Originária de uma árvore que chega a medir 60 metros, a castanha cresce na bacia amazônica, que além da Amazônia brasileira, também abrange a Bolívia e o Peru.
Mundialmente consumida por seu enorme poder nutricional, a castanha é um alimento que traz diversos benefícios para a saúde. Contudo, dependendo da região que você está, a castanha pode ser chamada de um desses nomes: castanha-do-Pará, castanha-do-Brasil ou castanha-da-Amazônia. Mas afinal, qual o termo correto?
A castanha é uma semente de uma árvore enorme que chega a medir 60 metros, conhecida como castanheira. Ela cresce na bacia amazônica, que além da Amazônia brasileira, abrange a Bolívia e o Peru.
Apelidada de brazil nut fora do país, os estrangeiros tentaram fazer com a castanha algo similar com o que fizeram com a borracha: exportar suas sementes para plantar fora.
Contudo, o plano não foi bem sucedido porque, para ser produzida em grande escala, a planta precisa de insetos polinizadores, de um gênero específico de abelhas que é endêmico da Amazônia, ou seja, só existe aqui.
Márcio da Cunha, presidente da Jutica (marca especializada em produtos da região amazônica, como a castanha), comenta como surgiu o termo castanha-do-pará:
“O nome ‘castanha-do-pará’ surgiu no Brasil para identificar a castanha, há mais ou menos uns 50 anos, porque o Estado do Pará foi o primeiro a exportar a castanha para os outros Estados brasileiros. Então, por lá, toda castanha descia de Manaus (AM), do Acre e ia até Belém e a partir de Belém ia para o restante do país. Foram os primeiros a exportar essa castanha e daí o porque de ter ficado conhecida assim”,
explica.
Ele complementa que, quando a castanha passou a ser exportada para fora do país, recebeu o nome de castanha-do-brasil, para identificar o país de origem para o exterior.
Com o passar dos anos, o Estados do Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima e Amapá se tornaram referências na produção e o Amazonas, por exemplo passou a produzir mais castanha que o Pará.
Com isso, surge a terceira denominação: castanha-da-Amazônia.
“O nome castanha-da-Amazônia já surgiu há pouco tempo, é mais recente. Foi quando se intensificou essa questão de preservação da Amazônia e os Estados também começaram a produzir suas próprias usinas de beneficiamento de castanha. Hoje praticamente todos os Estados da região tem usinas de beneficiamento de castanha”,
relata Márcio da Cunha.
Então, não existe um termo correto para chamar a castanha? Em resumo, conforme Márcio, que acompanha a produção regional, os três nomes surgiram em contextos diferentes, mas no fim representam o mesmo produto. “Cabe ao consumidor decidir qual usar”, comenta.
“Se eu pudesse escolher um nome seria castanha-da-Amazônia ou castanha-do-Brasil, porque ela está em todos esses Estados, mas o Pará é merecedor desses créditos por ter sido o primeiro Estado a comercializar e exportar em grande escala a castanha descascada e desidratada”,
finaliza.