral, com a realização de conferências e reuniões constantes de cunho ambiental, como a COP 30 e afins.

Boletim da Ilha de Caratateua

O estudo apontou uma evolução ocupacional na ilha, favorecida pela acentuada especulação imobiliária das últimas décadas. Das 63 malhas censitárias apresentadas, a malha de maior área territorial está localizada no norte da ilha, com uma população de 363 pessoas e uma área de 7,87 km². A segunda apresenta 3,90 km² e está localizada no residencial Alphaville, com registo de 29 pessoas. Já a área com maior número populacional, cerca de 1.144 pessoas, com uma área inferior a 1 km² (0,19 km²).

Conforme o IBGE, foram catalogados 19.933 endereços em Caratateua, sendo distribuídos em sete espécies de endereços. Enquanto “Domicílio particular” representa 82,20% deste total, “Estabelecimento agropecuário” não teve ocorrências.

Os anos 70 foram marcados pelo inchaço urbano da capital, levando os migrantes das zonas rurais para a ilha, processo acelerado pelo circuito turístico da região e pela construção da ponte Governador Enéas Martins Pinheiro, construída em 1986. Com isso, a ilha ganhou expansão urbana, especialmente devido à construção de estradas, estabelecimentos comerciais e residenciais, porém com uma infraestrutura precária, com a oferta de serviços básicos ineficientes.

Usos e cobertura da terra: Entre os resultados apresentados, está o aumento na “Área urbana” de Caratateua, que passou de 3,93 km² em 2002 para 6,50 km² em 2023, com crescimento de 8,17% em relação a 2002, durante o período analisado. Além disso, houve perda nas demais classes analisadas, destacando-se a variação da “Floresta ombrófila densa”, que passou a representar 15,51 Km² em 2023 e em 2002 era de 15,97 Km² e da classe de “Vegetação secundária” que recuou quase 40%, passando de 2,96 Km² (9,39%) em 2002 para 1,76 Km² (5,59%) em 2023 do total da área da ilha.

Imagem: Reprodução/Agência Pará

Sustentabilidade Ambiental

Em relação ao indicador Sustentabilidade da cobertura vegetal (SCV), o estudo apontou que houve uma variação negativa, onde o indicador apresentava resultado intermediário em 2002 (60,05%) e apresenta atualmente 54,79%, mostrando um alerta sobre redução da área verde na ilha. Já em relação “Sustentabilidade da pressão urbana” (SPU) houve um aumento de 8,16%, causado pelo aumento das edificações da ilha, com destaque a três extensões habitacionais: o conjunto habitacional Viver Outeiro, o assentamento Neuton Miranda e o condomínio Alphaville, que chamam a atenção pelas suas propostas de ocupação.

Unidades Geoambientais da Ilha de Caratateua

O estudo também apresentou sete classes de unidades geoambientais na ilha, onde a “Tabuleiros – floresta ombrófila” representa a maior área da ilha, 15,51 km², sendo este espaço sem registro de espécies de endereços. Em contrapartida, “Terraços com área urbana consolidada” são o segundo em área (7,45 km²) e o primeiro em contingente populacional, apresentando cerca de 14.637 dos estabelecimentos categorizados na pesquisa.

Unidades geoambientais são áreas delimitadas com base em características físicas e ambientais, como relevo, solo e vegetação, para entender a dinâmica do território e orientar o uso sustentável dos recursos naturais. Elas são essenciais para planejamento ambiental e gestão territorial, ajudando a conciliar desenvolvimento e conservação.

“Destacamos que a análise geoambiental realizada pela Fapespa permite identificar as áreas mais pressionadas pela urbanização e os reflexos disso nos indicadores de sustentabilidade, como a redução da cobertura vegetal e o aumento das edificações. A Ilha de Caratateua possui um grande potencial turístico e residencial, mas precisa ser manejada de forma sustentável para garantir que seu papel ecológico e social seja mantido. Esses dados são cruciais para compreender a dinâmica socioambiental da ilha e embasar políticas públicas que conciliem desenvolvimento econômico, preservação ambiental e qualidade de vida”, detalha Luziane Cravo.

Imagem: Reprodução/Agência Pará

Desenvolvimento

O Boletim da Sustentabilidade da Ilha de Caratateua é um produto do projeto Atlas da Sustentabilidade, projeto da Coordenação de Estudos Territoriais (CET) da Diretoria de Pesquisas e Estudos Ambientais (Dipea) da Fapespa, formado por uma equipe multidisciplinar, que analisa e apresenta dados e informações sobre sustentabilidade do estado do Pará, para subsidiar ações de gestores e fornecer informações a cientistas e comunidade em geral. Sua produção compõe relatórios sobre a sustentabilidade, boletins, notas técnicas, sendo fonte de produção e divulgação de conhecimento científico na Região Amazônica, sobretudo na Amazônia Paraense.

Imagem: Reprodução/Agência Pará

“Essa série de boletins sobre a sustentabilidade das ilhas de Belém traz importantes informações para que a gestão pública da nossa capital possa tomar decisões extremamente acertadas sobre o desenvolvimento dessas áreas tão importante não só para o desenvolvimento da cidade como áreas de habitação, mas também como refúgios, hábitats naturais, de vários animais, que são muito importantes para o equilíbrio ecológico dessa Região. Então, as ilhas desempenham um papel fundamental tanto para a população humana como para os demais animais. E esse boletim traz informações muito valiosas para as tomadas de decisão”, avalia o presidente da Fapespa, Marcel Botelho.

*Com informações da Agência Pará

Reserva rica em urânio localizada no Amazonas é vendida à China por R$ 2 bilhões

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Foto: Divulgação

A Mineração Taboca S.A., responsável pela reserva de urânio localizada na Mina de Pitinga, interior do Amazonas, foi vendida para a empresa estatal China Nonferrous Trade Co. Ltd. por US$ 340 milhões – o equivalente a cerca de R$ 2 bilhões. A transação foi intermediada pelo grupo minerador peruano Misur, que detém o controle acionário da empresa brasileira.

A Mineração Taboca é conhecida pela descoberta da reserva em 1979, situada na Vila Balbina, a 300 km de Manaus. Na região, já foi identificado urânio, elemento químico utilizado como combustível para a geração de energia nuclear. A mina é também responsável pela lavra e beneficiamento de cassiterita, columbita e, atualmente, é a maior produtora de estanho refinado do Brasil.

Em comunicado, a Mineração Taboca anunciou a transferência de 100% das ações para a empresa estatal chinesa.

A China Nonferrous Mining Co., uma das maiores empresas estatais produtoras de cobre do mundo, foca em mineração, processamento, hidrometalurgia, fundição pirometalúrgica e vendas, com operações significativas na Zâmbia, na África.

Repercussão

Em pronunciamento na plenária do Senado, na quarta-feira (27), o senador Plínio Valério (PSDB-AM), questionou a venda e levantou suspeitas de favorecimento ao governo chinês.

*Com informações da Rede Amazônica AM

Folha da canela é identificada por pesquisadora maranhense como aliada no combate à leishmaniose

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Foto: Divulgação/Governo do Maranhão

A leishmaniose é uma doença parasitária, transmitida por insetos conhecidos como flebotomíneos, e que representa um sério problema de saúde pública. Estudo que avalia as potencialidades da canela no tratamento lança nova perspectiva nas ações de combate. A pesquisa, apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema) e coordenada pela professora Caroline Martins de Jesus, mestre em Saúde e Tecnologia, é focada na análise da base do extrato e frações das folhas da planta.

A pesquisa mostrou que a folha da arvore tem o potencial de ser usada no tratamento da leishmaniose, pois ela é capaz de matar o parasita que causa a doença. Os próximos passos são entender melhor como a canela funciona e desenvolver um medicamento seguro e eficaz para os pacientes.

