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Ecossistema

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 Termo que representa as relações que seres vivos e o ambiente mantém entre si.

Foto: Reprodução/Trilhando montanhas

O ecossistema é formada por um complexo sistema de relações que se complementam, sejam relações de animais entre si, da fauna com a flora, da flora com microrganismos, ou de seres vivos com o ambiente (solo, água ou mesmo a atmosfera), todos esses elementos são complementares e harmônicos.

Uma simples alteração em um ecossistema delimitado pode acarretar na perda de diversidade biológica de uma região inteira, por comprometimento de fatores como a cadeia alimentar, por exemplo.

Os estudos dos ecossistemas geralmente são feitos em um espaço delimitado, seja o ecossistema de um sítio ou de todo um bioma, como o da floresta Amazônica, tudo depende da dimensão proposta por eles.

*Com informações do Só biologia

‘Paisagens Sustentáveis da Amazônia’: Projeto foca no uso sustentável de recursos naturais e recuperação dos ecossistemas amazônicos

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‘Paisagens Sustentáveis da Amazônia’ é voltado para proteção da biodiversidade por meio de políticas e ações de promoção do uso sustentável da floresta amazônica

O ‘Paisagens Sustentáveis da Amazônia‘ (ASL, sigla em inglês) é uma iniciativa voltada para a conservação florestal, para o uso sustentável de recursos naturais e recuperação de ecossistemas aplicados ao Sistema de Áreas Protegidas da Amazônia. Políticas públicas e planos para proteção e recuperação de vegetação nativa, coordenação de projetos, capacitação e cooperação regional também estão no escopo do programa que, no Pará, tem na liderança da implementação do projeto a Semas e o Ideflor-Bio, em parceria com a Emater e o Museu Emílio Goeldi. 

O projeto está na segunda etapa, a missão Técnica de Supervisão do Projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia (ASL, sigla em inglês), que inclui visitas técnicas de campo (entre 7 e 9 de novembro), no município de Santarém.

As ações de supervisão de campo em Santarém contarão com a participação de 40 pessoas, em grupo também formado por equipes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), Serviço Florestal Brasileiro, Fundação Getulio Vargas (FGV), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater-PA), além de secretarias estaduais dos estados do Amazonas, Acre e Rondônia.

Foto: Reprodução/Semas PA

Entre as diversas ações do projeto está o fomento à análise do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e Elaboração de Projeto de Recomposição de Áreas Degradadas e Alteradas (PRADAS). Essas ações contam com análise de CAR na APA Triunfo do Xingu, em são Félix do Xingu e Altamira onde encontra-se a APA, que através do Projeto já garantiu análise de mais 3.500 cadastros. 

O projeto também entregou computadores, impressoras e GPSs a secretarias municipais de meio ambiente de São Félix do Xingu e Altamira, para trabalharem na análise e validação do CAR, bem como na gestão ambiental nos dois municípios. Para a realização das ações o projeto fomenta a capacitação em PRADAS, veículos, equipamentos como drones, computadores e GPS.

“As atividades implementadas pelo Paisagens Sustentáveis da Amazônia estão alinhadas com as ações dos Programas Regulariza Pará e Territórios Sustentáveis, componentes do Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA). O ASL em sua primeira fase contribuiu para estruturar o ambiente atual de resultados exitosos de implementação dos instrumentos do código florestal. Nesta segunda fase do projeto que inicia em 2024 temos avanços consolidados de efetivação das metas e objetivos estabelecidos pelos planos estaduais conduzidos pela Semas e, mais uma vez, o projeto ASL poderá contribuir com essa evolução”,

declara o secretário adjunto de Gestão e Regularidade Ambiental da Semas, Rodolpho Zahluth Bastos.

