Segundo da PM, suspeita-se de que o crime tenha sido praticado por venezuelanos, por isso a revolta de alguns moradores. Até o momento não há informações de pessoas feridas. Durantes os protestos, a rodovia BR-174, que liga os dois países chegou a ser bloqueada.
Em entrevista ao G1 Roraima, o vigilante e um dos organizadores do ato, Wandenberg Ribeiro Costa, contou que cerca de mil moradores de Pacaraima participaram do protesto e que todos os venezuelanos que viviam pelas ruas da cidade foram expulsos de onde estavam, ainda afirmou que o ato dos moradores foi motivado pela insegurança causada pela imigração na fronteira, e o assalto ao comerciante teria sido o estopim para a revolta da população contra os venezuelanos.
“Expulsamos todos os venezuelanos e vamos manter a entrada da cidade fechada até que tenhamos uma solução para o problema. Queremos que se tenha um controle rígido de entrada na fronteira e que seja estipulado um horário para circulação de pessoas que fazem compras em Pacaraima”, disse Costa.
Em entrevista ao G1 Roraima, o comandante Policiamento do Interior (CPI), coronel Matos, disse que todo o efetivo da PM de Pacaraima foi mandado para as ruas para acompanhar o protesto e o governo do estado informou em nota que reforçou o policiamento na cidade.
A Força-Tarefa Logística Humanitária, que atua em Pacaraima, esteve contendo as manifestações de violência. Uma equipe médica também foi deslocada para o hospital da cidade para apoiar eventuais casos em consequência da manifestação.
O vigilante Wendel Pereira do Vale, morador da cidade, disse que desde cedo o clima é tenso nas ruas. Segundo ele, venezuelanos que viviam em acampamentos improvisados foram expulsos de onde estavam e tiveram seus pertences queimados pela população.
“A população de Pacaraima está revoltada. Nenhum comércio abriu hoje, os moradores foram para as ruas e expulsaram todos os venezuelanos. Houve muito corre corre”, disse.
Em entrevista à Reuters, a delegada Geral da Polícia Civil de Roraima, Giuliana Castro, disse que um grupo de 30 brasileiros que fazia compras na fronteira foi atacado por venezuelanos e precisou ser levado para um abrigo.
Vários venezuelanos se espalharam pela cidade e alguns dos expulsos das ruas e de acampamentos se abrigaram em um posto de fiscalização da Secretaria Estadual da Fazenda de Roraima (Sefaz).
Segundo a PM, o comerciante Raimundo Nonato de Oliveira, de 55 anos, que sofreu o assalto quando chegava em casa com uma familiar na noite dessa sexta-feira (17), sofreu uma lesão na cabeça possivelmente causada por uma paulada. E segundo relatos dos familiares, a suspeita era que tenha sido venezuelanos.
Em nota, a Força-Tarefa Humanitária que atua em Pacaraima divulgou a seguinte nota. Leia na íntegra.
Sobre o fato ocorrido na noite de sexta-feira, dia 17 de agosto, em que o senhor Raimundo Nonato de Oliveira, morador da cidade de Pacaraima, foi assaltado supostamente por imigrantes que estavam na cidade, a Força-Tarefa Logística Humanitária esclarece que o agredido, após ser socorrido pela equipe médica de plantão do Hospital Délio de Oliveira Tupinambá, foi evacuado para Boa Vista, chegando em uma ambulância no Hospital Geral de Roraima. Atualmente, o senhor Raimundo encontra-se em situação estável.
O fato gerou um descontentamento de alguns moradores de Pacaraima e, na manhã deste sábado, 18 de agosto, ocorreu uma manifestação com atos de violência e destruição de acampamentos de imigrantes situados em alguns locais públicos.
Órgãos de Segurança Pública buscaram conter as manifestações de violência. A Força-Tarefa deslocou parte de sua equipe médica para o Hospital Délio de Oliveira Tupinambá para apoiar eventuais casos, em consequência da manifestação.
A Força-Tarefa Logística Humanitária, composta pelas Forças Armadas e integrada por Organismos Internacionais, Organizações Não Governamentais e entidades civis, repudia atos de vandalismo e violência contra qualquer cidadão, independentemente de sua nacionalidade.
As Forças Armadas atuam em prol da sociedade brasileira, sempre disponíveis a ajudar à população em todo o território nacional.