O presidente da Fapema, Nordman Wall, avaliou de forma positiva o estudo: “A pesquisa representa um avanço significativo no entendimento da leishmaniose, e pode oferecer novas ferramentas para as ações de prevenção e combate à doença, podendo impactar positivamente a saúde da população maranhense”, disse.

Para chegar aos resultados, Caroline de Jesus fez vários testes no laboratório da Universidade Federal do Maranhão, sob a orientação do professor doutor Aramys Silva dos Reis. Como resposta, foi observado o seguinte: parte da canela que eles estudaram foi capaz de matar tanto a forma do parasita que vive fora do corpo quanto a forma que habita dentro das células.

A canela fez com que o parasita morresse por um processo chamado apoptose, que é como se fosse um “suicídio celular”. Ao analisar a parte da canela que estava matando o parasita, o estudo identificou várias substâncias, como o fitol, o benzoato de cinamil e o ácido hexadecanóico. Essas substâncias são as principais responsáveis pela ação da canela contra o parasita.

“Ao demonstrar a seletividade da fração hexânica e identificar seu mecanismo de morte celular, o estudo oferece insights específicos, que podem orientar futuras pesquisas na busca por tratamentos mais direcionados e menos nocivos. Isso contribuiria para a melhoria das condições de vida e saúde da população maranhense”, avalia Caroline Martins.

A ideia da pesquisa surgiu a partir de trabalhos em desenvolvimento com a espécie, que demonstraram o grande potencial farmacológico. A canela é uma planta comum no estado e a investigação do potencial terapêutico de suas folhas acrescenta relevância local ao estudo.

A pesquisa foi desenvolvida na UFMA, nos laboratórios de Fisiopatologia e Investigação Terapêutica (LaFIT), em Imperatriz, e de Patologia e Imunoparasitologia (LPI), localizado no Campus São Luís. 

Leishmanioses

As leishmanioses são um conjunto de doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania e da família Trypanosomatidae. De modo geral, essas enfermidades se dividem em leishmaniose tegumentar americana, que ataca a pele e as mucosas, e leishmaniose visceral, que agride órgãos internos. Os sintomas incluem febre, emagrecimento, anemia, aumento do fígado e do baço, hemorragias e imunodeficiência.

O diagnóstico é feito por exame ou cultivo de material dos tecidos infectados (medula óssea, pele ou mucosas da face). Não há vacina contra as leishmanioses humanas. As medidas mais utilizadas para a prevenção da doença se baseiam no controle de vetores e dos reservatórios, proteção individual, diagnóstico precoce e tratamento dos doentes, manejo ambiental e educação em saúde.

Para todas as formas da doença, o tratamento se faz por meio do medicamento antimoniato de meglumina (Glucantime). Outras drogas, utilizadas como segunda escolha, são a anfotericina B e a pentamidina, todas de toxicidade considerável.

*Com informações do Governo do Maranhão

INPI reconhece primeira IG do Amapá: abacaxi de Porto Grande

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Foto: Reprodução/Arquivo g1 Amapá

O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) publicou, na Revista da Propriedade Industrial (RPI) do dia 26 de novembro de 2024, o reconhecimento da Indicação Geográfica (IG), na espécie Indicação de Procedência (IP), para o município de Porto Grande (AP), como produtor de abacaxi.

É a primeira IG do Amapá. Com esse registro, o Instituto chega a 133 IGs reconhecidas no Brasil, sendo 94 IPs (todas nacionais) e 39 DOs (29 nacionais e 10 estrangeiras).

Conheça a IG

De acordo com a documentação apresentada ao INPI, Porto Grande se desmembrou de Macapá em 1992 e possui atualmente uma população de 20 mil habitantes, sendo o maior produtor de abacaxi do Amapá.

Segundo as fotos e reportagens apresentadas ao INPI, existe na cidade uma praça com a escultura de um abacaxi, que faz referência à grande produção do fruto, à popularidade e à importância do mesmo para a cidade, sua população e cultura.

Imagem: Reprodução/INPI

O abacaxi de Porto Grande é comercializado em restaurantes, quiosques e praças de Macapá na forma de abacaxi temperado, que, com frequência, chama a atenção dos turistas que visitam a capital. Segundo consta no relatório enviado ao Instituto, a presença marcante do abacaxi de Porto Grande na praça do Coco, em Macapá, destaca-se pela diversidade de quiosques que expõem o fruto em seus pontos de venda e demonstra que a demanda pelo produto é alta.

O portal de notícias G1, em matéria sobre a agricultura no Amapá, de 23 de setembro de 2021, afirma que “o setor no estado viu o crescimento do cultivo de banana e abacaxi, que já representam 32%”, citando que a produção agrícola de Porto Grande tinha um valor estimado de R$ 15 milhões no ano de 2020.

Sendo a produção de abacaxi o principal destaque agrícola e econômico da cidade, criou-se o Festival do Abacaxi de Porto Grande na década de 1990. Esse festival é um dos maiores eventos do calendário cultural do Amapá, tendo o propósito de incentivar os produtores rurais de Porto Grande, valorizar a agricultura familiar e movimentar a economia do município. O festival acontece tradicionalmente no início de setembro, por ser o mês de pico na safra do abacaxi.

Patrimônio cultural

Em 03 de janeiro de 2024, a Lei estadual n.º 3.004 declarou como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial o cultivo de abacaxi no município de Porto Grande. Reportagem do portal G1, na época, informou que “o município de Porto Grande tem a estimativa de 12 milhões de pés de abacaxi plantados, sendo o maior e principal segmento produtivo do fruto no Amapá”.

Segundo o Caderno de Especificações Técnicas apresentado ao INPI, o abacaxi da IP Porto Grande é da variedade pérola, tendo como características o sabor adocicado, o perfume marcante e a coloração amarela clara.

O Instrumento Oficial de Delimitação da IP Porto Grande, emitido pela Secretaria Estadual do Desenvolvimento Rural do Governo do Amapá, ao fundamentar a delimitação, explica que a produção de abacaxi em Porto Grande reflete a rica tradição agrícola da região, bem como impulsiona a economia local.

Confira a publicação na RPI

*Com informações do INPI

Obra mais antiga do país será retomada no Amapá

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Caminhões atolados na BR-156, no Amapá. Foto: Divulgação/PRF

O ministro dos transportes, Renan Filho esteve no estado do Amapá, nesta segunda-feira (25), para anunciar, junto com autoridades locais, a retomada das obras na BR-156, considerada a mais antiga do país.

A BR-156 é uma importante ligação do Amapá para outros estados. O ministro dos Transportes, Renan Filho, assinou duas ordens de serviço autorizando a pavimentação de aproximadamente 116 quilômetros da estrada, durante visita ao estado.

De acordo com o Governo Federal, serão investidos no total, cerca de R$ 550 milhões oriundos de recursos do Novo PAC.

Segundo o Governo do Amapá, a pavimentação da BR-156 é considerada a obra federal mais antiga do Brasil, com 92 anos.

Ministro dos Transportes Renan Filho assina retomada das obras da BR 156. — Foto: Jorge Júnior/Rede Amazônica

Sobre as obras

O ministro assinou duas ordens de serviço durante visita ao Amapá:

  • As obras do lote 1 conectam Macapá a Laranjal do Jari, no sul do estado e que chega perto da fronteira com o Pará. Neste caso, as obras se estenderão do Km 27 ao 87,10, totalizando 60,1 quilômetros.
  • A segunda ordem de serviço (lote 3), está relacionada ao trecho entre Calçoene e Oiapoque, ao norte do estado e corresponde desde o Km 687,73 até o 743,73 neste caso, totalizando, 56,04 quilômetros.