“O projeto ASL é fundamental para operacionalizar ações estratégicas planejadas na Semas, principalmente aplicadas a regularização de imóveis rurais e restauração florestal, onde apresenta ao longo dos últimos três anos resultados consideráveis no estado. Ao iniciar uma segunda fase o projeto direciona ações fundamentais para a regularização ambiental, a restauração florestal em diversos territórios e inclui ações em áreas de acordos comunitários de pesca formalizados na secretaria”, explica o assessor técnico da Secretaria Adjunta de Regularidade Ambiental, Luiz Edinelson. 

Foto: Reprodução/Semas PA

A delegação da Sema irá visitar áreas onde são implementadas iniciativas de regularização ambiental, restauração florestal e atividades sustentáveis que são apoiadas de forma direta e indireta pelo projeto.

Cerca de R$ 34 milhões são destinados para proteção territorial de terras indígenas do Acre

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Projeto de Gestão Territorial foi assinado na aldeia Puyanawa, em Mâncio Lima. Recurso do Fundo Amazônia deve beneficiar 11 comunidades.

As ministras do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, desembarcaram no aeroporto de Cruzeiro do Sul, e seguiram rumo a Mâncio Lima, no Acre, para o lançamento de um projeto de Gestão Territorial na aldeia indígena Puyanawa, que deve beneficiar pelo menos 11 comunidades tradicionais.

As ministras chegaram acompanhadas da diretora do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Tereza Campello, e representantes da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

Foto: Rayza Lima/Rede Amazônica

O projeto, segundo Marina, foi apresentado por meio de uma articulação do povo Ashaninka, que se trata de uma associação que representa os povos indígenas, e que vai beneficiar comunidades locais. 

O recurso de R$ 34 milhões será disponibilizado através do Fundo Amazônia. Ainda de acordo com ela, o projeto apresentado pelas populações indígenas já foi aprovado pelo governo do presidente Lula. 

“O Fundo Amazônia foi criado para ajudar a proteger as populações tradicionais, os povos indígenas, proteger a floresta, gerar emprego e renda e melhorar a vida das pessoas e esse é um trabalho que está sendo retomado pelo governo do presidente Lula. Nós estamos aqui recuperando o tempo perdido de 4 anos em que o Fundo Amazônia ficou parado. A proposta do governo federal é continuar trabalhando com os governos dos estados, independente de quem votou, deixou de votar, o presidente Lula tem um olhar abrangente para o interesse da população”, disse.

A ministra Sônia Guajajara também celebrou a conquista e disse que o momento é de retomada de iniciativas que, de acordo com ela, foram paralisadas.

“Retomamos esse ano a Política Nacional de Gestão Ambiental e Territorial das Terras Indígenas, o BNDES agora por meio do Fundo Amazônia também vai fortalecer essas iniciativas de uma política nacional, e vamos avançar com a demarcação das terras, com a proteção dos territórios, com o combate ao desmatamento, com a segurança dos indígenas nos territórios e um projeto como esse na região só vem a somar para esse fortalecimento das comunidades e proteção do meio ambiente”,

frisou.

O lançamento ocorreu na terra indígena do município acreano. O termo para execução do projeto, assinado pelas autoridades, será financiado pelo BNDES. A diretora do banco, Tereza Campello, destacou que este é o primeiro em grande escala.

“Então para nós ele vai ser muito representativo. Não é um projeto pequeno, é muito robusto, integrado e acho que vai ser referência para o que vamos fazer na pauta indígena daqui para frente, com escala, com muita tecnologia, garantindo integração, desenvolvimento, gerando renda. Agora isso não é só para as comunidades indígenas, mas garantir desenvolvimento sustentável vai ser bom para toda a Amazônia, vai ser bom para todo o Brasil e para o mundo”, disse.

A iniciativa também conta com parceria da Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (Opirj) e é voltada para o desenvolvimento sustentável e preservação ambiental nas comunidades indígenas e extrativistas na região do Juruá. 

Biopirataria

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Termo define ‘roubo’ de recursos biológicos e de conhecimentos ancestrais. 

Foto: LobodaPhoto/istock

A biopirataria é a apropriação, exploração, manipulação, exportação e/ou comercialização de recursos biológicos ou conhecimentos em desacordo com as normas da Convenção sobre Diversidade Biológica de 1992.

