Eva (Lorena Lobato), Keithylennye (Keila Gentil) e Melina (Ane Oliveira). Três mulheres com diferentes visões sobre a vida e o amor seguem juntas em uma viagem, partindo de um cenário urbano para outro onde a natureza bruta prevalece. Esse é o mote inicial de “Para Ter Onde Ir”, primeiro longa de ficção da carreira da premiada diretora paraense Jorane Castro, que será distribuído para todo o Brasil pela O2 Play e com estreia programada para dia 10 de maio. O filme conta com incentivo do Ministério da Cultura (MinC) e do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Turismo (Setur). O valor total captado para o filme foi da ordem de R$ 1,35 milhão.
“Este é um filme de estrada sobre deslocamento, mas também uma história de busca pessoal, de questionamentos sobre para onde você vai, o que você vai deixar de legado e a que você se propõe nesta jornada”, explica Jorane.
Rodado entre abril e maio de 2015, em Belém e em parte da Amazônia Atlântica, mais especificamente no município de Salinópolis, no Pará, o filme é esteticamente influenciado pela tradição da fotografia paraense, em especial os trabalhos de Miguel Chikaoka e Luiz Braga. A fotografia do longa é assinada pelo recifense Beto Martins, o mesmo de “A História da Eternidade”, do pernambucano Camilo Cavalcante.
“Para Ter Onde Ir” tem narrativa costurada pela trilha musical, uma espécie de “radiola” jukebox. Junto a antigas pérolas do cancioneiro brega paraense, como “Amor, amor”, sucesso na voz do cantor Magno, e “Fim de Festa”, escrita pelo guitarrista Manoel Cordeiro, que trabalhou com Beto Barbosa e Alípio Martins, entre outros, a seleção de músicas conta ainda com participações de Lia Sophia, Felipe Cordeiro, além de faixas originais.
A música cantada pela personagem Keithylennye na aparelhagem foi uma colaboração de Marcos Maderito e DJ Waldo Squash, da Gang do Eletro. A supervisão musical do filme é assinada por Marcel Arêde, produtor da nova cena musical paraense. O som direto é de Márcio Câmara (“Cinema Aspirina e Urubus”, de Marcelo Gomes e “Peões” de Eduardo Coutinho, entre outros) e o desenho de som ficou a cargo de Edson Secco (dos longas “Vaticano”, de Walter Salles e “Transeunte” de Eryk Rocha).
A direção de arte foi concebida pelo paraense Rui Santa-Helena – que também fez “Ribeirinhos do asfalto”, filme de Jorane Castro premiado com a melhor direção de arte no 39º Festival de Gramado. As filmagens mobilizaram uma equipe em torno de 60 pessoas. “Usamos de dez a 15 carros e chegamos a nos deslocar 35 km da base por dia. Encaramos contratempos de clima e longas distâncias, optando por filmar na luz de inverno amazônico, que é uma luz muito especial, difusa e clara. Cerca de 90% da equipe é inteiramente do Pará”, ressalta a diretora.
O paraense radicado em Recife, Ofir Figueiredo, sócio da Rec Produtores Associados, é o produtor executivo do filme. Produzido pela Cabocla Filmes, de Belém, em coprodução com a REC Produtores Associados, do Recife.