Condições precárias e acidentes frequentes prejudicam o transporte de cargas e a economia.
Uma das principais rodovias brasileiras, a BR-364, continua sendo palco de tragédias diárias. Apesar das tentativas de melhorias e investimentos na infraestrutura, a via mantém seu triste título de “rodovia da morte“, devido ao alto número de acidentes que ocorrem ao longo do seu trajeto.
Os prejuízos causados pelos acidentes na BR-364 são incalculáveis e, além das vidas perdidas e do sofrimento humano, há um impacto significativo na economia do país.
Isso porque o transporte de grãos é um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento econômico, e quando acidentes ocorrem com carretas e caminhões, há consequências diretas aos setores produtivos.
A rodovia federal é a principal de Rondônia, ligando a capital Porto Velho até a cidade de Vilhena, no extremo sul do Estado. Um dos principais trechos com problemas está em Itapuã do Oeste, onde motoristas precisam driblar buracos profundos para continuar a viagem.
A caminhoneira Ana Carolina Gomes Silva, popularmente conhecida como ‘A Tal da Loira’, comentou que as condições da principal rodovia do estado estão precárias e apresentam muitos problemas de segurança, o que causa acidentes.
“A rodovia é extensa e atravessa regiões com relevo acidentado, curvas acentuadas e trechos sem pavimentação adequada. Isso requer habilidade e atenção redobrada por parte dos condutores de caminhões, que enfrentam constantemente condições contrárias para transportar suas cargas de um ponto a outro”,
explicou.
De acordo com Ana Carolina os custos de manutenção dos caminhões também são afetados pela situação precária da rodovia. A deterioração da via, causada pelo intenso tráfego de carretas e pela falta de investimento em infraestrutura, aumenta o desgaste dos veículos.
“Os proprietários de caminhões enfrentam gastos crescentes com reparos e substituição de peças, prejudicando suas operações e dificultando a rentabilidade do negócio. Além disso, essa situação prejudica, não somente os caminhoneiros, mas também todo estado e país que depende diretamente desses profissionais para fazer a economia andar, isso porque o agro é muito forte nessa região”, esclareceu.
Além da região de Itapuã do Oeste, outro trecho com constantes reclamações de usuários é entre Vilhena e Pimenta Bueno.
Por causa da quantidade de buracos nessa parte da BR-364, motoristas falam sobre os riscos de acidentes. Para Ana Carolina, é preciso um reparo urgente ao longo de toda a rodovia.
“A BR-364, apesar de sua triste reputação, ainda pode ser transformada em uma rodovia segura e eficiente. É necessário um esforço conjunto de todas as partes envolvidas para reverter essa situação e garantir que as vidas sejam preservadas, os prejuízos reduzidos e o transporte de cargas ocorram de maneira mais segura e eficaz”, concluiu a caminhoneira.
Para Carlos Santos Freitas, outro motorista que reclama da situação da rodovia, uma solução definitiva para reduzir o número de acidentes seria a privatização e duplicação da BR.
Desde 2019 a rodovia está na lista do governo federal para ser privatizada. A empresa que tiver a concessão terá o desafio de realizar, como por exemplo, projetos que foquem em melhorias na infraestrutura da BR-364. Ao todo, são mais de 800 quilômetros “no radar” da privatização, trecho esse que compreende entre Comodoro, no Mato Grosso, e Porto Velho.
“Seria muito importante a duplicação, pois hoje a gente que dirige por essa BR nota que muitos dos acidentes acontecem por causa de ultrapassagens. Duplicar facilitaria vida dos caminhoneiros e dos motoristas de carros pequenos, de uma forma geral”,
afirma.
Restauração
Já no trecho entre Pimenta Bueno e Vilhena, o Dnit também diz estar contratando uma empresa para reparo na pista.
Mais investimentos
Segundo o Ministério dos Transportes, o orçamento destinado a rodovias de Rondônia vai quadruplicar neste ano. Serão R$ 325,8 milhões para manutenção e R$ 270,5 milhões para construção e adequação das estradas federais, que inclui a BR-364.
O Ministério informou que o processo de concessão e privatização da BR-364 já está aberto, e a rodovia de Rondônia deve ser uma das próximas a serem leiloadas.