O termo se refere desde o contrabando de espécies da flora e da fauna até o desmatamento de madeira e apropriação de conhecimentos tradicionais sem repassar os lucros. Empresas patenteiam processos ou mesmo espécies vegetais e animais com objetivo único de favorecer o lucro, explorando, muitas vezes de forma ilegal, os recursos naturais.

A Amazônia é alvo constante da biopirataria, principalmente por conta de sua vasta fauna e flora, com artigos que são valorizados tanto por sua raridade quanto por sua utilidade, sejam plantas medicinais, alimentos regionais ou animais que não podem ser encontrados em outros locais.

*Com informações do Ambiente Brasil e IPHAN

Biodiversidade

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Termo descreve toda a riqueza de espécies do mundo natural.

Foto: Reprodução/Fapeam

Biodiversidade é um termo que faz referência a todas as espécies, de todos os seres vivos existentes, sejam plantas, animais, microrganismos, dentre outros. 

A interação entre essas diferentes espécies é o que permite a manutenção da vida na Terra, com aquilo que se chama de ciclo natural. 

Normalmente, uma espécie depende de outras para sobreviver, seja como alimento ou por conta de algum recurso produzido, como no caso das plantas que fornecem oxigênio para a atmosfera, indispensável para a sobrevivência animal. 

*Com informações do Greenpeace

Conheça os tamanduaís, os menores tamanduás do mundo

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As espécies desse gênero de tamanduá pigmeu pesam apenas 300 gramas.

Um animal que, apesar de seu carisma, dificilmente será observado por conta de seus costumes. Esses são os tamanduaís, considerados as menores espécies de tamanduá do mundo. Seus hábitos noturnos, falta de vocalização, moradia na copa das árvores e tamanho diminuto fazem com que seu vislumbre seja raridade mesmo entre os pesquisadores que trabalham diretamente com eles, já que passam o dia enrolados em forma de bola, nas sombras das copas de árvores.

Esse pequeno animal vive em áreas que compreendem as florestas tropicais da América Central e América do Sul, tendo populações difundidas na Bacia Amazônica e, também, nos resquícios da Mata Atlântica. 

Foto: Flávia Miranda/RedList

O tamanduaí é identificado como um tamanduá pigmeu por ter apenas cerca de 35 centímetros de corpo e pesar 300 gramas. Sua principal forma de alimentação são as formigas, já que ainda não foram encontrados registros desses animais consumindo cupins.

Recentemente, foi descoberto que o tamanduaí não é apenas uma espécie dentro de um gênero, mas um gênero (Cyclopes) que compreende diversas espécies, que se diferem especialmente em nível molecular. 

Segundo a pesquisa ‘Taxonomic review of the genus Cyclopes Gray, 1821 (Xenarthra: Pilosa), with the revalidation and description of new species’ (Revisão taxonômica do gênero Cyclopes Gray, 1821 (Xenarthra: Pilosa), com revalidação e descrição de novas espécies, em tradução livre) – não haviam diferenciações aparentes suficientes para sustentar a hipótese de diferentes espécies dentro do gênero, no entanto, graças a técnicas da biologia molecular, foi possível a identificação de seis novas espécies do animal. 

Foto: Flávia Miranda/RedList

*Com informações da Agência FAPESP

Pesquisa aponta que cidades da Amazônia estarão entre as mais quentes do mundo em 2050

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Paulo Artaxo afirma que cidades da região amazônica e também do Nordeste brasileiro podem sofrer um aumento de até 4,5°C em sua temperatura média.

Uma pesquisa realizada pela ONG Carbon Plan, em conjunto com o jornal The Washington Post, investigou o dano potencial que o calor pode causar ao planeta a longo prazo. No estudo foi previsto quais serão as cidades mais quentes até o ano de 2050.

