Portal Amazônia responde: Quanto tempo vive um carapanã?

Responsáveis pela transmissão de doenças infecciosas como dengue, malária e febre amarela, os carapanãs – ou mosquitos – são insetos comuns que transitam na área urbana.

Também conhecidos como pernilongos ou mosquitos, os carapanãs, apesar de parecerem inofensivos, podem ser perigosos, não pelo incômodo em si, mas por serem vetores de doenças como dengue, malária, febre amarela, chikungunya, dentre outras. 

Eles são insetos comuns que transitam na área urbana e o processo de transmissão das doenças é simples: as fêmeas ingerem microorganismos infectados durante uma refeição (são hematófagos, ou seja, se alimentam de sangue) e posteriormente transmitem o vírus para outro hospedeiro, no caso os seres humanos.

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No entanto, nem todos os mosquitos podem transmitir todos os patógenos (os agentes produtores das doenças). Por exemplo, os transmissores da malária são espécies do gênero Anopheles, enquanto doenças como denque, zika e chikungunya são transmitidas apenas pela espécie Aedes aegypti.

Nesse contexto, perguntas como “quanto tempo vive um carapanã” e “o que fazer para se prevenir” da contaminação de doenças infecciosas surgem. O Portal Amazônia responde esses e outros questionamentos sobre esses insetos: 

A fêmea do Aedes aegypti pode produzir até 300 ovos no seu ciclo de vida. Foto: James Gathany/CDC

Afinal, quanto tempo vive um mosquito?

 As doutoras Rosemary Roque e Eunice da Silva Vale, pesquisadoras do Laboratório de Malária e Dengue no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), explicam que após o ciclo de desenvolvimento do ovo, larva, pupa, até chegar na fase adulta, são de sete a dez dias. Após isso, o mosquito adulto pode viver até 30 dias.

Além disso, explicaram sobre o ciclo reprodutivo da fêmea:

“Uma fêmea pode ter mais de três ciclos reprodutivos durante sua vida produzindo 60 a 100 ovos por ciclo. Os ovos são depositados em diversos criadouros com água parada, sendo que uma fêmea pode dar origem a 1.500 mosquitos durante a sua vida”.

Entenda no infográfico a seguir, o ciclo de vida do mosquito Aedes aegypti

Arte: Reprodução/Fiocruz

Alimentação

Os mosquitos não necessitam apenas do sangue para sua sobrevivência. Um exemplo disto é que apenas as fêmeas são hematófagas. Contudo, o sangue é fundamental para produção e bom desenvolvimento dos ovos, pois é no sangue que encontram as proteínas necessárias para a maturação dos ovos e,  por isso, é uma característica exclusiva da fêmea.

“O metabolismo energético da maioria dos mosquitos, machos e fêmeas, depende da ingestão de carboidratos, provenientes de seivas, flores e frutos. O potencial de atividade e longevidade está ligado diretamente na ingestão desses carboidratos”,

ressaltaram Rosemary e Eunice.

Mosquitos que ingerem mosquitos?

As fêmeas carregam outra característica importante: por serem hematófagas, são elas que transmitem doenças. Entretanto, as cientistas informam que existem mosquitos pertencentes ao gênero Toxorhynchites, que não são hematófagos, dependem exclusivamente da alimentação com carboidratos. 

As larvas deste mosquito tem uma grande importância na ecologia porque se alimentam das larvas de outros mosquitos que prejudicam a saúde humana (Aedes aegypti, Aedes albopictus, Anopheles spp, Culex spp).

Prevenção

Pode parecer óbvio, mas as pesquisadoras lembram que a melhor maneira de evitar uma doença transmitida por mosquitos, é não ser picado por um. Como ainda não existem vacinas e medicamentos antivirais eficazes para preveni-las, uma das medidas para evitar a proliferação de mosquitos é por meio da eliminação de água acumulada em vasos, pneus, garrafas plásticas e outros que podem se tornar um criadouro.

Outros cuidados paliativos seriam usar telas de proteção em janelas, mosquiteiros em lugares onde dormem bebês, idosos e pessoas que moram em regiões ribeirinhas.

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