Conheça quatro projetos do Pará realizados na região amazônica

A Amazônia enfrenta uma série de ameaças, por esse motivo, iniciativas que protejam o bioma é de suma importância para a sua existência

A Amazônia é uma das regiões mais cruciais do planeta em termos de biodiversidade e estabilidade climática. Ela abriga uma vasta diversidade de espécies, plantas medicinais, povos indígenas e desempenha um papel fundamental na regulação do clima global.

No entanto, a Amazônia enfrenta uma série de ameaças, incluindo o desmatamento, incêndios florestais, mineração ilegal e mudanças climáticas. Por esse motivo, iniciativas que protejam o bioma é de suma importância para a sua existência. Te apresentamos agora alguns projetos de preservação, empreendedorismo, tecnologia e saúde desenvolvidos por pesquisadores da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e voltados à manutenção da floresta e dos povos que a habitam.

Foto: Reprodução/Agência Pará

Água potável 

Uma solução que caiu do céu, com uma ajudinha da ciência. É assim que 15 famílias ribeirinhas da comunidade do Furo Grande, na Ilha da Onças, passaram a ter água potável. Isso foi possível a partir da instalação do sistema de captação e tratamento de água da chuva, uma das tecnologias sociais desenvolvidas no projeto “Segurança Hídrica e Saneamento na região insular de Belém”, coordenado pela professora Vania Neu (Isarh Ufra). Todo o sistema funciona sem a necessidade do uso de bombas d’água e de energia elétrica, permitindo que a água chegue até a cozinha das residências por meio da gravidade. Com acesso a água potável, alguns moradores conseguiram até empreender e, durante a pandemia, não precisaram se deslocar até Belém, compartilhando água coletada com quem não possuía cisternas e evitando o contato com pessoas de fora da ilha. O projeto existe desde 2012 e as tecnologias podem ser replicadas em qualquer lugar do mundo.

Subprodutos agrícolas 

O tambaqui é a espécie nativa mais produzida no Brasil, sendo a região amazônica sua principal produtora. O fornecimento de rações para os peixes representa o maior custo de produção o que dificulta a inserção de pequenos produtores nessa cadeia produtiva. O projeto “Aquicultura Sustentável: Tecnologias para o Fortalecimento da Bioeconomia na Amazônia”, coordenado pelo professor Igor Hamoy (Isarh/Ufra) avalia como subprodutos agrícolas podem ser introduzidos nas dietas para peixes sem provocar perdas em seu desempenho zootécnico e diminuindo o custo das rações. Para a introdução de nutrientes na dieta de tambaqui é necessário avaliar como esses insumos alteram a qualidade de água, desempenho zootécnico, parâmetros fisiológicos, expressão de genes e a estimativa de custo de produção. A proposta é atrelar o desenvolvimento econômico associado à sustentabilidade e estimulo à ambientes que favoreçam a bioeconomia. Projetos que visem a utilização de subprodutos para serem empregados nas dietas de peixes nativos da Amazônia, se financiados, diminuem os custos de produção e estimulam os pequenos produtores, garantindo a segurança alimentar e incrementando a renda das comunidades rurais na Amazônia.

Inteligência artificial 

Inteligência artificial, biotecnologia, biologia molecular e bioinformática são algumas das ferramentas utilizadas nos projetos do Núcleo de Pesquisas em Computação Aplicada (NPCA), liderado pelo professor Marcus Braga na Ufra campus Paragominas. O grupo atua realizando projeções, prospecções, monitoramentos e análises genômicas em pesquisas que vão das ciências agrárias à saúde humana. Entre as pesquisas está o uso de inteligência artificial com 95% de acerto no diagnóstico de doenças em lavouras do cacau, banana, milho e soja, com foco em bioeconomia. E atuações junto ao governo do estado, tanto durante a pandemia do Covid-19, quanto mais recentemente, auxiliando em políticas públicas, através do desenvolvimento do projeto piloto que pode ajudar a identificar crianças com déficit de desenvolvimento ainda na primeira infância através da inteligência artificial.

Cacau da floresta 

O cacau que cresce na floresta, entre outras árvores, sem adubação e adaptado ao regime das águas é a fonte de renda de várias famílias no Pará. Porém, sem um protocolo que atenda aos critérios de produção exigidos pelo mercado interno e externo, esse cacau e vendido muito abaixo do preço de mercado. Pensando em um protocolo que indique a melhor forma de fazer o beneficiamento desse produto e assim torná-lo competitivo, garantindo maior renda para as famílias e valor de mercado para o cacau produzido nas comunidades, é que se desenvolvem os estudos do projeto “Beneficiamento primário, propriedades físicas e químicas das amêndoas de cacau nativo (Theobroma cacao) e sistema informativo geográfico das ilhas de várzea”. As atividades são desenvolvidas com cerca de 100 famílias de produtores de cacau de várzea do município de Mocajuba, região do baixo Tocantins, nas ilhas de Tauaré, Angapijo, Costa da Santana, Santana e ilha Conceição (São Joaquim, Jacarecaia, Ilha Grande do Vizeu). O projeto é coordenado pela professora Dra. Maria do Perpétuo Socorro Progene Vilhena (Coordenadora Projeto); com o apoio da Dra. Michele Velasco Oliveira da Silva, Dra. Adriene Mayra da Silva Soares e Dra. Luciana Priscila Costa Macedo Jardim (Pesquisadoras – UFRA); Dr. José Francisco Berredo e Dr. Marcelo Cordeiro Thalês (Pesquisador -Museu Paraense Emilio Goeldi – CCTA); Dr. Nelson Rosa Ferreira (Pesquisador da UFPA- PPGCTA).  

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