A ONG evidencia a perspectiva de que, em cerca de 30 anos, aproximadamente 5 bilhões de pessoas estarão expostas a, pelo menos, um mês de calor prejudicial à saúde humana. A análise foi feita por meio de uma escala que combinou temperatura, umidade, luminosidade solar e vento e que determinou que 32° Celsius é a condição limite para a saúde do indivíduo. Eles reforçam que essa condição é nociva até mesmo para um adulto saudável, caso exposto por mais de 15 minutos, e pode ser responsável pelo aumento da morte de pessoas em consequência de altas temperaturas.

Homem bebendo água no calor de Manaus. Foto: Rede Amazônica

Paulo Artaxo, professor do Departamento de Física Aplicada do Instituto de Física da Universidade de São Paulo, analisou o estudo e comentou:

“Essas hipóteses levantadas podem se tornar realidade. Eles têm base física, base científica e só reforçam a necessidade urgente da redução de emissões de gases de efeito estufa, que é a única maneira que nós temos de evitar um colapso do sistema climático”.

 Consequências do superaquecimento

As mudanças climáticas estão associadas, no geral, a desastres como queimadas e enchentes. Entretanto, os perigos do calor extremo são mais silenciosos e menos visuais — pessoas morrem nas ruas, outras adquirem doenças cardíacas e mentais por consequência dessa conjuntura. “Com as emissões atuais, a temperatura deve chegar, na segunda parte deste século, em 3° Celsius de média global, o que significa, em áreas continentais, como o Nordeste brasileiro ou a Amazônia, um aumento da ordem de 4° a 4,5º“, garante o professor.

Leia também: Calor extremo: Manaus deve ficar entre cidades mais quentes do mundo em 2050, aponta estudo

As métricas mais populares avaliam apenas a temperatura e a umidade, o que auxilia na explicação de como o corpo trabalha para controlar sua temperatura. Em contraponto, a temperatura de bulbo úmido analisa a influência do Sol e do vento na capacidade das pessoas em se resfriar.

De acordo com o levantamento, a temperatura absoluta não é tudo. Portanto, é levado em conta o aumento repentino da temperatura, pois isso ameaça a capacidade dos indivíduos em lidar com a situação, mesmo nos lugares que já são quentes. Artaxo garante que as áreas mais atingidas pelo aquecimento global serão as que já viviam no limiar de temperaturas perigosas, antes da intensificação dos eventos climáticos.

Um estudo da revista Lancet Planetary Health, publicado em 2021, apontou que ocorrem cerca de meio milhão de mortes ao redor do planeta devido ao calor excessivo e o número de pessoas acometidas por doenças crônicas desencadeadas por esse contexto está em crescimento.

Desigualdade no aquecimento global

Essa epidemia de calor, apesar de representar uma das maiores ameaças à humanidade, não irá afetar o mundo de maneira uniforme, segundo a pesquisa. Eles assumem que 80% da população afetada pelo calor extremo será de países mais pobres, enquanto apenas 2% viverá nas localidades mais ricas do mundo. Isso ocorrerá em regiões como o Sul da Ásia e a África Subsaariana, em virtude de sua localização e de questões socioeconômicas que dificultam o enfrentamento dos problemas climáticos. A falta de um sistema de saúde de qualidade ou de produtos, tal qual ar condicionado, são fatores essenciais para essa realidade. 

Foto: Tumisu via Pixabay/CC0

Além disso, vale destacar que os trabalhadores ao ar livre, os mais afetados, costumam estar mais presentes nos países de maior risco. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), enquanto os EUA apresentam apenas 10% da força de trabalho ao ar livre, a Índia — um dos países de maior ameaça — possui 56% dela. Especialistas também ressaltam que os trabalhadores imigrantes são responsáveis por serviços mais pesados e possuem maiores demandas, ainda que seja no mesmo local de trabalho que os nativos.

