Tucaninhos, os parentes distantes dos tucanos que também habitam a Amazônia

Presentes na Amazônia Legal e Internacional, as espécies possuem comportamentos parecidos, mas vivem em áreas diferentes da região.

Os tucanos (Ramphastos toco) são considerados um dos pássaros mais famosos quando se fala da fauna brasileira. Os tucanuçu medem cerca de 61 centímetros e ganham destaque com sua coloração, mas principalmente pelo seu longo bico amarelo e laranja que pode atingir até 22 centímetros de comprimento. Independente da prática de observação de pássaros (birdwatching), o tucano é facilmente identificado.

E ele possui um parente distante pouco conhecido: o tucaninho, que pertence à mesma linhagem Ramphastidae. No Brasil, existem 33 espécies de representantes desta família, sendo 21 tucaninhos só na Amazônia Legal e Internacional. Entre os 21 tucaninhos da Amazônia, existem o tucaninho verde e o tucaninho de nariz amarelo. A principal diferença entre essas espécies está na distribuição geográfica.

Portal Amazônia conversou sobre as espécies com o biólogo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Reynier Omena, especialista em fauna silvestre e turismo ornitológico.

Tucaninho verde. Foto: Lorenzo Calcaño/Macaulay Library

A família Ramphastidae agrupa todos os tucanos, araçaris e saripocas. Os ranfastídeos vivem em bandos e forrageiam sobre a copa das árvores e utilizam o oco de árvores vivas ou mortas, onde depositam seus ovos e criam os filhotes.

Na família existem duas espécies que são ranfastídeos de tamanho menor que os tucanos. O seu tamanho é algo que ganha destaque, já que o tucaninho-verde (Aulacorhynchus whitelianus) e o tucaninho-de-nariz-amarelo (Aulacorhynchus atrogularis) atingem 31,5 centímetros de comprimento. 

“Basicamente a alimentação dos dois tucanos é a mesma. Tanto os tucanos, os tucaninhos, os araçaris e saripocas, se alimentam de frutos e complementam a alimentação com proteína animal, pois predam ninhos de outras aves para se alimentar dos ovos ou dos filhotes. Também capturam e matam para se alimentar dos pequenos vertebrados, tais como lagartos, aves e serpentes”,

comentou o especialista.

O tucaninho-verde (Aulacorhynchus whitelianus) pode ser encontrado ao norte do Amazonas com a Venezuela, na Serra de Tapirapecó e também em Roraima. Além disso, ele também possui uma plumagem com coloração com vários tons de verde, atingindo um verde escuro nas asas. 

Ele também possui um bico preto com variações em vermelho e uma fina faixa branca entre a base do bico e a face. A alimentação do tucaninho-verde é constituída de frutos que obtém visitando diversas árvores, sendo complementada com pequenos vertebrados e invertebrados.

Já o tucaninho-de-nariz-amarelo (Aulacorhynchus atrogularis) possui uma plumagem em tom verde escuro e uma máscara negra ao redor dos olhos que se estende até a garganta. Sua distribuição se estende ao extremo oeste e norte nos estados do Acre e Rondônia.

“A semelhança é por conta da coloração predominante de ambos, verde-escuro e se assemelham também na dieta, mas diferem na coloração da cauda, das asas e na coloração da região do bico e face. A distribuição de ambos é diferente, pois não ocorrem nas mesmas regiões. Um é encontrado no extremo norte nas serras ao norte do Amazonas e Roraima, e o outro nos Andes, a oeste e norte do Acre e Rondônia”, esclareceu o doutor Reynier. 

Foto: William Price/Observation Org

O tucaninho-de-nariz-amarelo possui um bico preto e a parte superior e lateral da maxila, amarela. Na parte inferior da mandíbula, uma fina faixa branca delimita a face da mandíbula da garganta, e a parte inferior da cauda é de cor cinza escuro. 

Esse pássaro também possui duas subespécies que ocorrem nas florestas dos Andes do Leste e Norte do Peru e Norte da Bolívia. Ele se alimenta de frutos de palmeiras, pequenos vertebrados, ovos de outras aves, serpentes e aracnídeos. 

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Na terra dos Guajajara, mudas amazônicas oferecem esperança para os rios que secam

No Maranhão, o avanço da monocultura e décadas de destruição florestal provocaram uma mudança nos padrões de chuva. Pesquisadores afirmam que esse tipo de reflorestamento poderia ajudar a restaurar o equilíbrio dos ciclos da água na região.

Leia também

Publicidade