O pesquisador associado do Imazon e coordenador do projeto, Carlos Souza Jr., explica que a nova ferramenta de IA é um modelo preditivo de desmatamento e queimadas e vai aprimorar o Sistema de Monitoramento do Desmatamento da Amazônia (SAD), criado em 2010 também com o apoio financeiro do Fundo Vale. O SAD monitora e reporta o desmatamento e a degradação florestal mensalmente, além de gerar mapas diários de focos de calor de queimadas ativas, a partir do cruzamento de dados de vários fontes, como o INPE e a NASA. Carlos Souza Jr. explica que a nova tecnologia vai aperfeiçoar os modelos de risco de desmatamento para resolução de 1 hectare e utilizar mais variáveis preditoras. "O modelo de risco de desmatamento e queimadas permitirá a previsão de desmatamento futuro no curto prazo, ou seja, nos próximos seis meses. No final, não queremos que os nossos modelos de risco acertem na previsão, e sim que o desmatamento e as queimadas sejam evitados", completa.
Segundo a presidente da Microsoft no Brasil, Tânia Cosentino, a parceria da empresa com o Fundo Vale e o Imazon faz parte do "Microsoft Mais Brasil", um plano abrangente que visa promover o crescimento do país, criar oportunidades de emprego e contribuir com a sustentabilidade. "Com o uso de Inteligência Artificial para prevenir o desmatamento da Amazônia, queremos reforçar nossa parceria com o país e destacar que a tecnologia também é uma importante ferramenta para apoiar na preservação de um dos principais biomas brasileiros", afirma a executiva.
Como parte do conjunto de iniciativas, a Microsoft expandiu sua oferta de nuvem no país, estabeleceu uma aliança com o Ministério da Economia para auxiliar na busca por oportunidades de emprego para até 25 milhões de trabalhadores e oferecer treinamento digital gratuito com capacidade para treinar até 5,5 milhões de pessoas.
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Fundo Vale Criado em 2010, o Fundo Vale já apoiou mais de 75 iniciativas entre instituições de pesquisa, governos locais, ONGs, startups e associações comunitárias para a proteção de mais de 23 milhões de hectares de floresta. Aportou cerca de R$ 130 milhões nessas iniciativas na última década. Além de resgatar a antiga parceria com o Imazon, o Fundo Vale também está mobilizando o Instituto Tecnológico Vale, sediado em Belém, para participar do projeto com o Imazon. O instituto conta com alguns pesquisadores no assunto e o intercâmbio de conhecimento poderá enriquecer suas pesquisas. Mosaico de Carajás A Vale mantém ações de proteção à floresta na Amazônia, onde está presente há mais de 30 anos. Hoje, em parceria com ICMBio, a empresa mantém seis unidades de conservação, que formam o Mosaico de Carajás, no sudeste do Pará, uma área de cerca de 800 mil hectares, o equivalente a cinco vezes a cidade de São Paulo. Suas atividades de mineração interferem menos de 1,5% do total das áreas protegidas, apesar de operar ali a maior mina de minério de ferro a céu aberto do mundo. O Mosaico de Carajás é um dos poucos maciços de floresta nativa conservados dentro do chamado "arco do desmatamento" da Amazônia, região de extensa atividade econômica que se estende do oeste do Maranhão até o Acre. Desde 2015, a Vale já investiu aproximadamente R$ 145 milhões para atividades de proteção das seis unidades de conservação do Mosaico de Carajás, entre as quais combate a incêndio, garimpos, desmatamento, caça e pesca ilegais. Destinou ainda cerca de R$ 13,5 milhões para o suporte estrutural do ICMBio, como compra de carros, equipamentos e contratação de equipes de apoio.
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