A galeria, localizada no Largo de São Sebastião, no Centro de Manaus, reúne conteúdos históricos do ambiente cultural, raízes indígenas e percepções artísticas sobre o fluxo da vida na Amazônia.
Em comemoração aos 17 anos da Galeria do Largo, celebrados em 4 de outubro, o Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, anuncia a abertura de três novas exposições artísticas gratuitas para o público.
A galeria, localizada no Largo de São Sebastião, no Centro de Manaus, reúne conteúdos históricos do ambiente cultural, raízes indígenas e percepções artísticas sobre o fluxo da vida na Amazônia
Entram em cartaz no dia 11 de novembro, às 19h, as exposições: ‘Bisignólio’, da artista Helen Rossy, com curadoria de Cleia Viana; e ‘Yurupari’, do artista/curador Denilson Baniwa.
No dia 25 de novembro, às 19h, a Galeria das Artes recebe a exposição ‘Beiradão em Brasa’, do artista Anderson Brasa, com curadoria de Cristovão Coutinho.
Com exceção das datas de inauguração de mostras, a Galeria está aberta ao público de 15h às 20h, de terça-feira a domingo.
Memorial digital
Outra novidade preparada para o aniversário do espaço é o ‘Memorial Digital da Galeria do Largo’, com 242 páginas de registros históricos e artísticos do período de 2005 a 2022. Para ter acesso ao material, basta solicitá-lo pelo e-mail galeriadolargo@cultura.am.gov.br.
“O Centro de Artes Visuais Galeria do Largo foi criado para receber exposições de diferentes artistas, da capital e interior, relacionados às artes visuais, englobando a arte clássica, urbana e contemporânea. Para nós é uma alegria comemorar essa data, que mostra que nossas manifestações artísticas estão cada vez mais fortes e consolidadas”, afirma Candido Jeremias, secretário em exercício da pasta.
Exposições diferenciadas
O diretor da Galeria do Largo, Cristovão Coutinho, assinala que as exposições a serem abertas neste mês têm como processo criativo as fotografias, pintura e outros objetos esculturais da arte contemporânea.
“Em relação a uma produção contemporânea, são artistas ligados ao artivismo (arte + ativismo) indígena e ao ambiente cultural amazônico, que se expressam por meio dessas criações artísticas”,
explica o diretor da Galeria.
Inédita, a exposição ‘Bisignólio’ fica em cartaz na Galeria até 12 de fevereiro de 2023. Na mostra com obras da artista Helen Rossy, sob curadoria de Cleia Viana, a arte ganha vida por meio de suas mãos habilidosas em arrebatar dos “troncos mortos”, esculturas que povoam o imaginário de uma artista apaixonada pela natureza e profunda observadora dos ciclos dos rios.
‘Yurupari 2022’, com curadoria de Denilson Baniwa, enfoca duas entidades importantes na proteção das florestas e biodiversidade, o Jurupari e a Kipaé. O Jurupari, na forma do grande líder anticolonial Cunhambebe, e a Kipaé, na forma de arauto antiextinção humana. A mostra é uma ode aos conhecimentos indígenas que podem ensinar como viver num mundo em declínio.
“Para os povos originários, estas entidades são importantes meios de comunicação entre o físico e o metafísico. Para os brasileiros, não passam de lendas e histórias para dormir ou assustar, e essa é uma problemática advinda da colonização brasileira”, reflete Denilson.
Além dessas exposições, no dia 25 de novembro, ocorre a abertura de ‘Beiradão em Brasa’, do artista Anderson Brasa, com curadoria de Cristovão Coutinho, que aborda temáticas históricas da “Manaus Moderna” e retrata o cidadão manauara como um ser híbrido dependente da terra e água, como é visto na maioria dos cenários locais.
A mostra também é inédita e permanece em exposição até 23 de março de 2023.
A Galeria
O Centro de Artes Visuais Galeria do Largo foi inaugurado no dia 4 de novembro de 2005, durante o 2° Amazonas Film Festival. Na ocasião, o local recebeu uma exposição de cartazes de filmes marcantes da História do cinema nacional.
No passado, a Galeria do Largo foi residência de políticos do Amazonas, como o governador Danilo Duarte de Mattos Areosa (1921-1983) e do secretário de Fazenda, Justiça e Planejamento, e procurador-Geral, Newton de Menezes Vieiralves (1918-2002). Atualmente, por meio de exposições, mostras e conteúdos, a Galeria carrega a nobre responsabilidade de manter viva a cultura amazonense.