A pesquisa indica algumas possíveis soluções para solucionar essa problemática. Entre elas, é destacada a mudança na legislação dos países para a melhora de vida dos trabalhadores ao ar livre, como a garantia de pausas durante o serviço ou, até mesmo, a proibição quando as temperaturas estiverem extremas. Além disso, o uso de coletes acoplados a ventiladores e de roupas brancas demonstraram reduzir a tensão do calor na pele dessa mão de obra. 

Cidades brasileiras mais quentes

Conforme o estudo, a cidade que mais sofrerá será Pekanbaru, na Indonésia, que deverá ter quase um ano de calor extremo — 344 dias. Já no Brasil, várias capitais sofrerão por, ao menos, um dia. 

“O Brasil é um dos países que mais devem sofrer com as mudanças climáticas globais, por conta de sua extensão continental e sua localização tropical. Muitas cidades brasileiras, como Teresina, Cuiabá e cidades do Agreste nordestino, já vivem no limiar da temperatura”,

ressalta.

Em números absolutos, Manaus lidera entre as capitais brasileiras, ultrapassando o limite de 32°C por 258 dias. Em sequência, fecham a lista das cinco primeiras: Belém (222), Porto Velho (218), Rio Branco (212) e Boa Vista (190).

O professor ressalta que cidades de regiões como da Amazônia, que combinam altas temperaturas com altas umidades, terão um agravante: “É perigoso para a saúde humana, porque uma das maneiras que o corpo utiliza para se resfriar é a transpiração. Se você tem umidade relativa do ar entre 70% e 80%, dificulta a evaporação da água do corpo, o que conflui para que os mecanismos de regulação térmica do corpo deixem de funcionar adequadamente”.

*O conteúdo foi originalmente publicado pelo Jornal da USP, escrito por Felipe Bueno, estagiário sob supervisão de Paulo Capuzzo e Cinderela Caldeira

Parque Yasuní, no Equador, abriga uma das maiores biodiversidades da Amazônia e do mundo

Se estendendo por mais de um milhão de hectares, o parque é a maior área protegida do Equador.

O Parque Nacional do Yasuní, localizado no leste da região amazônica, no Equador, é considerado pela UNESCO uma das regiões que abrigam a maior biodiversidade do mundo. Além de ser um importante patrimônio cultural, por abrigar diferentes nacionalidades indígenas, dentre as quais estão: os Waorani, os Kichwa, os Shuar e os grupos étnicos Tagaeri e Taromenane – os últimos grupos étnicos isolados do país.

Se estendendo por mais de um milhão de hectares, o parque é a maior área protegida do Equador, rica em vegetação tropical oriunda do bioma amazônico. A ambiência do local pode ser considerada como um verdadeiro paraíso para os pesquisadores, com a presença de onças, ariranhas, pumas e até de sapos venenosos, além, é claro, de uma riqueza de árvores vascularizadas, com um número maior de espécies do que na América do Norte em sua totalidade.

Foto: Nature Picture Library / Alamy

Cientistas presumem que a reserva pertence a uma área que ‘escapou’ do congelamento durante a última era glacial, que acabou há cerca de 10 mil anos, sendo este o principal motivo da rica biodiversidade da região, que teria se aglomerado no local fugindo dos intempéries climáticos da época. Outra razão seria o clima da floresta, já que florestas úmidas tendem a abrigar mais espécies animais do que as de clima mais seco.

A riqueza dessa região vem sendo ameaçada por uma reserva petrolífera, das maiores do país, que começou a ser explorada em 2016, após o fim de uma iniciativa proposta pelo ex-presidente Rafael Correia ao mundo. Nessa proposta, feita em 2007 na assembleia-geral da ONU, o então presidente requisitou um fundo de 3,6 bilhões de dólares para deixar a região intocada.

A exploração causou revolta em grupos da sociedade que optam pela preservação do ecossistema e levanta, até hoje, embates políticos quanto ao destino da região. 

Instituições de preservação ambiental defendem que a floresta ‘intocada’ pode representar uma riqueza econômica até maior do que a adquirida pela exploração das jazidas de petróleo, levando em consideração a riqueza da biodiversidade e o seu potencial turístico.

O parque é normalmente acessado pela cidade de Coca, que concentra um dos mais importantes centros comerciais da Amazônia equatoriana.

Assombrações no Teatro Amazonas: 4 relatos enigmáticos

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De piano assombrado à aparições inexplicáveis, os fantasmas do Teatro Amazonas ocupam o imaginário de muitos que já visitaram ou trabalharam no local. 

O Teatro Amazonas é o monumento mais icônico da cidade de Manaus (AM). Desde sua fundação, em dezembro de 1896, a construção acumula muitas histórias, que vão desde sua estrutura às pessoas que passaram por lá. Mas e se algumas dessas pessoas nunca tiverem saído do local?

Os fantasmas do Teatro Amazonas assombram o imaginário de muita gente que já visitou a histórica construção ou até mesmo quem já trabalhou por lá. Os relatos são dos mais diversos: instrumentos que tocam sozinhos, passos em andares vazios, aplausos em ensaios solitários, dentre muitos outros.

Mas todo teatro tem os seus fantasmas, sejam os encenados ou os “verdadeiros”. Em busca dessas histórias, o Portal Amazônia conversou com algumas pessoas que trabalham no local e relataram casos assombrosos que ouviram ou vivenciaram. Confira:

O homem de preto 

Foto: Christian Ortner/Pixabay

A história do ‘Homem de Preto’ foi relatada por Mercia Sales, bombeira no Teatro Amazonas. Segundo ela, no dia em que o ex-governador de Manaus, Amazonino Mendes, foi enterrado, um homem elegante trajando roupas pretas foi visto no palco principal, mesmo que não houvesse nenhum espetáculo em curso e que nenhum dos funcionários se vestisse daquela forma.

“Uma menina que trabalha na limpeza ficava falando que tinha um homem de preto com a gente, atrás da gente [de Mercia e do seu parceiro de trabalho]. Olhamos para trás e não tinha ninguém. Ela descreveu um homem bonito, com terno grande, uma roupa toda preta… Acabamos indo fazer uma ronda, para tirar as suspeitas”,

diz a bombeira. 

Apesar da averiguação, a equipe de Mercia não encontrou ninguém fora do habitual, apenas os funcionários padrões, que ficavam naquele horário no teatro, “só o pessoal da segurança, dos bombeiros e da limpeza, não tinha ninguém diferente”. 

Ainda assim, a colega de trabalho da bombeira insistiu que havia alguém, não nos corredores da construção, mas no centro do palco, tirando fotos.

“Fomos até lá, a gente puxou a cortina e não tinha ninguém. Aí a gente começou a ‘bagunçar’ [brincar] com ela. Eu ficava dizendo ‘tia, a senhora deve estar vendo coisa, a pressão não está alta?’. Mas ela insistiu tanto que fomos de novo na recepção perguntar se não era alguém da técnica do Amazonino que estava todo de preto. Vai que era alguém do enterro dele, mas não”, 

relatou Mercia.

  Mais tarde, entretanto, ao fazer a ronda no palco, algo de estranho aconteceu.

“A gente estava fazendo a ronda, quando, de repente, escutamos passos atrás da cortina. Eu e meu amigo nos abaixamos para ver. O homem estava com os pés juntinhos, de frente para a área de carga e descarga. Eu vi, puxei meu amigo e apontei, aí ele viu também. Nessa hora, corremos para a esquerda, abrimos a cortina e demos de cara com as meninas da limpeza”,

conta.

Segundo a bombeira, não apenas ela e seu amigo estavam intrigados com aquela situação, mas todos da equipe da limpeza. Ambos os grupos avistaram o homem por lados opostos, porém, quando se aproximaram, ele não estava mais lá, fazendo com que um grupo fosse ao encontro do outro.

Criança de branco 

Foto: Pheladi Shai/Pixabay

A história da bombeira é apenas um dos relatos de aparições mais recentes que intrigam os funcionários do Teatro. O mesmo aconteceu com ‘Seu Nonato’, mas o fantasma que o assustou era uma criança em vestes brancas. 

