Binho Ribeiro, Rafa Mon e Sebá Tapajós foram convidados para expressar suas respectivas em relações com a Amazônia, a partir do últimos dados divulgados pelo Governo Federal, que mostra o aumento no desmatamento da floresta, chegando ao patamar de 7.900 km² de área derrubada, o equivalente a cinco vezes a área da capital paulista.
A ação, que utiliza a arte como forma de pedir reflexão e engajamento para a conservação da Amazônia, tem movimentado o Beco do Batman, na Vila Madalena, em São Paulo. O espaço é referência para o grafite paulistano há mais de 30 anos e foi lá que três ‘grafiteiros’ brasileiros registraram sua paixão pela Amazônia.
Entre os artistas que construíram a pintura está Binho Ribeiro, que falou sobre como é necessária a conscientização da preservação da Amazônia. “Fazer essa obra tão especial é mostrar não só para nós, mas para todos a mensagem da importância que é cuidar desse espaço. São Paulo é a atual referência mundial de arte urbana, e com isso dialogamos com o mundo inteiro através dessa arte“, conta.
Além de Binho, a artista Rafa Mon lembra que a inspiração começou quando foi convidada para um imersão da WWF sobre desmatamento na Amazônia. “A agencia Mutato me convidou para passar um dia com o WWF em São Paulo, ao lado de mais 16 pessoas, para aprendermos, entendermos e tentarmos achar soluções sobre o desmatamento na Amazônia. Neste dia em grupo, tive a ideia de representarmos Amazônia na cidade grande através do graffiti. Quis trazer para o dia dia da cidade a ideia desse coração que pulsa por socorro e atenção”, conta Rafa Mon.
Um amazônida também fez parte da ação. O paraense Sebá Tapajós lembra que é do homem o papel de integrar e amar a floresta. “A ideia é mostrar que esse coração que pulsa cor e inspiração também clama por liberdade. E se conecta à biodiversidade de maneira generosa e farta, mas pedindo consciência, respeito e amor à Amazônia. A interação do homem deve ser integrada e amorosa, sem invadir ou deixar rastros que comprometam a vida e o futuro dessa potência tão significativa que é nossa”, disse.
Para Gabriela Yamaguchi, diretora de Engajamento do WWF-Brasil, a pintura lembra a Amazônia em suas cores e formas. “Como trazer a floresta e os rios para as grandes cidades, dentro e fora da própria Amazônia? Todos nós, de alguma maneira, estamos conectados à Amazônia, nos inspiramos nela e dependemos dela. Com a ação, queremos evidenciar a conexão entre as cidades e os ambientes naturais. Proteger a maior floresta tropical contínua e a maior bacia de água doce do mundo é proteger a vida; é também proteger a todos nós”, explica Gabriela.
Até fevereiro de 2019, quem passar pelo Beco do Batman, Vila Madalena, em São Paulo, terá a oportunidade de conferir a obra.