Nos últimos 70 anos, não chegou nem a 60 o número de ataques de onças a humanos, mas como diz o ditado popular “todo cuidado é pouco”.
Imagine o seguinte cenário: você está em um passeio ou trilha “de boa”, em um trecho da floresta amazônica, quando uma onça surge bem na sua frente. Qual atitude você tomaria?
Algumas pessoas, com certeza, entrariam em desespero, não é mesmo? Afinal, as onças-pintadas são os maiores felinos da região amazônica e possuem a fama de serem ótimas caçadoras.
Mas talvez a solução para sair ileso seja relativamente simples.
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De acordo com o biólogo Rogério Fonseca, as onças têm as mesmas características de um gato doméstico. A única diferença fica por conta de uma cavidade em seu pescoço.
“Esse osso faz com que esse animal ruja ao invés de miar como os gatos domésticos. Já as pintinhas das onças ajudam no momento da caça a ficar camuflada na floresta”, explica.
Comportamento e ataques
Muito longe do ambiente doméstico, esses animais vivem nas florestas e traços do comportamento da onça estão ligados aos seus instintos. “O temperamento da onça é territorial. Todo mundo deve ter isso em mente. O animal está com todos os mecanismos de busca dele ativos, como por exemplo, a audição e o olfato. E isso, pode aflorar o comportamento de defesa, de ataque ou de fuga. Esse último sendo mais comum de acontecer, pois a onça se assusta e corre”, diz o biólogo.
Segundo Fonseca, o ataque de onça a um ser humano é exceção. Nos últimos 70 anos, não chegou nem a 60 o número de ataques de onças a humanos. Isso porque há todo um sistema de análise prévio. “Em primeiro lugar, a onça vai sentir o cheiro do animal que está vindo. Depois vai analisar e, aí sim, ver o melhor momento para atacar e conseguir o seu alimento”, conta.
Um dos principais meios de comunicação das onças é através das fezes e urinas, por esse motivo, o biólogo pede cuidado quando os aventureiros optam por levar seus pet em passeios realizados em áreas de mata.
“O principal reforço para quem tem gato ou cachorro é que saibam que o cheiro do seu animal vai se espalhar por toda floresta. Alguns animais sentem, uns se afugentam, outros vão lá para saber quem entrou em seu território”, alerta.
Cara a cara
Mas e se realmente você encontrar uma onça durante uma trilha na floresta? A dica de Fonseca é: PARE!
“De forma alguma baixe o seu corpo, pois é uma posição de ataque para todos os animais da natureza. Nunca se demonstre menor do que o teu oponente. Por tanto, se tem crianças próximo a você, as coloque em cima de seus ombros. Caso esteja com um casaco o abra para se mostrar maior do que ele”,
orienta o biólogo.
Se a onça estiver muito perto, a primeira reação vai ser tomar distância. Caso a reação do felino seja essa, você pode se afastar lentamente, sempre observando o animal. “Nunca corra. Toda presa corre do seu predador. A tua razão tem que estar acima da sua emoção. Por tanto, demonstre menor velocidade e vá se retirando”, aconselhou.
Outras atitudes que também não devem ser tomadas são gritar ou jogar pedras, madeiras ou outros objetos no animal, que pode reagir atacando.
Confira um trecho da entrevista com o biólogo no Amazônia Animal, do canal Amazon Sat: