Conheça o Trem de Passageiros da Estrada de Ferro Carajás, que une Maranhão e Pará na Amazônia Legal

Ao todo, a viagem dura cerca de 16 horas e os pontos de embarque mais populares são as cidades de São Luís, Santa Inês, Açailândia – no Maranhão -, Marabá e Parauapebas – no Pará.

O transporte funcional por meio de trens na Amazônia parece causar estranheza em muitas pessoas, mas para quem mora no Maranhão ou no Pará essa é uma realidade cotidiana. Há 36 anos o Trem de Passageiros de Estrada de Ferro Carajás (EFC) se destaca como uma opção de transporte entre os dois Estados, conectando a Amazônia Legal. 

De acordo com a Vale, empresa que administra o trem, ele é o que percorre a maior distância entre os pontos de partida e chegada no Brasil: 861 km, com 15 pontos de parada ao longo de 27 municípios, sendo 24 no Maranhão e três no Pará.

Ao todo, a viagem dura cerca de 16 horas e os pontos de embarque mais populares são as cidades de São Luís, Santa Inês, Açailândia – no Maranhão -, Marabá e Parauapebas – no Pará. 

Sem a influência da pandemia da Covid-19, o trem pode transportar até 1.500 pessoas por dia, o que equivale a 28 ônibus ou 325 veículos a menos circulando nas rodovias.

Trem de Passageiros Estrada de Ferro Carajás. Foto: Reprodução/Vale

Dias de viagem 

Por conta do tempo que leva entre os Estados, o trem realiza viagens em dias alternados. Nas segundas, quintas e sábados, o percurso parte de São Luís (MA), às 8h, e chega em Parauapebas (PA) às 23h50. Nas terças, sextas e domingos, ele sai de Parauapebas às 6h, com chegada na capital maranhense às 22h. Enquanto de ônibus o trajeto pode custar cerca de R$ 150, via trem o valor pode cair para cerca de R$ 50 na classe econômica.

Além de oferecer uma forma diferente de viajar, o trem de passageiros também possui vantagens como todos os carros (ou vagões) com ar-condicionado e serviço de bordo. Conta ainda com uma lanchonete e um restaurante próprios, o que evita paradas no caminho como ocorre com outros meios de transporte na região. Oferece ainda um vagão exclusivo para cadeirantes, com as adaptações necessárias para facilitar a viagem.

A compra de bilhetes pode ser realizada pela internet com antecipação de 45 dias, nos pontos de vendas ao longo do trecho que o trem percorre e também pelo aplicativo ‘Trem de Passageiros’, disponível para Android e iOS. Informações sobre marcação ou remarcação de passagens, consulta de documentação necessária, entre outras dúvidas podem ser obtidas por meio do Alô Ferrovias: 0800 285 7000.

E mesmo com o avanço da vacinação contra a Covid-19, permanecem mantidos os protocolos sanitários de uso obrigatório de máscaras e de álcool gel, além da limpeza e desinfecção do trem periódicas. 

A Estrada de Ferro Carajás

A Estrada de Ferro Carajás foi inaugurada em 28 de fevereiro de 1985 e possui 892 quilômetros de extensão, ligando a maior mina de minério de ferro a céu aberto do mundo, em Carajás, no sudeste do Pará, ao Porto de Ponta da Madeira, em São Luís (MA). 

Por ano, são transportados 120 milhões de toneladas de carga, além dos cerca de 350 mil passageiros. A EFC tem 73% de sua extensão em linha reta e 27% em curvas e a velocidade média dos trens é de 40 Km/h.

Trem de carga. Foto: Reprodução/Vale

Trens de passageiros

Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), há apenas duas linhas de trens de passageiros regulares no país. A EFC, interligando o Maranhão ao Pará; e a Estrada de Ferro Vitória a Minas, com 664 km, interligando Minas Gerais ao Espírito Santo. Ambas são operadas pela Vale.

Ainda segundo dados disponibilizados no site da ANTT, dois projetos de implementação de estradas de ferro estão previstas para a Amazônia:

A Ferrovia de Integração Oeste-Leste – FIOL (EF-334), que tem extensão de 1.527 quilômetros, entre Ilhéus (BA) e Figueirópolis (TO) e está dividida em três trechos. As EF-334 – FIOL II e FIOL III, estão em fase inicial de estudos do projeto. O terceiro trecho é o que conecta os Estados da Bahia e Tocantins.

Já a Ferrogrão – EF-170 é um trecho que compreende o segmento ferroviário entre os municípios de Sinop (MT) e Miritituba, distrito do município de Itaituba (PA). Possui aproximadamente 933 km de extensão. Este está em fase de Acordão no Tribunal de Contas da União.

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