Isolamento

Ainda segundo o Governo Federal, sem essa obra pronta, o Amapá pernanece desconectado da malha viária brasileira.

Para chegar ou sair do estado, é necessário utilizar transporte aéreo ou viário, aumentando a condição de isolamento local.

A falta de pavimentação em grande parte da BR 156 também dificulta o trânsito dentro do próprio estado, gerando riscos na trafegabilidade e com isso, aumentando o tempo de chegada aos municípios que estão localizados nos pontos extremos do Amapá, como Laranjal do Jari e Oiapoque.

Obra mais antiga do Brasil

Segundo o Governo do Amapá, o serviço de pavimentação da estrada começou em 1932 e desta data até 1945, foram construídos apenas 9 quilômetros de estrada.

Ainda segundo o governo, os primeiros 100 quilômetros de pavimentação foram realizados entre 1985 e 1990.

A BR-156 também é responsável pelo acesso de produtores rurais à cidade, além de auxiliar no escoamento de suas produções, agrícolas e pesqueiras. O município de Oiapoque faz fronteira com a Guiana Francesa, uma condição importante para a economia do país e local, através da Ponte Binacional.

Durante o período de chuvas, o isolamento se torna maior e famílias sentem dificuldades em conseguir comprar mantimentos por conta da falta de trafegabilidade dos veículos que abastecem o comércio local, principalmente, da região norte do estado.

Em alguns casos, os veículos ficam cobertos pela lama, causando vários prejuízos.

*Por Josi Paixão, da Rede Amazônica AP

Estudo busca combater escassez de camarão no rio Amazonas

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Foto: Pedro Guerreiro/Agência Pará

O escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater), em Afuá, no Marajó, está participando de um movimento multiinstitucional de investigação conduzido pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) sobre a escassez do camarão-amazônico (Macrobrachium amazonicum) no estuário do rio Amazonas. 

Leia também: Portal Amazônia responde: existe camarão de água doce?

Reuniões ao longo de novembro com diversas representações, a exemplo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), são mais uma etapa dos esforços conjuntos que consideram, inclusive, marcos de futuro imediato, como a regulamentação de um período de defeso e assinatura de acordos de cooperação técnica. 

De acordo com os especialistas da Emater, o fenômeno de diminuição significativa da quantidade e do tamanho da espécie nos fluxos que entrecortam e banham Afuá vem sendo observado, desde 2021, e já causa prejuízos à socioeconomia das ilhas do município, pois o produto é quem abastece restaurantes de veraneio e o turismo nas praias. 

Ano passado, a Emater promoveu o I Fórum de Pesca e Aquicultura de Afuá e a partir de então vem coletando dados empíricos de uma amostra de 12 famílias com um cotidiano de pesca artesanal na Baía do Vieira e nos rios Aningal, Afuá e Piraiaura, dentro dos assentamentos federais Ilha Cajuúna e Charapucu.

O objetivo é contribuir para a formulação de hipóteses, que podem ter relação com mudanças climáticas, em nível planetário, e com tradições predatórias, tais quais o uso de matapis e de viveiros inadequados.

O gestor relata que o camarão-da-amazônia é produto de apelo comercial importante em Afuá, porque o consumo é constante e o aproveitamento, é total: “os médios e grandes são vendidos na hora e os pequenos são pré-cozidos.

Não há perda nenhuma para o pescador”, explica, com a ressalva do problema estrutural: “entre outras variáveis, capturar camarões juvenis interfere na dinâmica reprodutiva e no estoque natural. Por isso a importância de estudos aprofundados, de envolvimento das instituições públicas e no fortalecimento de políticas públicas para o segmento, a fim de que a cadeia  produtiva se mantenha sustentável em curto, médio e longo prazos”, declara. 

