Portal Amazônia responde: Por que as águas do rio Negro e do rio Solimões não se misturam?

Os rios fazem parte do fenômeno natural conhecido como encontro das águas, onde uma faixa se forma separando as águas barrentas das águas escuras

O fenômeno natural chamado Encontro das águas é um dos principais símbolos e um dos principais pontos turísticos quando referimos ao rio Amazonas. Esse fenômeno ocorre com o encontro do rio Negro e Solimões, onde as águas barrentas do Solimões e as águas escuras do rio Negro não se misturam.

A faixa se estende por 6 km formando um contraste de cores visualmente interessantes. Mas, você sabe por que esses rios não se misturam?

De acordo com estudos, o principal fator é sua composição química, temperatura e velocidade dos dois. Ao longo da extensão do encontro das águas, os rios Negro e Solimões ficam lado a lado sem se misturar, antes de se tornarem um só, formando o rio Amazonas.

Veja Mais: Você sabe onde fica a nascente do Rio Amazonas?

O Rio Negro carrega uma grande quantidade de matéria orgânica desde sua nascente na Colômbia (o que dá o tom escuro à sua água), corre a cerca de 2 km/h com uma temperatura de 28 °C. Já o Solimões, que nasce nos Andes peruanos e tem uma água de aspecto barroso, devido a uma carga de sedimentos vindos da erosão de solos de origem vulcânica, faz o percurso em uma velocidade aproximada de 4 a 6 km/h a uma temperatura de 22°C. Principal afluente do estado do Amazonas, banhando três países da América do Sul.

Foto: Divulgação

 Este rio, que percorre cerca de 1,7 mil km, nasce no leste da Colômbia, com o nome de Guainía. Depois, corre na direção nordeste e sul, formando a fronteira entre Colômbia e Venezuela. Ao se juntar com o canal Cassiquiare, recebe o nome de Rio Negro. Todo ano, com o degelo nos Andes, e a estação das chuvas na região Amazônica, o nível do rio sobe vários metros, principalmente entre junho e julho.

Outro ponto a ser avaliado é o grau de acidez entre os dois rios, no qual o Rio Negro apresenta um elevado grau de acidez, com 3,8 a 4,9 nível de pH devido à grande quantidade de ácidos orgânicos vindo da decomposição vegetal. 

Foto: Reprodução

As águas do Rio Solimões são águas brancas, que são assim porque possuem grandes quantidades de sólidos suspensos, principalmente cálcio e magnésio. É uma água muito turva, com aspecto lamacento, com cores variando do amarelo ao ocre, e seu pH varia entre 6,2 e 7,2 porque, ao contrário do Rio Negro, possui pouco material orgânico dissolvido. Às suas margens, estão áreas férteis usadas para agricultura.

Já as águas claras, tais como as dos rios Tapajós e Xingu, são bem transparentes, variam de um tom verde-claro a verde-oliva, e possuem pH entre 4,5 e 7,8. Isso se dá porque o relevo na região é relativamente plano e regular, com menos erosões e, consequentemente, as suas águas possuem menores quantidades significativas de material suspenso.

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