“Precisamos garantir que essa energia seja sustentável”, diz especialista sobre transição energética na Amazônia

O uso crescente da energia solar fotovoltaica e outras fontes renováveis tem impulsionado o desenvolvimento sustentável de diversas comunidades isoladas.

Foto: Diego Oliveira/Portal Amazônia

A Amazônia desempenha um papel fundamental no equilíbrio climático do planeta, atuando como um sumidouro de carbono e reguladora do ciclo hidrológico. No entanto, a necessidade de substituir fontes fósseis por energias renováveis levanta questões sobre os impactos dessa transição na região.

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Durante a segunda edição do Fórum ESG Amazônia, a diretora da Alianças Estratégicas e Parcerias da UCB da Amazônia S.A, Zilda Costa, destacou a importância de repensar o uso da energia no Brasil, especialmente na região amazônica. Durante a conversa, Costa ressaltou a necessidade de reduzir as emissões de CO2 e ampliar o acesso a fontes energéticas sustentáveis.

“A gente está querendo mostrar, através desse painel, o uso da energia. Vamos falar sobre transição energética, mas também sobre a energia que utilizamos hoje no Brasil e na Amazônia. Como podemos reduzir as emissões de CO2? Quem são os beneficiados por essa energia e como isso impacta as condições climáticas?” explicou Costa.

Um dos principais desafios energéticos na região amazônica é a dependência de termoelétricas para atender cerca de três milhões de pessoas que não possuem acesso à rede de distribuição e transmissão convencional. Segundo Costa, essa realidade exige soluções inovadoras e sustentáveis para garantir energia limpa a essas comunidades.

Foto: Diego Oliveira/Portal Amazônia

Outro ponto abordado foi o papel das indústrias da Zona Franca de Manaus na economia local e no consumo energético. “A maioria das indústrias da Zona Franca já compra energia no mercado livre, pois é mais barata. Mas precisamos garantir que essa energia seja sustentável”, destacou.

A chegada de novas tecnologias, como inteligência artificial, cibersegurança e automação, também terá impacto no setor industrial e aumentará a demanda por energia. “Essas inovações são eletrointensivas. O desafio é continuar usando energia limpa, que não afete a camada de ozônio e não emita CO2”, ressaltou Costa.

Eletrificação Verde

O uso crescente da energia solar fotovoltaica e outras fontes renováveis tem impulsionado o desenvolvimento sustentável de diversas comunidades isoladas. Um exemplo é a comunidade de Santa Helena do Inglês, que recebeu apoio da Fundação Amazônia Sustentável (FAS) para a implementação de sistemas de energia local, eliminando a necessidade de conexão a redes de transmissão convencionais.

“A geração de energia solar, aliada ao armazenamento por baterias, tem sido uma solução eficaz para garantir o fornecimento contínuo de eletricidade nessas regiões. Essa tecnologia tem possibilitado a autonomia energética de diversas comunidades na Amazônia, promovendo desenvolvimento econômico e social”, explicou Zilda.

Projetos semelhantes foram implementados em outras comunidades, como Tumbira e Bauana. Em Bauana, a instalação de um sistema energético mais robusto, com micro-redes, permitiu que a própria comunidade iniciasse atividades econômicas, como a extração e venda de óleo de andiroba.

Esse produto foi beneficiado localmente e comercializado com grandes empresas, como a Natura, sem que houvesse qualquer vínculo direto entre a empresa implementadora do projeto e a companhia de cosméticos. Isso demonstra como a energia renovável pode ser um vetor de desenvolvimento independente e sustentável.

Foto: Diego Oliveira/Portal Amazônia

Cada comunidade define suas prioridades e áreas de atuação. Em Santa Helena do Inglês, a escolha foi pelo turismo sustentável, resultando na criação de uma pousada equipada com energia solar. Já em Tumbira, o foco foi no artesanato e na peça turística, fortalecendo a economia local.

Essas iniciativas destacam o papel da energia como habilitadora do desenvolvimento, oferecendo condições para que cada comunidade possa prosperar conforme suas necessidades e vocações.

“A transição energética é essencial para substituir fontes de energia poluentes por alternativas limpas e renováveis, criando um futuro sustentável e impactando positivamente o planeta. A experiência dessas comunidades reforça que, com acesso à energia limpa e autônoma, é possível promover inclusão social, geração de renda e conservação ambiental, demonstrando que um modelo energético descentralizado e sustentável é viável e benéfico para todos”, destacou Zilda.

O painel proporcionou um debate sobre a transição energética e os caminhos para um desenvolvimento mais sustentável, reforçando a necessidade de ações concretas para garantir um futuro energético mais limpo e acessível.

O II Fórum ESG Amazônia é realizado pelo Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM) e pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA). Além das discussões, o evento apresenta cases de implementação do ESG por empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM), associadas ao CIEAM, destacando ações que promovem inovação e responsabilidade ambiental e social.

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