Soluções

A pescadora Maria Doralice Batista, de 52 anos, conta a história de um sumiço repentino do camarão-da-amazônia no rio Furo Grande, às margens da Ilha Panema, onde vive com o marido, Coraci Barbosa, de 58 anos, e os dois filhos caçulas do casal: José Vicente, de 13 anos, e Caio César, de sete anos.

A vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) de Afuá e membro da Colônia de Pescadores e Aquicultores Z-6 atribui a aquecimento global: “A gente não tem certeza, porém, quanto mais quente, menos camarão”, expressa.

Para a liderança, a adaptação de ferramentas, o incentivo à criação da espécie em cativeiro e a conscientização dos pescadores sobre camarões juvenis e com ovas figuram como soluções viáveis: “É tudo uma questão de diálogo, mobilização e de divulgação, porque estamos sofrendo os danos na pele e todo mundo aqui tem entendido que é necessário pensar estratégias para o bem das populações e da natureza”, resume. 

*Com informações da Agência Pará

Em quase um mês, Rio Negro subiu mais de dois metros em Manaus

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Foto: Alexandro Pereira/Rede Amazônica AM

Em Manaus, o Rio Negro subiu 2,01 metros nos primeiros 22 dias de novembro, atingindo o nível de 14,18 metros na sexta-feira (24). É a primeira vez que o rio supera a marca dos 14 metros após enfrentar uma das maiores secas já registradas.

Neste ano, o nível do rio chegou a 12,11 metros, o ponto mais baixo em mais de 120 anos de medições. A situação alterou o visual do Encontro das Águas e levou a prefeitura a fechar a Praia da Ponta Negra. Com a seca, surgiram bancos de areia na orla, afastando embarcações do ponto tradicional de atracação próximo à via pública.

A baixa do rio também afetou a logística do Polo Industrial de Manaus, onde empresas precisaram instalar um píer flutuante em Itacoatiara para facilitar o recebimento de insumos e o envio de mercadorias. Em todo o Amazonas, mais de 800 mil pessoas foram impactadas pela estiagem.

Após um período de repiquete – quando o nível das águas oscila em uma espécie de efeito sanfona –, o rio voltou a subir rapidamente. Desde o início de novembro, o nível estava em estabilidade, marcando 12,18 metros por três dias, até baixar um centímetro no dia 4.

Desde então, o rio tem subido uma média de 9 centímetros por dia. Só entre os dias 13 e 14 deste mês, foram 42 centímetros de subida em um intervalo de 48 horas.

Com o início da subida das águas, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) informou que o Rio já saiu da fase de seca extrema. A cidade, inclusive, vai voltar a receber navios com turistas.

Confira a evolução do nível do Rio Negro em novembro de 2024:

Dia 1: 12,18 metros (não subiu e nem desceu)
Dia 2: 12,18 metros (não subiu e nem desceu)
Dia 3: 12,18 metros (não subiu e nem desceu)
Dia 4: 12,17 metros (-1 centímetro)
Dia 5: 12,18 metros (+1 centímetro)
Dia 6: 12,18 metros (não subiu e nem desceu)
Dia 7: 12,19 metros (+1 centímetro)
Dia 8: 12,23 metros (+4 centímetros)
Dia 9: 12,33 metros (+10 centímetros)
Dia 10: 12,43 metros (+10 centímetros)
Dia 11: 12,53 metros (+10 centímetros)
Dia 12: 12,67 metros (+14 centímetros)
Dia 13: 12,88 metros (+21 centímetros)
Dia 14: 13,09 metros (+21 centímetros)
Dia 15: 13,28 metros (+19 centímetros)
Dia 16: 13,47 metros (+19 centímetros)
Dia 17: 13,66 metros (+19 centímetros)
Dia 18: 13,85 metros (+19 centímetros)
Dia 19: 13,97 metros (+12 centímetros)
Dia 20: 14,07 metros (+10 centímetros)
Dia 21: 14,15 metros (+8 centímetros)
Dia 22: 14,18 metros (+3 centímetros)

G20, o clima e a Amazônia: preservar para viver

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Foto: Reprodução/TV Globo

Por Walace SO*

Queridas e queridos das beiras e beiradas dos nossos rios, do açaí com mandi, do dominó de fim de tarde e do tacacá ao anoitecer. Esperei o final do encontro do G20 realizado no Rio de Janeiro e suas repercussões para continuar as reflexões de nossa coluna. E essa reflexão, por mais que muitos não queiram aceitar, concordar e compreender está ligada diretamente a região amazônica e a questão climática. Então, vamos aos fatos e buscar essa reflexão.