Raimundo Nonato Pereira é o servidor mais antigo do Teatro Amazonas. Com mais de 50 anos de serviço, ele já trabalhou em quase todos os cargos disponíveis: foi pedreiro, bilheteiro, segurança, assistente técnico, dentre outros. Isso o fez acumular uma grande quantidade de histórias sobre a construção. 

Inicialmente, Seu Nonato se mostrou cético quanto algumas das histórias relatadas por seus companheiros de trabalho. Ele mesmo até brinca que “seria um fantasma do Teatro um dia, puxando a orelha do pessoal”. Entretanto, ele lembra de uma situação que aconteceu com ele – e não só uma vez. 

“Eu estava na nossa sala, quando eu vejo, no palco, uma criança toda de branco, correndo na direção da portaria. Eu só fiquei olhando, mas ela não passou pelo portão”,

relembra Nonato.

Surpreendido, ele passou a correr atrás da criança, colocou até mesmo outros membros da equipe de segurança do teatro nas portas, para ver se ela não iria procurar ajuda.  

“Quando eu encontrei ela novamente, virando o corredor ela já tinha sumido. Depois disso, rodei o teatro inteiro, mas não encontrei mais nada”, diz.

Apesar da história ter ocorrido há muito tempo, segundo o próprio Nonato, mais recentemente ela foi revivida em sua memória, após uma cirurgia pela qual passou.

“Eu estava operado da vista, descansando bastante, acabei sonhando com ela, rindo e passando as mãos na minha cabeça”,

finaliza.

Em ambas histórias contadas os participantes afirmaram ter, pelo menos, um vislumbre do sobrenatural. Não é o caso do próximo relato, em que apenas o ‘som do além’ pode ser ouvido.

O piano que toca sozinho 

Foto: b0red/Pixabay

De acordo com Mateus Rodrigues, estagiário do administrativo do setor de turismo, existe uma história em específico que chamou sua atenção desde que começou a ouvir sobre as aparições do teatro. Tudo se desenrola em torno de um instrumento característico dos grandes espetáculos: um piano. 

“Antes, alguns anos atrás, tinha um piano que ficava no nosso palco. E, geralmente, segunda tudo ficava fechado, só com dois ou três funcionários e a equipe de segurança. Certo dia, numa segunda, começaram a ouvir o piano tocando”,

relata.

Em um primeiro momento, apenas o segurança que estava fazendo a ronda ouviu o som do piano e foi, sozinho, averiguar a situação. Pouco depois, um dos funcionários do setor administrativo também ouviu as notas do instrumento e resolveu ir verificar.

“Quando ele estava descendo do administrativo para o palco, ele viu o segurança correndo de volta, desesperado. Ele estava tão desesperado que nem estava conseguindo explicar. O funcionário que estava no administrativo disse ‘então fica aqui que eu vou ver quem está tocando, porque dia de segunda não pode funcionar nada”’,

conta Mateus.

Ao chegar no palco, entretanto, o som já havia cessado, e o funcionário do administrativo não encontrou ninguém, o que o deixou ainda mais intrigado. Ao retornar, encontrando novamente com o segurança, ele perguntou quem estaria tocando naquele dia em que nada deveria estar funcionando. 

Ao passo que o segurança o respondeu que não havia ninguém, o instrumento estava sendo tocado, as teclas apertadas, mas não havia ninguém tocando. 

 O rapaz de cartola

Foto: yanalya/Freepik

Outro figura masculina assombrou mais pessoas pelo teatro. Heloísa Mascarenhas, ex-guia do teatro, conta a história a respeito de um homem visto por duas pessoas em momentos diferentes. 

