A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) no Brasil estima que existam mais de 7 mil indígenas venezuelanos no território brasileiro, sendo que 819 já foram reconhecidos como refugiados pelo governo federal.
Desde 2014, um fluxo crescente de indígenas da Venezuela tem sido registrado pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) no Brasil. A maioria da população indígena venezuelana se concentra nos Estados de Roraima, Amazonas e Pará, mas diversos grupos da etnia Warao continuam seu deslocamento para outras regiões do país.
O ACNUR estima que existam mais de 7 mil indígenas venezuelanos no território brasileiro, sendo que 819 já foram reconhecidos como refugiados pelo governo federal. Outros 3.763 (51%) aguardam a análise do seu pedido de reconhecimento da condição de refugiado, enquanto 2.430 (33%) possuem residência temporária no país. Crianças e adolescentes representam quase metade desta população, que é composta por diferentes grupos étnicos: Warao (70%), Pemón (24%), Eñepá (3%), Kariña (1%) e Wayúu (1%).
De acordo com o representante do ACNUR no Brasil, Jose Egas, o trabalho humanitário realizado pela Agência “requer uma imensa responsabilidade em adaptar serviços de acordo com suas crenças e tradições” e com apoio de parcerias oferecem “soluções focadas nas necessidades específicas dessa população, assegurando seus direitos fundamentais e garantindo sua proteção como pessoas indígenas e refugiadas no território brasileiro”.
Entre os serviços ofertados estão abrigos adaptados às necessidades culturais como cozinhas comunitárias, espaços para promoção cultural, entrega de kits de higiene e de limpeza, mobilização e advocacia com autoridades locais para capacitar equipes de atendimento, apoio no acesso à documentação, no desenvolvimento de artesanato a nível nacional, além de produção de materiais multilíngues com enfoque intercultural no atendimento das comunidades.
Plataforma de informações
Estas e outras informações sobre a resposta da agência às necessidades humanitárias de pessoas indígenas da Venezuela no Brasil estão disponíveis na página especial do website do ACNUR Brasil lançada nesta terça-feira (19).
A página reúne publicações produzidas pelo ACNUR e organizações parceiras sobre o tema, como também uma série de vídeos produzidos pela agência para aumentar a conscientização da sociedade sobre este tema, reduzindo a xenofobia e a discriminação.
Um dos destaques é uma série de vídeos chamada ‘Cultura Imaterial Warao’, dividida em cinco temas: mito, alimentos e cura, língua, dança e canto. Os vídeos também integram a exposição virtual ‘Vidas Indígenas: modos de habitar o mundo‘, realizada pelo Museu da Pessoa.
*Com informações da ACNUR