‘Sem tradição, o folclore morre’: documentário resgata memórias de José Nogueira, mestre em danças folclóricas

A obra conta as memórias de José Gomes Nogueira, professor, conhecedor de diversos tipos de danças e que é considerado mestre em danças folclóricas por sempre pesquisar sobre o tema

Com o objetivo de registrar o trabalho de um ícone do folclore no Amazonas, conhecido como Professor Nogueira, o produtor audiovisual Adson Queiroz está produzindo o documentário “Sem a tradição, o folclore morre”.

A obra conta as memórias de José Gomes Nogueira, professor, conhecedor de diversos tipos de danças e que é considerado mestre em danças folclóricas por sempre pesquisar sobre e ter base para falar do assunto.

Foto: Divulgação

O documentário é um projeto contemplado no Prêmio Manaus Conexões Culturais, que por meio da Lei Aldir Blanc, tem o objetivo de contribuir com os artistas de diversos segmentos, prejudicados devido à pandemia. Adson Queiroz, que é também o diretor do documentário, conta que já conhecia o professor Nogueira e já tinha vontade de produzir um material a seu respeito.

” Eu conheço o professor há anos, sou morador do bairro do São Raimundo, assim como ele. Vi o seu potencial, vi seu talento, e a sua influência, conhecimento e domínio em relação ao folclore. Eu, como amo cultura, arte, cinema, sempre tive vontade de produzir um material para que as pesquisas sobre as danças folclóricas, que ele desenvolveu, pudessem permanecer. E com esse projeto contemplado, pude enfim, realizar esse trabalho.”, expressou Queiroz.

As gravações iniciaram na última quinta-feira (3), com uma equipe de produção que captou cada detalhe da história do professor Nogueira. “Como todo trabalho, tivemos nossa pré-produção, execução e estamos tendo a pós-produção. Gravar com o Nogueira é simplesmente encantador, ele é um ícone. Um minuto de conversa, você se encanta com tanto conhecimento, exatidão e verdade. O local da gravação foi na casa do próprio. E por questão de segurança, dele e de todos, nós gravamos com uma equipe reduzida, cumprindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), de distância de pelo menos 2 metros dele, higienização do local e das mãos, uso do álcool em gel e das máscaras.”, explicou.

Foto: Divulgação

O homenageado

José Gomes Nogueira, tem 72 anos, e é morador do bairro de São Raimundo. Iniciou sua carreira com um desafio lhe dado, onde teria que reproduzir uma dança Gaúcha, em 1975. Como obteve êxito, logo, foi convidado para dar aulas, fazer apresentações e colaborar no famoso Festival Folclórico na Escola Estadual Marquês de Santa Cruz. Para o homenageado, o documentário é uma maneira de preservar e contribuir com novas pesquisas.

“Eu não me vanglorio por isso. Acredito que esse material vai servir para contribuir com novas pesquisas. Eu quero que os jovens tenham onde procurar referência sobre as danças folclóricas.”, disse o professor.

Todo o conhecimento de Nogueira foi adquirido com muita pesquisa. “Eu sempre busquei reproduzir as danças de maneira exata, como ela é, sem perder a essência dela. Eu tinha medo de fazer algo e parecer que eu estivesse inventando. Por isso, eu pesquisava, assistia, gravava, estudava para poder reproduzir de maneira correta.”, informou.

Hoje em dia, pouco se vê manifestações artísticas voltadas para o folclore, e o professor Nogueira lamenta que os jovens da nova geração não tenham tanto interesse quanto os de seu tempo. ” Eu cheguei a ser convidado para retomar as atividades na escola. Mas poucos foram os alunos que, de verdade, queriam participar.”, disse o artista.

Um presente para a Comunidade

Com o documentário, as pessoas poderão conhecer o trabalho desse artista que tanto se dedicou para manter a tradição da cultura, das danças folclóricas. O material audiovisual garante contar a história desse ícone, além de ter acesso a registros exclusivos, feitos por ele mesmo, em épocas de suas pesquisas. “A comunidade vai ser presenteada com uma dose significativa de cultura e de arte que envolve o Professor Nogueira. Acredito que isso contribui ainda mais para que a tradição permaneça, para que o trabalho que ele desenvolveu, por anos, dê frutos e mais frutos, inspirando novas gerações.”, afirmou Adson.

Fizemos um material audiovisual bem produzido, com todo cuidado visual, sonoro, e de conteúdo, porque nossa pesquisa foi direta na fonte, diretamente do professor Nogueira. A comunidade será contemplada com uma aula de folclore, além de poder conhecer uma pessoa tão importante na história da arte e da cultura de Manaus. Em breve estará disponível e todos poderão acompanhar o legado da história do professor Nogueira. 

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

IBGE divulga que Brasil tem mais de 8,5 mil localidades indígenas

Pesquisa indica que entre 2010 e 2022 a população indígena cresceu 88,9% e aponta desafios em temas como saneamento, coleta de lixo e educação.

Leia também

Publicidade