“Em 2018, eu trabalhava no teatro como guia de turismo e tinha um colega que sempre relatava ver um fantasma no banheiro masculino do térreo. Ele o descrevia como um rapaz de cartola, bigode e roupa no estilo clássico do século XX. Alguns de nós ficamos meio preocupados, mas nada demais, as histórias de fantasmas eram comuns no teatro. Acho que ninguém levava muito a sério, principalmente eu, que além de cética sou ateia”,

relata a ex-funcionária.

Durante algum tempo o guia, amigo de Heloisa, insistia que via o fantasma, entretanto, por ser o único que teria tido esse contato sobrenatural, acabava desacreditado ou visto como brincalhão.

“Até que um dia, um visitante que já tinha feito a visita guiada completa, decidiu voltar e pediu pra usar o banheiro. Menos de um minuto depois da gente liberar a entrada dele, o mesmo retornou, nervoso e apressado. Perguntamos o que tinha acontecido e ele demorou para falar, até que finalmente relatou o que tinha visto: dentro do banheiro, um rapaz de cartola, bigode e traje esporte fino, exatamente do mesmo jeito que o meu amigo descrevia. Claro que todos ficaram extremamente catatônicos, mas tivemos que ‘manter a linha’ pra conseguir dar suporte e atenção para o rapaz”,

revela Mascarenhas.

Quer se acredite em fantasmas ou não, os mistérios que compõem o maior símbolo arquitetônico do Amazonas são inúmeros e há ainda muito o que ser descoberto, daquilo que pode ser visto ou do que se esconde além. Você também tem histórias fantasmagóricas no teatro? 

*Estagiário sob supervisão de Clarissa Bacellar

Nova espécie de peixe do gênero Loricaria é encontrada na bacia do alto Rio Amazonas, na Colômbia

A pesquisa aponta que o estudo de áreas da bacia do alto rio Amazonas, incluindo diversas áreas remotas na Bolívia, Colômbia, Equador e Peru, poderiam abrigar ainda mais espécies, sobretudo por serem áreas de difícil acesso.

Uma nova espécie de peixe do gênero Loricaria, popularmente conhecidos como cascudos, foi identificada no alto Rio Amazonas, no território da Colômbia. Apelidado de Loricaria nimairaco, é diferente de seus companheiros de gênero, pois este peixe possui uma mancha preta ou marrom escura que se estende da cabeça a barbatana dorsal, placas abdominais firmemente unidas e cobrindo completamente o espaço abdominal mediano e a cintura peitoral. As barbatanas peitorais e dorsais são totalmente pretas ou castanhas escuras, sem bandas, manchas ou nódoas. 

Loricaria, o gênero ao qual essa nova espécie pertence, é composto por peixes neotropicais, categoria que contém o maior número conhecido de espécies de peixes de água fresca, e têm como principais características um longo e achatado pedúnculo (estrutura de ligação anatômica) caudal, a ausência de uma barbatana adiposa (estrutura que normalmente dá rigidez e pode ser utilizada para a defesa), presença de papilas longas e delgadas (filiformes) nos lábios superior e inferior, e baixo número de dentes pré-maxilares bicúspides (geralmente 3-4 por lado) que são duas vezes o comprimento dos dentes dentários.

Foto: Reprodução/Gabriel Cortés

Além dessas diferenciações, outra característica percebida foi a diferença nas medidas dessa espécie em relação às outras desse gênero. Essas medidas foram coletadas com um paquímetro digital e incluídas em tabelas como porcentagens do comprimento padrão ou da cabeça. 

Com a descoberta o gênero inclui 18 espécies validadas, que se distribuem, principalmente, na Amazônia, Orinoco, Paraguai, Paraná e pequenas drenagens costeiras da Guiana e do Brasil. 

A pesquisa aponta, entretanto, que o estudo de áreas da bacia do alto rio Amazonas, incluindo diversas áreas remotas na Bolívia, Colômbia, Equador e Peru, poderiam abrigar ainda mais espécies, sobretudo por serem áreas de difícil acesso.

O artigo completo foi publicado na revista científica SciELO e pode ser acessado aqui.

*Estagiário sob supervisão de Clarissa Bacellar