Portal Amazônia responde: Sumaúma ou Samaúma? Saiba qual o nome correto de uma das maiores árvores da Amazônia

É conhecida como “árvore sagrada”, pode chegar até 50 metros de altura e a maior concentração –  e maiores dimensões – ocorre nas várzeas entre a região do rio Trombetas no Pará, e Manaus, no Amazonas.

Com o potencial de atingir o equivalente a um edifício de 16 andares, a “árvore sagrada” da Amazônia pode chegar a 50 metros de altura e é considerada uma das árvores mais difundidas do mundo. Ela pode ser encontrada principalmente nas florestas tropicais, África Ocidental e Sudeste da Ásia. 

Na região amazônica, segundo estudos fitossociológicos, a maior concentração – e as maiores dimensões – ocorre nas várzeas entre a região do rio Trombetas no Pará, e Manaus, no Amazonas.

E existe uma discussão entre as pessoas a respeito do seu verdadeiro nome. Uma parte a chama de ‘Sumaúma’, já outras pessoas acreditam que o nome verdadeiro seja ‘Samaúma’. Mas, afinal, qual seria o termo correto?

O Portal Amazônia conversou com o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) e especialista em Botânica com experiência em Inventário Florístico, Cid Ferreira, para esclarecer essa discussão.

Foto: Reprodução/Adobe Stock

Pertencente à família Malvaceae, seu nome científico é Ceiba pentandra Gaernt. A ‘Sumaúma’ ou ‘Samaúma’, segundo o Dicionário de Botânica (PEREIRA, A. Batista & Putzke, J. 2010), o nome é de origem Typi e o mais ouvido na região amazônica é ‘Sumaúma’, mas ambos estão corretos.

A planta ‘Sumaúma’ se destaca desde o século passado pelos famosos naturalistas como Humboldt, Spruce, Ducke & Black, pelo povo da floresta e pelos viajantes dos grandes rios que a chamaram de “árvore dos navegantes”, pela impressionante altura de até 50 metros, nas margens dos rios, servindo de guia semelhante a um GPS.

Ela floresce e frutifica uma vez por ano sendo polinizada por morcegos. Suas sementes, são revestidas por um material parecido com o algodão, chamado de paina, kapok, que ao se desprender dos galhos, as sementes são levadas pelo vento, levando a possibilidade do nascer de uma nova árvore. 

Semente de Sumaúma. Foto: Reprodução / FUNTAC

Ela própria se sustenta orgulhosamente por um tronco grosso na base provido de acúleos cônicos se ramificando sobre as raízes visíveis, ricas em água potável, chamada regionalmente de Sapopema, sobre a qual existem muitas crenças de algumas tribos amazônicas. A crença mais famosa afirma que a água retirada em seu tronco formou o rio Solimões. 

Foto: Reprodução/ICMBio

Sumaúma como forma de comunicação 

Relatos de pessoas que estão acostumadas a andar pela floresta amazônica e acabaram de alguma forma se perdendo, contam que a planta pode ser usada como ferramenta de identificação, ao bater em sua raiz, emitindo um som diferente para se localizar.

O pesquisador Cid Ferreira também explica que outra crença afirma que seres encantados, como o Curupira, moram em suas raízes, e que elas emitem este som peculiar que ecoa na floresta quando são batidas com algum objeto (como um pau). Dessa forma, as pessoas na floresta estabelecem um meio de comunicação, seja para pedir ajuda, informar algum perigo ou indicar onde há água.


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