Os dados são do relatório técnico anual do manejo feito pelo Instituto Mamirauá, organização que oferece assessoria técnica ao manejo de pirarucu na Amazônia. De acordo com Ana Cláudia Torres, coordenadora do Programa de Manejo de Pesca do instituto, o acréscimo financeiro é um reflexo do acordo feito entre os manejadores para fixar um preço mínimo de venda e também pelo aumento da oferta do produto em feiras da região.
Esse valor foi distribuído entre mais de 700 pescadores envolvidos diretamente com a atividade em 2018, o que corresponde a um faturamento médio bruto de R$ 2.166,40. Incluindo a venda de outras espécies de valor comercial, como o tambaqui, o desempenho do manejo de pesca na região foi de mais de 2 milhões de reais.
Os números gerais são de 13 projetos de manejo de pesca no interior e arredores das Reservas de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e Amanã, região central do estado, em um território total de mais de 3 milhões de hectares. No âmbito dos projetos, estão 43 comunidades ribeirinhas, 03 colônias e 01 associação de pescadores.
O grande volume (68,8%) de pirarucu manejado foi consumido no próprio estado do Amazonas. De acordo com o relatório do Programa de Manejo de Pesca (PMP) do Instituto Mamirauá, os destinos mais comuns foram Iranduba, Manacapuru e principalmente a capital, Manaus. Cerca de 29% da produção circulou na região mais próxima das reservas Mamirauá e Amanã, notadamente os municípios de Tefé e Alvarães. O restante do pescado foi para o mercado nacional.
Unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o instituto desenvolveu uma metodologia para o manejo sustentável de pirarucu em ambientes de várzea, uma parceria com populações locais. Há mais de 20 anos, o manejo é praticado na região de Mamirauá, de onde foi divulgado para diversas partes do bioma amazônico.