Ribeirinhos do AM aprendem a monitorar o desmatamento da floresta usando GPS

Cerca de 60 jovens lideranças da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Uacari, a 1.540 quilômetros de Manaus, participaram de uma oficina de monitoramento participativo de desmatamento e focos de calor na floresta. A atividade faz parte do Projeto Amazonas Sustentável, uma parceria entre a Petrobras e a Fundação Amazonas Sustentável (FAS), que tem como objetivo levar ações de desenvolvimento sustentável de comunidades ribeirinhas nas bacias dos rios Solimões e Amazonas.

O treinamento aconteceu na Casa Familiar Rural do Campina, no Núcleo de Conservação e Sustentabilidade Bertha Becker, e abordou temas relacionados à conservação da mata, uso do solo, bem como a mobilização das jovens lideranças locais para conter o desmatamento. Os participantes tiveram acesso a mapas da RDS Uacari onde puderam identificar as possíveis causas dos focos de calor apresentados em imagens de satélites.

Foto: Dirce Quintino/FAS

Além disso, foi realizada uma capacitação para sete jovens que atuarão como agentes voluntários geoparticipativos. Eles vão poder contribuir no dia a dia para o monitoramento ambiental da RDS nos próximos meses. “O monitoramento participativo é uma das estratégias fundamentais de conservação. A ideia é fortalecer ainda mais o elo direto entre conservação e as comunidades, empoderando não apenas sobre a relevância da proteção das áreas, mas também de como cada um pode fazer parte dessa batalha”, explicou Andressa Lopes, analista de monitoramento da FAS.

Impacto com tecnologia

Durante a capacitação, os voluntários receberam noções sobre o uso do aparelho GPS e o preenchimento de formulários eletrônicos com dados coletados por meio de smartphones e tablets. A tecnologia foi bem recebida pelos jovens da Reserva. Entre eles Eliane de Oliveira, 18, da comunidade Bauana. Para ela, aprender a manusear o aparelho GPS foi um dos pontos altos da capacitação. “Achei muito interessante a parte onde nós aprendemos a mexer no GPS, essas coisas técnicas, porque é uma coisa muito importante que vai nos ajudar no trabalho e também em outras áreas”, disse a jovem.

Assista:

Dentro do processo, os jovens líderes também farão visitas às regiões com maiores índices de desmatamento e focos de calor para averiguar as causas do problema. Segundo os participantes, uma das principais expectativas é o maior engajamento comunitário. “Eu acho que esse projeto vai gerar um impacto nas comunidades porque nós vamos levar o que aprendemos aqui para ser aplicado lá”, pontuou Alessandro Araújo, 18, da comunidade Xibauazinho.

Nos próximos meses o acompanhamento do trabalho desenvolvido pelos agentes voluntários será feito pelo gestor da Casa Familiar Rural do Campina, Enoque Ventura, que fará um cronograma de viagens onde cada voluntário será responsável por uma área, observando a proximidade de onde eles moram e, a partir disso, coletar as informações necessárias para qualificar os dados monitorados.

As ações do Projeto Amazonas Sustentável também ocorrerão nas RDS Mamirauá, RDS Rio Negro, Área de Proteção (APA) do Rio Negro e Reserva Extrativista (Resex) Catuá-Ipixuna e, além disso, as oficinas de monitoramento ambiental levarão também capacitações na área de empreendedorismo, educação e geração de renda.

Foto: Dirce Quintino/FAS

Sobre a FAS

A FAS é uma organização não-governamental brasileira sem fins lucrativos que tem a missão de promover o desenvolvimento sustentável, a conservação ambiental e a melhoria da qualidade de vida das comunidades ribeirinhas e indígenas que vivem dentro de Unidades de Conservação do Amazonas. A atuação da FAS nas UCs recebe cooperação estratégica da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e recursos do Fundo Amazônia/BNDES, além do apoio e parceria de empresas e instituições.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Estudo internacional mostra que relação da Amazônia com a seca não é uniforme

O território tem capacidade variável de resposta à crise climática e algumas regiões parecem ter chegado ao ponto de colapso ecológico.

Leia também

Publicidade