Representantes de povos da Amazônia se reúnem para troca de experiências

Oficina promovida por projeto do Ministério do Meio Ambiente reúne organizações parceiras e comunidades para tratar sobre implementação de projetos e fortalecimento de territórios.

As iniciativas abrangem 40 terras indígenas, 12 unidades de conservação, nove territórios quilombolas, um assentamento agroextrativista e um território urbano. Foto: Alex Costa e Adriano Teixeira

Associações de indígenas, quilombolas, extrativistas e ribeirinhos da Amazônia Legal e suas organizações parceiras estão reunidos nesta semana na “Oficina de Trocas Experiências” do Projeto Floresta+ Amazônia em Manaus (AM). O evento tem como objetivo integrar equipes implementadoras e lideranças comunitárias de 40 iniciativas dos territórios amazônicos.

📲 Confira o canal do Portal Amazônia no WhatsApp

O Projeto Floresta+ Amazônia é uma iniciativa de cooperação internacional do governo brasileiro, por meio do Ministério de Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), em parceria com o PNUD, e financiamento do Fundo Verde para o Clima (GCF).  A oficina ocorre no âmbito da modalidade Comunidades do Floresta+. 

As iniciativas são projetos apoiados financeiramente pelo Floresta+ que abrangem 40 terras indígenas (TIs), 12 unidades de conservação, nove territórios quilombolas, um assentamento agroextrativista e um território urbano.

Para a representante da Secretaria Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais e Desenvolvimento Rural do MMA, Isabela Sales, o evento traz repletas trocas significativas e construtivas. “O governo federal, por meio do MMA, está à disposição para apoiar, colaborar e buscar novas soluções. Quando iniciamos algo, é essencial parar, refletir e avaliar: estamos indo na direção certa? Precisamos ajustar o percurso? Observar o que está funcionando com os outros nos inspira e nos ensina. Essa troca de experiências e saberes é o que nos faz crescer juntos”, ressaltou.

Leia também: ‘Festival Povos da Floresta’ quer conectar cultura amazônica com o Brasil e o mundo

O apoio aos povos tradicionais concentra esforços em temas como conservação ambiental, recuperação de áreas degradadas, produção agroecológica, fortalecimento de cadeias da bioeconomia, vigilância e proteção territorial. As iniciativas apoiadas também envolvem atividades relacionadas ao turismo de base comunitária, produção de alimentos e segurança alimentar, fortalecimento da cultura e modos de vida das populações tradicionais.

De acordo com a coordenadora do Projeto Floresta+ Amazônia, Regina Cavini, a participação do PNUD Brasil na iniciativa reforça o compromisso em apoiar o governo e a sociedade brasileira na promoção de uma Amazônia manejada de forma sustentável, alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com respeito à sustentabilidade social, econômica e ambiental, assegurando a segurança alimentar, a segurança climática e os direitos humanos dos povos originários e comunidades tradicionais.

“Atuamos como parceiros técnicos do MMA, promovendo soluções baseadas na natureza e na justiça socioambiental, com foco no fortalecimento das capacidades locais e no fomento a um desenvolvimento verdadeiramente sustentável e justo. A oficina representa um momento fundamental de escuta, troca de experiências e construção coletiva, uma oportunidade valiosa para reconhecer avanços, enfrentar desafios e inspirar novas possibilidades nos territórios da Amazônia Legal”, destacou Cavini.

Para serem apoiadas pelo projeto, as comunidades participaram de um edital lançado em 2022, no qual foram apresentadas 259 ideias de projeto, das quais 40 foram aprovadas e recebem recursos financeiros e apoio técnico para implementar as ações. As propostas foram elaboradas de modo participativo pelos povos tradicionais, levando em consideração a natureza coletiva e autônoma das atividades na gestão dos territórios. As questões de gênero também foram consideradas na seleção; entre os projetos aprovados, 70% beneficiam diretamente as mulheres, são liderados por elas ou ambos.

“O apoio do Floresta+ Amazônica é indispensável para a nossa trajetória, autonomia e sustentabilidade no território. Esse apoio contribui para a nossa renda e conservação da floresta. A luta pela Amazônia é de todos, não pode parar — ela é de muitos povos. Por isso, é fundamental valorizarmos cada vez mais os nossos projetos que vêm para somar, como passos importantes nessa caminhada coletiva”, falou a ribeirinha Elizângela Cavalcante, idealizadora do Projeto Mulheres Resolvidas da Associação Extrativista das Comunidades da Reserva do Rio Uatumã, no Amazonas.

*Com informações do MMA

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Cotas de Proteção Ambiental, no Pará, aproximam produção rural da preservação da floresta

A Cota permite que a regularização ambiental, muitas vezes vista como obstáculo, se transforme em oportunidade.

Leia também

Publicidade