O mundo debateu na Cidade Maravilhosa os conflitos como Ucrânia e Rússia, Israel e Palestina, a fome global, o imposto para os ricos, porém a grande pauta final e que nos toca diretamente como amazônidas é a questão climática. E temos aqui algumas preocupações para contextualizarmos e ligarmos à nossa realidade e consciência.

As eleições americanas também tiveram um capítulo especial, pois a orientação política do governo Trump destoará da realidade, continuará com o alinhamento de uma realidade paralela e negacionista. E lembrando nossa última coluna, essa ideia se alinha ideologicamente com a última eleição municipal da região norte. E isso é perigoso para nossa região e para o planeta. Tivemos uma matéria no G1, mostrando o final do encontro e a importância da questão climática para não permitirmos um ponto de não retorno dessa questão, principalmente na Amazônia.

Trump já deixou claro que não vai diminuir o controle ambiental e pelo contrário, terá uma política agressiva a tudo relacionado as questões ambientais climáticas. Aliás, podemos analisar isso já numa matéria do G1 no seu fatídico mandato, que já mostrava ser contra essa pauta.

Suas ameaças de sair de acordos já firmados corroboram nossa reflexão e como elas impactam e atrapalham um debate tão importante e a efetivação de ações em conjunto. Aliás, principalmente por ser juto com China os maiores emissores de gases do efeito estufa global. Dessa forma, o cumprimento da Carta de Paris deve ser cobrado, principalmente pelos países mais ricos e desenvolvidos. Além de sua colaboração com as nações em desenvolvimento, que são as mais impactadas e sacrificadas na atualidade, com catástrofes climáticas sendo mais fortes e sem condições de se proteger e prevenir.

Não podemos nos dar o luxo de esperar mais tempo. Preservar a Amazônia, bem como empreender novos meios produtivos sustentáveis, alinhados com mais lucratividade e incentivar pesquisas para a manutenção do meio ambiente. Temos, várias pesquisas e opções para nossa região que substituem a monocultura e expansão de criação bovina extensiva, aliás que não se adaptam ao nosso tipo de clima e solo.

E cito novamente as relevantes pesquisas do Professor Carlos Nobre da USP, com vasto material e opções sustentáveis e lucrativas que podem ser adotadas. E seu trabalho tem alertado a muito tempo sobre o caminho sem volta que estamos percorrendo. Tendo respaldo da comunidade científica internacional, que também já foi matéria do nosso G1.

Espero que minha proposta de reflexão e fontes possam servir para a construção de debate e cobrança de nossos políticos sobre políticas públicas e atuação eficaz sobre o tema. Não quero ter um tom alarmista, mas convidar nossos leitores a uma reflexão e uma alternativa para mudança real visando a preservação de nossa cultura, terra maio riqueza, a Amazônia. E termino com nosso lema: “bora refletir” para agir.

Sobre o autor

Walace Soares de Oliveira é cientista social pela UEL/PR, mestre em educação pela UEL/PR e doutor em ciência da informação pela USP/SP, professor de sociologia do Instituto Federal de Rondônia (IFRO).

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

Falta verde e sobra calor nas escolas de Manaus, revela pesquisa nacional

Foto: Divulgação/Instituto Alana

Mais da metade das escolas de Manaus (51%), no Amazonas, não têm áreas verdes. A capital também não vai bem quando se trata de conforto térmico: 77,7 % das escolas da cidade estão localizadas em ilhas de calor, ou seja, territórios com temperatura de superfície considerada elevada, pelo menos 3,57ºC acima da média urbana. Será que é possível manter a concentração e aprender em meio a um calor abrasador?

Os números fazem parte de uma pesquisa inédita do Instituto Alana a partir de dados levantados pelo MapBiomas e analisados conjuntamente com a Fiquem Sabendo. Foram pesquisadas 20.635 escolas públicas e particulares, de educação infantil e fundamental, para entender o acesso que as crianças e adolescentes têm a áreas verdes e a resiliência das escolas: quais e quantas são extremamente quentes ou correm riscos climáticos, por exemplo? E como essas informações se conectam com desigualdades raciais, territoriais e socioeconômicas?

O levantamento indica que cerca de 90% das escolas em áreas de risco estão dentro ou em até um raio de 500 metros de favelas e comunidades urbanas, e que 51% dessas escolas tem maioria de alunos que se declaram negros, percentual que cai para apenas 4,7% nas escolas com maioria de alunos que se declaram brancos, evidenciando a conexão entre desigualdades e fatores climáticos, bem como o racismo ambiental.

A pesquisa mapeou ainda que faltam áreas verdes, tanto dentro quanto no entorno das escolas, situação que é particularmente preocupante na educação infantil, com 43,5% das escolas sem áreas verdes. Nas capitais, 20% das escolas também não têm praças e parques no entorno de 500 metros, o que impacta diretamente mais de 1,5 milhões de alunos de 4.144 escolas.

Ao contrário do senso comum, que considera escolas particulares em geral melhores do que públicas, nesse quesito a situação se inverte: apenas 9% das escolas particulares têm mais de 30% de área verde no lote, enquanto nas públicas o percentual é de 31%, o que revela uma grande oportunidade para os equipamentos públicos na ampliação do contato das crianças com a natureza.

A falta de verde nas escolas é agravada por desigualdades raciais e econômicas, sendo maior para estudantes que vivem em favelas e comunidades urbanas, bem como para alunos negros. São eles também os que estudam em escolas localizadas em áreas mais quentes: cerca de 36% das escolas com maioria de alunos negros estão em territórios com temperaturas 3,57oC acima da média de temperatura da capital, enquanto 16,5% das escolas com maioria de alunos brancos encontram-se na mesma situação.

Considerando que 80% das crianças e adolescentes no Brasil vivem em centros urbanos e passam boa parte do seu tempo na escola, se o acesso a áreas verdes não ocorrer ali, a natureza pode não fazer parte de suas vivências. Está cientificamente comprovado que o contato com a natureza melhora todos os indicadores de saúde e bem-estar de crianças e adolescentes, como imunidade, memória, sono, alívio do estresse, capacidade de aprendizado, sociabilidade e desenvolvimento motor. Em cidades cada vez mais cimentadas, com trânsito intenso e insegurança, têm sobrado às crianças e adolescentes o confinamento em espaços internos – e o excesso de telas.

Ao mesmo tempo, o clima mudou e é preciso identificar as escolas mais vulneráveis às ondas de calor, alagamentos, enchentes e deslizamentos, agindo para prevenir e aumentar sua resiliência, já que as crianças e adolescentes estão justamente entre os mais afetados por eventos climáticos extremos.

Segundo Maria Isabel Amando de Barros, especialista do Instituto Alana que esteve à frente do trabalho, toda a comunidade escolar deve ser incluída nessa transformação das escolas em locais mais verdes e resilientes. “Escolas são equipamentos numerosos, bem distribuídos pelo território, que funcionam como polos de irradiação de conhecimento e cultura em suas comunidades. Ter a natureza como centralidade e dar às crianças oportunidades para brincar e aprender com ela, contribui com a educação ambiental e climática, fomentando o protagonismo necessário para que crianças e adolescentes possam participar efetivamente da transição verde de nossas sociedades”, diz.