A Fundação de Medicina Tropical (FMT/HVD) confirmou, nesta sexta-feira (15), que duas crianças foram diagnosticadas com botulismo, no Amazonas. De acordo com o infectologista da FMT, Antonio Magela, a doença é rara e pode levar a vítima, rapidamente, de uma situação de total saúde para uma situação de morte.
Magela informou que a primeira criança diagnosticada com a doença foi internada da Fundação, no final do ano passado. O segundo caso é de uma criança indígena, de São Gabriel da Cachoeira, que foi internada na FMT com quadro clínico compatível com botulismo.
O infectologista explica que o botulismo é uma doença grave, de transmissão alimentar. “É uma bactéria que produz uma toxina que faz uma impregnação do sistema nervoso central e que pode levar a pessoa rapidamente de uma situação de total saúde para uma situação de morte”, disse.
As duas crianças, de 5 e 4 anos, diagnosticadas no Estado com a doença já receberam alta. Conforme Magela, foi feito o soro e elas sobreviveram sem nenhuma sequela.
Alimentos enlatados são risco
O infectologista Antonio Magela explica que a doença é produzida pela intoxicação da toxina de uma bactéria, de nome científico Clostridium botulinum, que se reproduz em ambientes onde não há circulação de ar, ou seja, sem oxigênio, principalmente em alimentos enlatados.
“As pessoas devem atentar se for consumir um alimento que esteja com cheiro diferente, com uma coloração diferente, ou que foram consumir alimentos enlatados que as latas estejam estufadas, deve ser descartado imediatamente porque há sempre o risco de ter a presença daquela bateria”, orientou Magela.
O botulismo, ainda conforme o infectologista, é potencialmente letal para a espécie humana. Um dos sintomas é a paralisia, que começa no rosto e vai descendo para os membros, chamada de paralisia descendente. A doença também pode apresentar fraqueza muscular.
Magela orienta que, aos primeiros sinais do botulismo, o paciente que tenha ingerido alimento suspeito antes deve procurar atendimento médico, porque o tempo para fazer a antitoxina é curto, e ela encontra-se disponível na rede pública.
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